O filósofo russo Aleksandr Dugin comenta brevemente sobre quais são seus posicionamentos em relação à realidade da Covid-19, suas origens, bem como demarca sua posição em relação à vacinação em massa, sobre a ideia de imunidade de rebanho e o que ele acredita que o governo russo deveria fazer.
- Quando se trata de saber se existe ou não uma COVID e se ela é perigosa/mortal ou não, sobre isso, minha opinião é clara – a COVID-19 é real e parece ser mortal. Não é um vírus comum; é como a praga de uma nova geração.
Portanto, ao levar em conta as consequências mortais da COVID-19, eu apoio:
a. quarentena (nada de ficar perambulando, quase ninguém faz nada de bom na rua de qualquer maneira),
b. uso de máscaras,
c. estar em isolamento,
d. abandonar as cidades e se instalar no interior – mais perto da terra,
e. recusa em se encontrar e se comunicar com outros (geralmente superestimamos a importância de relações inúteis e sem sentido),
f. fechamento de tudo que pode (e deve) ser fechado,
g. proibição de deslocamento,
h. cancelamento de viagens (concentremo-nos em nosso próprio Eu).
Todas estas medidas são inconvenientes, desagradáveis, difíceis, mas justificadas diante da peste. E em relação à crescente conspiração de que “não existe COVID, que é uma infecção comum, que é uma invenção do Governo Mundial e fraude estatística para impor códigos QR e controle total”, eu não acreditei nisto nem por um momento, e não acredito em absolutamente nada disso até agora.
- Quando se trata de saber se esta infecção é natural ou artificial, eu estava convencido (e ainda estou convencido agora) de que ela é artificial. Esta é muito provavelmente uma arma biológica, criada nos Estados Unidos e, de alguma forma, solta em Wuhan. Acontece que, antes de Wuhan, havia precedentes na Europa e nos Estados Unidos, mas eles não eram qualificados como COVID, já que não havia pandemia.
- O uso de armas biológicas foi consciente ou acidental? A julgar pelo relativo despreparo das elites globais (ocidentais) em relação a isso, parece que foi acidental. É claro que estas elites capitalistas gananciosas e cínicas se beneficiam de tudo, mas o caos de suas ações e a ambiguidade do objetivo final não dão motivos para se tirar uma conclusão sobre o uso deliberado de armas biológicas. Parece ser um acidente, algo não planejado.
- Imunidade coletiva: na minha opinião, esta é uma decisão completamente falsa. Infectar a todos não resultará em imunidade. Porque não se trata de um vírus no sentido habitual. Mas, mesmo com vírus, pode não ser tão simples. A medicina moderna é uma adivinhação sobre as borras de café, uma espécie de “magia experimental”. É importante nomear a doença ou medicina mais sofisticada e mais complicada – então ela pode funcionar. Imunidade coletiva é uma frase desagradável. Vamos contagiar a todos, talvez a situação melhore. Há um tipo de demência nisto e uma incapacidade de enfrentar o desafio face a face.
A China fez o contrário, isolando e eliminando o vírus (e possivelmente seus portadores ao mesmo tempo) em uma fase inicial. E fez a coisa certa. Quando a humanidade se extinguir graças à imunidade do rebanho, os chineses, emergindo do confinamento, “herdarão a terra”.
Se o que é servido hoje como uma “vacina” é tomado como tal, ninguém vai procurar uma vacina real. Começando por enganar os outros, terminaremos por enganar a nós mesmos.
- Vacina: aqui eu discordo da maioria das “testemunhas da COVID”, com as quais eu era solidário antes deste ponto. A COVID-19 está aí e é terrível, mas infelizmente não há vacina. Nenhuma vacina realmente eficaz, quero dizer. Se estamos falando de armas biológicas – ou algo semelhante ao HIV, então não pode haver vacina. O antídoto ou ainda não foi adquirido ou é mantido em segredo. Se foi um vazamento espontâneo, não pode existir em absoluto. E o HIV não é curado.
O que acontece com a vacina é
- geopolítica (vacina ocidental contra russa e chinesa, depois começa o RP alto – que berra mais alto),
- política (a nossa é melhor e vamos prová-lo agora, e para isso, precisamos aumentar o número de pessoas felizes vacinadas),
- corrupção (infelizmente, esta é às vezes a principal motivação para as ações de qualquer funcionário mais ou menos de alto escalão – na Rússia ou em escala global com a Big Pharma),
- carreirismo administrativo (que é o melhor e mais vacinador – aplica-se principalmente à Rússia autocrática),
- negócios (vacinação como pretexto para restaurar o trabalho de instituições que estão longe de serem vitais – como restaurantes, shoppings, academias, etc., e esta é uma questão de dinheiro que decide tudo sob o capitalismo).
