“Um povo sem o conhecimento de sua história, origem
e cultura é como uma árvore sem raízes” (Marcus Garvey).
As identidades dos povos não estão em oposição. O inimigo dos negros não são os brancos e vice-versa. Há um mesmo inimigo que oprime, subjuga e explora todos os povos, bem como corrompe, subverte e extirpa todas as identidades.
Estamos falando dos inimigos de classe, nacionais e internacionais, que parasitam todos os povos de nosso planeta. A classe capitalista, a qual não possui raça (porque o capital não possui raça), a qual não possui nação (porque o capital não possui nação), a qual não possui identidade (porque o capital não possui identidade) é a inimiga fundamental, mesmo que seus agentes, em um determinado país, tenham uma ou outra raça, sejam de um ou outro país, sejam homens ou mulheres, etc.
Neste sentido, é fundamental trabalhar pela a unidade de luta de todos os povos contra o mesmo inimigo parasitário de todos os povos.
A identidade, a consciência coletiva de um povo, é um dos principais baluartes de defesa contra a exploração capitalista, e é um dos principais alvos do capitalismo desde as suas origens.
A noção de que o trabalhador não tem pátria (nem raça, etnia, cultura, sexo, etc.) é uma falácia. Essa é uma característica fundamental da classe capitalista, porque ela, e somente ela, pode se dar ao luxo de se desvincular de suas raízes (já que isso é de sua natureza), tornando-se parasitária.
Todo trabalhador pertence a algum povo, possui ancestrais, nasce dentro de alguma cultura, e tudo isso deve ser utilizado como ferramenta fundamental de defesa contra a depredação política, econômica e cultural do pensamento liberal e de sua expressão econômica, o capitalismo.
Neste dia, é fundamental lembrar que o que libertará os negros de sua situação degradante atual não será um “capitalismo negro”, nem uma “guerra racial” contra os brancos, mas a vitória na luta contra o inimigo fundamental de todas as raças: a figura nomádica, parasitária e desenraizada do capitalista.