Uma religião deve estar a serviço do povo no qual essa religião surgiu. Não no sentido de que a religião deve estar sujeita às mudanças de vontade, costume, humor, etc., mas no sentido de que, se a função de uma religião é ligar um dado povo a uma dada realidade transcendente, então a religião é algo que existe para servir este povo.
Sem povo não há nada a ser ligado à realidade transcendente. A religião não existe por si só, ela é fundamentalmente dependente dos homens, existe para os homens e a partir de uma necessidade dos homens (qual seria a finalidade dela para os anjos ou deuses?).
Supondo que o povo de uma religião desapareça, a religião desaparece. Porque não existe religião fora do “povo da religião”, a não ser como mero exercício intelectual diletante de “acadêmicos”, “estudiosos”, “eruditos”, etc.
Isso significa que, na medida em que um povo tenha mais de uma religião, é perfeitamente válido que essas religiões se aliem e colaborem caso a existência de seu povo esteja ameaçada – na arena política, econômica, geopolítica, militar, etc.
Sim, cristãos tem que colaborar com muçulmanos, e estes dois com pagãos, e todos com as outras religiões que servem o povo. Falsas ou não. Contraditórias ou não.
O resto são falsas polêmicas.