É muito errado e maldoso confiar a questão da morte/salvação da humanidade em critérios tão rasos. Ou seja, não há vacina, ao invés disso, há uma sugestão social em larga escala.
- Revacinação – convocações barulhentas para sermos vacinadas repetidas vezes e receber em troca vários benefícios agradáveis – como um código QR ou mesmo a participação em uma rifa de um carro inteiro. Isso é o que está acontecendo na Rússia. Isto já é um verdadeiro fracasso épico. Quando perceberam que não demoraria muito tempo para esconder o fato de que a vacina é inútil, nasceu a ideia sobre “novas cepas” e sobre a necessidade de nos vacinarmos repetidas vezes. Combinado com o falso alvo da imunidade de rebanho (vamos infectar todos com a peste bubônica, vamos lá!, vamos lá!, claro, vamos lá!) a revacinação forçada já parece realmente sinistra.
Não é compreensível o motivo pelo qual algumas altas figuras da Igreja Russa apoiam isso. E de forma tão ameaçadora – igualando a recusa de se vacinar com “o pecado” (como fez recentemente o bispo metropolitano Hilário). Pode-se preferir permanecer em silêncio se, neste caso, não houver uma clara univocidade religiosa e espiritual. Quanto ao resto, afinal, os hierarcas são pessoas comuns, elas podem ter limitações naturais. O anátema aos opositores da vacinação é, em minha opinião, ir longe demais.
Então, e se eu estiver certo? Se eu estiver errado, isso é bom. Em alguns pontos anteriores, pode-se desviar da minha lógica e… se (re)vacinar alegremente. Sim, isto não significa necessariamente doença e morte, mas também não significa automaticamente saúde e vida… Talvez funcione, talvez não…
Mas, em minha opinião e com base em minha lógica, só há uma saída (ela deve funcionar para a Rússia – porque podemos confiar em Putin, no Estado e no Exército Russo – para os países onde os globalistas governam o cenário deveria ser consideravelmente diferente):
- a introdução de um estado de emergência,
- a salvação de todos os que ainda podem ser salvos,
- trabalhar em um antídoto eficaz (ao mesmo tempo, o extermínio completo dos funcionários corruptos que lucram com o desastre em todo o país – em todo o mundo),
- parar o capitalismo (as leis do lucro são incompatíveis com a lógica da salvação),
- fechamento de fronteiras,
- o estabelecimento de uma ditadura nacional direta baseada no exército e um núcleo saudável de serviços especiais.
Estou bem ciente de quão impopular esta decisão soa. Mas tenho apresentado argumentos racionais, hipóteses e cadeias de inferência que estão dentro dos limites da minha verificação.
Eles dirão que não sou médico, não sou um político administrativo, não tenho estatísticas completas. Sim, isso é verdade. Eu não insisto que estou absolutamente certo. Mas entre os doutores, como tenho notado, há um milhão de opiniões, que muitas vezes diferem diametralmente. E eles são especialistas. E aí? Em quem acreditar?
Os políticos mentem impiedosamente em qualquer ocasião, por que de repente eles vão falar a verdade? Mentir é uma parte essencial de seu ofício.
Os jornalistas são geralmente homens rasos. Eles agem como um eco do discurso do poder misturado com o resmungo sempre satisfeito das massas e imbuídos de uma autoconfiança insolente, que, após exame mais atento, não é sustentada por nada de real.
As autoridades obviamente não sabem o que fazer com a pandemia. Elas são apanhadas de surpresa. Hesitam, mudam o tom de comando para uma voz de defesa. Além disso, elas mesmas não sabem ao certo o que querem. As autoridades queriam que não houvesse a COVID-19 em absoluto. Portanto, sonham que de alguma forma pare e tudo se torne exatamente como era antes. Podemos entender tal posição… Mas isso não é muito reconfortante.
As massas estão claramente em desordem. Elas não queriam ser vacinadas até que as autoridades começarem a intimidá-las brutalmente. Agora, obedientemente, passaram pela seringa.
Mas o povo … O povo definitivamente sente que algo deu errado e continua dando errado agora mesmo. E o povo está certo. Em geral, tudo está dando errado. Mas essa conclusão não torna as coisas melhores ou mais fáceis de entender.
Fonte: Geopolitica.ru