É importante possuir um entendimento correto do nacionalismo. Apenas possuindo tal entendimento pode o povo alcançar a unidade nacional, promover os interesses da nação e contribuir para forjar seu destino.
O nacionalismo veio à existência como uma ideologia ligada à defesa dos interesses de uma nação no curso de sua formação e desenvolvimento. Ainda que as nações difiram umas das outras em seus períodos de formação, cada nação é uma comunidade social formada e consolidada historicamente com base em uma ascendência sanguínea comum, em um idioma comum, em uma área residencial e em uma cultura comum e é composta por várias classes e camadas. Não há pessoa, em qualquer país ou em qualquer sociedade, que exista fora de sua nação, separado dela. Toda pessoa pertence a uma classe ou camada e, ao mesmo tempo, a uma nação, de modo que tal pessoa possui tanto um caráter nacional como um caráter de classe. Caráter de classe e caráter nacional, assim como as demandas de classe e de nação, são inseparáveis umas das outras. Em verdade, as classes e os estratos de uma nação possuem demandas e interesses diversos, graças a suas funções econômicas e sociais distintas. Porém, todos os membros da nação têm a mesma participação na defesa da independência e do caráter da nação e em conquistar a prosperidade nacional – sem distinção nos termos dos interesses de suas classes e camadas. Isto se dá porque o destino de uma nação é precisamente o destino de seus membros individuais: em outras palavras, estes são dependentes daquele. Ninguém poderá ser feliz caso a soberania e a honra de sua nação seja esmagada e caso a identidade nacional seja ignorada. O sentimento ideológico e a psicologia comum dos membros de uma nação residem no amor à nação, em apreciar suas características, defender interesses e almejar sua prosperidade. O nacionalismo reflete tal sentimento e psicologia. Dizendo de outra forma, o nacionalismo é uma ideologia que advoga o amor à nação e a defesa de seus interesses.
Como o povo forja seu destino circunscrito em um Estado nacional unificado, o nacionalismo genuíno se identifica com o patriotismo. A natureza progressista do nacionalismo está no fato de que ele é uma ideologia patriótica que advoga a defesa dos interesses nacionais.
O nacionalismo se formulou como um conceito progressista ao passo que se consolidavam a formação e o desenvolvimento de cada nação, mas, no passado, foi considerado um ideário que advogava os interesses da burguesia. É verdade que, nos dias do movimento nacionalista antifeudal, a burguesia emergente, erguendo o estandarte do nacionalismo, esteve na vanguarda do movimento. Naquela época, os interesses das massas populares e da burguesia emergente eram coincidiam em sua luta contra o feudalismo. Portanto, o estandarte do nacionalismo refletia as aspirações comuns da nação. Conforme o capitalismo se desenvolveu e a burguesia se verteu em classe dominante reacionária, após o triunfo das revoluções burguesas em vários países, o nacionalismo foi usado como via de defesa dos interesses da classe burguesa. A burguesia mascarou seus interesses de classe em forma de interesses nacionais e usou o nacionalismo como um instrumento ideológico para solidificar sua dominação classista. Isso levou o nacionalismo a ser entendido, entre o povo, como uma ideologia burguesa divorciada dos interesses nacionais.
Nós devemos distinguir claramente o autêntico nacionalismo, que ama a nação e defende seus interesses, do nacionalismo burguês, que defende os interesses da classe burguesa. O nacionalismo burguês se manifesta como egoísmo nacional, exclusivismo e chauvinismo imperialista no relacionamento entre países e nações: ele é reacionário na medida em que cria antagonismo e discordância entre países e nações e põe em cheque o desenvolvimento de relações amistosas entre os vários povos do mundo.
A teoria revolucionária antecedente do proletariado prestou atenção primordial ao fortalecimento da unidade e da solidariedade da classe trabalhadora mundial (questão que se mostrou, naquele tempo, uma questão essencial ao movimento socialista), mas não se interessou o bastante pelo problema da nação. Por causa dos grandes prejuízos que causava o nacionalismo burguês ao movimento socialista, o nacionalismo chegou a ser tido como uma corrente ideológica antissocialista. É por isso que progressistas do passado rejeitaram o nacionalismo, considerando-o incompatível com o comunismo.
É equivocado ver o comunismo como incompatível com o nacionalismo. O comunismo não defende apenas os interesses do proletariado, mas também os interesses da nação – por isso ele é uma ideologia do amor à pátria e ao povo. O nacionalismo é também uma ideologia do amor à pátria e ao povo, já que defende os interesses do país e da nação. Amor à pátria e ao povo é um sentimento ideológico comum ao comunismo e ao nacionalismo. Nisto consiste à base ideológica da aliança entre ambos. Portanto, não há razão ou fundamento para opor um contra o outro e a rejeitar o nacionalismo.
O nacionalismo não conflita com o internacionalismo. Ajuda, apoio e aliança mútuas entre países e nações: isso é internacionalismo. Dado que existem fronteiras entre os países e diferenças de nacionalidade, e dado que o processo revolucionário e construtivo se efetua pela unidade da nação, o internacionalismo representa as relações entre os países e as nações e tem o nacionalismo como premissa. O internacionalismo desvinculado da nação e divorciado do nacionalismo é uma casca vazia. Alguém que é indiferente ao destino de seu país e de seu povo não pode ser fiel ao internacionalismo. Revolucionários de todo país devem ser fiéis ao internacionalismo lutando, em primeiro lugar, pela prosperidade de seu próprio país e nação.
