A correlação entre o aspecto físico e os feitos individuais de uma pessoa nem sempre é necessária e exata. Mas eventualmente, o que uma pessoa faz está em completa, total e absoluta convergência com o modo como ela aparece aos olhos. Esse é sem dúvida o caso de Henrique Meirelles, o infame candidato à presidência pelo MDB.
Meirelles emana morte desde suas expressões e traquejos gestuais. E como um zumbi, um morto-vivo peregrinante, como uma encarnação de Nosferatu, sua reputação o segue – como as moscas seguem o lixo: Meirelles carrega consigo os artefatos ensanguentados que foram usados para esfaquear o povo brasileiro durante o último um ano e meio. Participou, direta e indiretamente, de todas as medidas antibrasileiras e anti-povo tomadas pela Junta Temer “para tirar o Brasil da crise” (ou seja, para encher os bolsos dos rentistas e oligarcas de dinheiro): Reforma Trabalhista, Lei da Terceirização, PEC da Morte, assim como foi e é uma das principais vozes favoráveis à insana Reforma da Previdência. Mas o Nosferatu não bebeu sangue o suficiente e ainda quer nos flagelar por mais tempo.
Banqueiro de origem (um dos sub-produtos da Era Lula, diga-se de passagem, como ele próprio fez questão de frisar mais de uma vez no último debate dos presidenciáveis), sua presença ao vivo, em cadeia nacional, pleiteando um cargo no Executivo, é uma ofensa aterradora a todo o povo brasileiro.
Tendo sua imagem intrinsecamente atada ao Presidente da República com os maiores índices de rejeição da história do país, no entanto, Meirelles não vai longe eleitoralmente. Mas se engana quem enxerga sua candidatura como um mero demarcar de espaços. Não. A função de Meirelles, concretamente, é servir como “peso extra” a Geraldo Alckmin, a real e verdadeira ameaça: o que ficou muito claramente estabelecido no próprio debate dos presidenciáveis, com as breves, mas significativas “dobradinhas” e “tabeladas” temáticas realizadas entre ambos, ou mesmo com a simples concordância absoluta em se tratando do programa econômico dos dois candidatos (como Alckmin tem chances eleitorais reais, sendo – repetindo – a maior ameaça, Meirelles, ao abordar seu programa, aborda por tabela o de seu parceiro e aliado de classe).
As forças do rentismo financeiro e do capitalismo ultra-oligárquico que controlam cada milímetro do Brasil já estão organizadas e atacando. Resta ao Povo resistir, da maneira que puder, pela via eleitoral ou não. Não chegarão messias políticos desde as masmorras para nos salvar. Somos só nós, os patriotas e trabalhadores, e Deus, contra o vampirismo financeiro e contra a barbárie empresarial-capitalista que assola nossa Pátria.