Na Semana da Pátria, o Brasil viu suas raízes em cinzas e sua história em ruínas. Artefatos, relíquias e documentos inestimáveis viraram pó. A essa tragédia, se somam muitas outras. O fundamento dessa degradação geral da nação é profunda, espiritual, mas se ramifica em todos os âmbitos da sociedade.
A criminalidade organizada mata cada vez mais, e pactos secretos entre governo e máfias nos colocam na direção de um Narco-Estado. A Reforma Trabalhista e a Terceirização das Atividades-Fim ameaçam reduzir o trabalhador a condições ainda mais incertas que a de escravos. As riquezas nacionais são entregues por preços irrisórios. A importância da indústria cai cada vez mais e o país afunda mais e mais na condição de fornecedor de produtos primários de baixa complexidade.
Sem soberania e sem justiça social, o Brasil se torna cada vez mais um país apenas no sentido formal da palavra.
Acompanhando tudo isso, a propaganda da mídia de massa e a militância individualista da esquerda liberal se unem em um projeto pós-moderno que almeja dilacerar toda a herança religiosa, cultural e moral dos povos brasileiros. Aborto irrestrito, legalização de drogas, casamento homossexual, poliamorismo, mudança de sexo: não há limites para a entronização do desejo fugaz acima de todo bom senso, tradição ou bem-estar coletivo.
Os aspectos profundos dessa degradação demandam uma revolução interior, que nos reconecte simultaneamente com nossas raízes e com um âmbito transcendente. Mas os aspectos materiais possuem soluções mais claras, diretas e rápidas, facilmente enunciáveis, enumeráveis e empiricamente demonstráveis.
O Brasil precisa de um novo desenvolvimentismo que, fundado em um patriotismo que prime pelo apreço à justiça social, nos tire da condição de escravos do Sistema Financeiro Internacional. É tão somente o resgate do desenvolvimentismo que, no âmbito material, poderá garantir a recuperação de nossa soberania nacional.
Construir malhas ferroviárias e recuperar as existentes. Erguer novas fábricas para reduzir importações em todos os setores possíveis. Adoção de novas tecnologias para aumentar a produtividade. Incrementar a complexidade dos processos produtivos para, assim, aumentar o valor agregado de nossas exportações. Estatizar setores estratégicos de grande escala. Subsidiar empresas nacionais e protegê-las da competição injusta. Desburocratizar a vida dos pequenos empresários e facilitar seu acesso a crédito a juros baixos. Favorecer a formação de cooperativas. Intensificar a Reforma Agrária. Reduzir a carga tributária indireta, aumentando a direta – taxar dividendos, impôr limites à remessa de lucros.
Essas e várias outras medidas podem, devem e precisam ser tomadas por quem quer que seja o nosso próximo governante, para que o país saia da atual ladeira descendente e possa voltar a ter esperanças de um futuro grandioso, tal como homens como Pedro II, Vargas, Goulart, Brizola e Enéas tinham para o país.
Um Outro Brasil é possível.