Pela primeira vez na história, o Grande Líder, o Presidente Kim Il Sung, deu uma explicação correta acerca do nacionalismo e elucidou a relação entre comunismo e nacionalismo e entre comunistas e nacionalistas em sua prática revolucionária na construção do destino de seu país e povo. Ele afirmou que, para ser um verdadeiro comunista, é necessário primeiro ser um autêntico nacionalista. Com a determinação de devotar sua vida ao seu país e aos seus compatriotas, ele percorreu a via da revolução em sua juventude e formulou a imortal Ideia Juche, e, sobre sua base, elaborou uma perspectiva sobre a nação e expôs cientificamente a essência e o caráter progressista do nacionalismo. Coordenando do modo mais correto o espírito da classe com o da nacionalidade, e do socialismo com o destino da nação, realizou uma aliança entre comunistas e nacionalistas, consolidou os signos classistas e nacionais do nosso socialismo e conduziu os nacionalistas pelo caminho da construção socialista e da reunificação da Pátria. Fascinados pela ilimitada magnanimidade e pelas nobres qualidades humanas do grande Líder, muitos nacionalistas embarcaram na empresa patriótica da unidade e da reunificação nacionais, rompendo com seus passados equivocados. Kim Ku, um anticomunista ao longo de toda sua vida, aliou-se aos comunistas: uma transformação patriótica no crepúsculo de sua vida. E Choe Tok Sin, um nacionalista, foi capaz de encontrar salvação como um patriota no abraço do Líder.
O grande Líder valorizou e lutou pela independência, não apenas de nossa nação, mas de todos os povos do resto do mundo. Ele devotou todos os todos os esforços, tanto por nossa revolução, como pela realização da independência no mundo. Nós podemos dizer que não houve homem no mundo tão grande como ele, que devotou toda sua vida à independência e prosperidade nacionais e a um futuro luminoso para a humanidade. Ele foi o mais firme comunista e, ao mesmo tempo, um patriota incomparável, um autêntico nacionalista e um paradigma de internacionalismo.
Eu também afirmo, seguindo a instrução do Líder, que é necessário ser um patriota ardente, um verdadeiro nacionalista, para que se possa transformar-se em um revolucionário, em um comunista. O comunista que luta pela conquista da independência das massas populares deve, primeiramente, ser um autêntico nacionalista. Aqueles que lutam por seu povo, seu país e por sua terra natal são comunistas genuínos, autênticos nacionalistas e ardentes patriotas. Aqueles que não amam seus pais, irmãos e irmãs, não podem amar seu país e povo. Similarmente, aquele que não ama sua pátria e povo não pode tornar-se um comunistas. Nós estamos herdando, com fidelidade, a nobre ideia do nosso grande Líder de amar o país, a nação e o povo e de fazer todos os esforços para mobilizar todos os setores da nação através de uma política inclusiva, bem como de liderá-los na estrada do patriotismo.
Atualmente, não são os comunistas, mas os imperialistas quem se opõem ao nacionalismo e colocam obstáculos ao caminho do desenvolvimento independente das nações. Os imperialistas manobram maliciosamente para realizar sua ambição de dominação sob o apelo da “globalização” ou “mundialização”. Eles afirmam que o ideal de construir um Estado nacional soberano, ou de amor pátria e nação, consiste em um “preconceito nacional retrógrado” e que “globalização” e a “mundialização” são as tendências da época no quadro atual, quando ciência e tecnologia se desenvolvem rapidamente e as trocas econômicas entre países vão sendo conduzidas abruptamente em escala internacional. Hoje, na medida em que cada país e nação vai forjando seu próprio destino tendo como base sua própria ideologia, sistema e cultura, não se pode falar nunca em uma “integração” que englobe economia, ideologia e cultura. Os intentos dos imperialistas norte-americanos pela “mundialização” ou “globalização” perseguem o objetivo de fazer do planeta um “mundo livre” ou um “mundo democrático” ao estilo estadunidense para, assim, dominar e subjugar a todos os países e nações.
A época atual é a época da independência. A história da humanidade avança, não pela ambição de domínio dos imperialistas, nem por sua política de agressão, mas em virtude da luta das massas populares pela independência. As maquinações dos imperialistas pela “mundialização” ou “globalização” não pouparão fracassos frente às enérgicas lutas dos povos do planeta aspirantes por suas independências. Nós devemos nos opor resolutamente e rejeitar as manobras dos imperialistas por “globalização” e “mundialização”, e combater firmemente para preservar as características excelentes de nossa nação e salvaguardar sua independência.
Nós frequentemente enfatizamos o princípio da “primazia da nação coreana”, de modo a preservar a identidade nacional e defender a independência da nação. Uma tarefa importantíssima está diante de nós hoje na promoção e na realização da independência nacional: reunificar o país. Nossa nação, que herdou uma larga história e cultura e mantém suas tradições patrióticas, foi dividida em Norte e Sul por forças alógenas por mais de meio século. A divisão do território e da nação é um estorvo no caminho para o desenvolvimento unificado da nação e tem causando infortúnios e sofrimentos indizíveis sobre ela. A reunificação nacional não é apenas uma demanda vital de nosso povo, mas também a vontade e aspiração unânime de toda a nação.
O histórico Encontro de Pyongyang e a Declaração Conjunta Norte-Sul de 15 de Junho despertaram uma nova era para a grande unidade nacional e para a reunificação independente. A Declaração Conjunta Norte-Sul esclarece todos os princípios e métodos para resolver os problemas resultantes da reunificação nacional independente através dos esforços unidos de nossa própria nação.
A declaração é um programa de unidade nacional e um princípio geral de reunificação nacional, baseada no princípio do “entre nós, compatriotas” e permeada pelo espírito de amor pela pátria e pelo povo. A garantia substancial para independência, paz e reunificação nacional, reside no apoiar e cumprir metodicamente a declaração. Erguendo a Declaração Conjunta Norte-Sul como um princípio geral de reunificação, toda a nação deve iniciar uma luta nacional para o cumprimento da empresa histórica da reunificação nacional.