A visão que o mundo tem da África é de miséria e fome, mas as coisas estão mudando e o continente africano, lentamente, está encontrando seu próprio caminho de soberania e desenvolvimento. Um caso interessante é o da Tanzânia, que além de estar alcançando autossuficiência alimentar se tornou país exportador de alimentos para o resto da África.
Ainda há muitos países africanos que não conseguiram alcançar a autossuficiência alimentar, o que gera enormes problemas, pois expõe seus habitantes a flutuações de preços sobre as quais os políticos não têm controle, causando não apenas fome, mas também grandes problemas econômicos. A boa notícia, no entanto, é que algumas nações do Continente Negro estão lidando com esse problema investindo na agricultura, produzindo assim alimentos suficientes não apenas para atender às necessidades domésticas, mas também para garantir a exportação de produtos para outros países. Nesse sentido, o caso da Tanzânia é digno de nota.
Produtos alimentícios, o boom da Tanzânia
Desde que foi eleita presidente em 2021, Samia Suluhu Hassan dobrou a parcela do orçamento do Estado para a agricultura, elevando os gastos a níveis não vistos desde 1961, e investiu esse dinheiro para fornecer subsídios para fertilizantes e sementes, bem como para financiar projetos de irrigação. Esses investimentos levaram a um aumento na produtividade agrícola, permitindo que a Tanzânia se tornasse um dos maiores exportadores de commodities agrícolas da África. Uma reviravolta que não apenas protege os consumidores tanzanianos das flutuações de preços nos mercados internacionais, mas também proporciona ao Estado importantes receitas em moeda forte.
Para entender quando as decisões do governo favoreceram a Tanzânia, basta considerar que 1,85 milhão de toneladas de arroz foram produzidas no período de 2020/21 e, se considerarmos que a demanda doméstica é de um milhão de toneladas, isso significa que 850 mil toneladas foram exportadas. No mesmo período, foram produzidas 6,5 milhões de toneladas de milho, contra um consumo interno de 6 milhões de toneladas. Novamente, o restante foi exportado.
Fonte: Il Primato Nazionale