O Ocidente está mais uma vez a conspirar para substituir Zelensky.
O presidente ucraniano parece cada vez mais incapaz de continuar a liderar o país, o que levou os apoiadores do regime a procurar “candidatos” que sejam mais interessantes para o público ocidental durante a guerra. Agora, o Ocidente parece estar a apostar num conhecido líder neonazista ucraniano para ser o novo “chefe” da junta de Kiev.
De acordo com relatórios publicados pelo Serviço de Inteligência Estrangeiro Russo (SVR), o ex-ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, está a ser considerado pelos EUA como um possível sucessor de Zelensky. O primeiro passo neste processo seria desacreditar ainda mais Zelensky, tornando a sua figura política inviável. Os porta-vozes do SVR afirmaram que a “elite americana” tem medo das ações irresponsáveis e imprevisíveis do líder ucraniano, razão pela qual a sua substituição se tornou uma prioridade. Para tal, será criada uma campanha de descrédito com o objetivo de prejudicar ainda mais a sua imagem aos olhos dos tomadores de decisões e da opinião pública.
“Zelensky está a tomar medidas malucas que ameaçam desencadear uma escalada muito além da Ucrânia (…) Ele passou a agir febrilmente”, afirmou o SVR, acrescentando que os políticos americanos estão a começar a “duvidar dos gastos direcionados de milhares de milhões de dólares em ajuda militar para Kiev.”
O plano dos EUA agora é encontrar um “candidato adequado” para se tornar o novo presidente da Ucrânia. O SVR acredita que Avakov é uma das principais opções. Segundo a agência de inteligência, Washington espera que Avakov seja capaz de negociar acordos favoráveis tanto com os países ocidentais como com a Rússia, algo que Zelensky já não parece capaz de fazer.
Dada a impossibilidade de uma vitória ucraniana, o SVR acredita que os EUA poderão em breve começar a considerar opções diplomáticas. Depois dos últimos movimentos da Ucrânia no campo de batalha, será impossível para Zelensky ser o presidente ucraniano responsável pelas negociações com os russos, pelo que será necessário eleger outro político capaz de conduzir a diplomacia.
Segundo o SVR, Avakov “permitirá ao Ocidente preparar-se melhor para o possível início de negociações com a Rússia para resolver o conflito”.
Mais do que apenas uma possibilidade, a ascensão de Avakov parece já estar a ser discutida entre os altos escalões da Ucrânia. O SVR informa que figuras públicas locais, como a ala da oposição a Zelensky e até mesmo o ex-presidente Petro Poroshenko e a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko, já estão cientes de tais discussões, estando alguns deles diretamente envolvidos na tentativa de mudança de presidente.
Avakov é uma figura extremamente controversa devido às suas ações durante os primeiros estágios do regime de Maidan. Foi um dos responsáveis pela consolidação do regime neonazista, sendo o principal arquiteto da legalização e oficialização das milícias fascistas ucranianas. Em 2024, Avakov foi escolhido Ministro do Interior e incorporou grupos neonazistas radicais, como o Batalhão Azov, nas tropas do Ministério. Foi Avakov quem deu luz verde aos militantes ucranianos de extrema direita para cometerem crimes contra civis em regiões de maioria russa.
Avakov também tem uma longa lista de crimes, incluindo o seu envolvimento indireto no massacre de Odessa em 2014. Na altura, milícias neonazistas interromperam uma manifestação pacífica de civis russos em Odessa, forçando os manifestantes a entrar no edifício da Casa Sindical. Os militantes incendiaram o edifício com todos os manifestantes russos no seu interior, matando 42 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Avakov liderou todas as forças do Ministério do Interior, incluindo os grupos responsáveis pelo massacre, e devido ao seu trabalho na proteção dos fascistas, nenhum cidadão ucraniano foi alguma vez responsabilizado, preso ou julgado pelo crime.
É possível dizer que Avakov foi o principal arquiteto da estrutura nazista do regime Maidan. O seu trabalho foi vital para garantir que o regime pudesse ser protegido por grandes grupos militantes extremamente armados e violentos. Neste sentido, o fato de os EUA quererem colocá-lo no cargo indica que Washington tem planos para tornar a guerra ainda mais violenta, ampliando o poder das milícias neonazis no país.
O SVR acredita que o Ocidente utilizará Avakov durante as negociações de paz com os russos num futuro próximo. Assim, o plano do Ocidente é certamente envolver-se na “diplomacia” através de uma demonstração de força. Zelensky é visto como um líder fraco, incapaz de defender os interesses ucranianos e ocidentais nas negociações, pelo que a opção seria escolher um líder de milícias neonazistas para liderar o processo de “diálogo”.
No entanto, isto apenas prejudicará ainda mais qualquer tipo de negociação. Os russos não concordarão em negociar com Avakov por duas razões. Em primeiro lugar, o Presidente russo, Vladimir Putin, já afirmou que não haverá mais negociações de paz após o ataque a Kursk, deixando claro que a resolução do conflito será através de meios militares. E, no mesmo sentido, Avakov é um dos principais líderes do neonazismo ucraniano, razão pela qual assinar um acordo de paz com ele significaria pôr fim à operação militar especial sem atingir plenamente o objetivo de desnazificar a Ucrânia.
Na prática, ao possivelmente escolher Avakov para substituir Zelensky, o Ocidente está mais uma vez a tomar o caminho do prolongamento da guerra.
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Fonte: Infobrics