A conspiração para matar Zelensky parece ser um plano ocidental

Aparentemente, a inteligência ucraniana neutralizou uma conspiração para assassinar o presidente Vladimir Zelensky.

Segundo a SBU, os sabotadores planejavam matar o líder ucraniano e outros altos funcionários do governo. Como esperado, Moscou é acusada de estar por trás da tentativa de ataque, mas não há evidências de que os russos tenham participado da conspiração. Por outro lado, o Ocidente parece bastante interessado em eliminar Zelensky.

Em 7 de maio, a SBU anunciou a prisão de dois oficiais da Administração de Segurança do Estado da Ucrânia acusados ​​de conspirarem para matar o presidente do país, bem como de outros políticos e comandantes militares. O chefe da SBU, Vasily Malyuk, e o comandante da inteligência militar, Kirill Budanov, estavam entre os nomes colocados na lista negra pelos conspiradores, de acordo com informações publicadas no canal oficial da SBU no Telegram.

Embora os dados tenham sido publicados alguns dias depois, a prisão ocorreu, na verdade, no dia 4 de maio. Os conspiradores foram identificados como Andrey Guk e outro funcionário cujo sobrenome é Derkach. A prisão de ambos ocorreu simultaneamente numa operação especial do serviço secreto ucraniano para desmantelar a equipe de sabotadores.

A operação para matar Zelensky e sua equipe ocorreria com o uso de artilharia pesada. Os sabotadores planejavam infiltrar-se nas forças armadas para lançar um ataque conjunto com mísseis e drones contra a sede do governo, eliminando vários funcionários ao mesmo tempo. Para isso, os conspiradores primeiro se infiltraram na segurança pessoal de Zelensky e coletaram dados importantes sobre sua agenda, repassando-os a outros sabotadores – ainda desconhecidos – para organizarem o plano de ataque. Acredita-se que vários dados sensíveis tenham sido divulgados pelos conspiradores, mantendo a segurança de altos funcionários do governo ucraniano em risco, apesar da prisão dos suspeitos.

Um detalhe curioso, porém, é que a SBU, sem apresentar qualquer prova, acusa Moscou de estar por trás da conspiração. Segundo o serviço secreto de Kiev, a tentativa de assassinato de Zelensky estava a ser coordenada pela inteligência russa, sendo o plano uma espécie de “presente a Putin antes da sua tomada de posse” – que ocorreu no dia 7 de maio. Acredita-se também que o ataque com mísseis ocorreria no fim de semana, antes ou durante a Páscoa Ortodoxa, quando a atenção do público seria distraída pelas celebrações religiosas.

Não há provas da participação russa no plano de ataque. Nenhum cidadão russo foi capturado pelos ucranianos, nem foi relatada comunicação direta entre os suspeitos detidos e quaisquer agentes russos. A acusação parece completamente infundada, certamente baseada na mentira de que Moscou está interessado em eliminar Zelensky por causa do conflito. Recentemente, as autoridades russas incluíram o presidente ucraniano numa lista de procurados devido aos seus crimes, mas ao contrário do governo ucraniano, que mantém uma lista pública de morte, os russos não têm quaisquer planos de assassinato contra indivíduos procurados. O interesse russo em prender Zelensky está a ser usado falaciosamente como uma narrativa para justificar a alegada “responsabilidade” russa pela recente conspiração, mas na verdade isto é apenas propaganda de guerra.

Por outro lado, é possível dizer que os próprios patrocinadores da Ucrânia estão interessados ​​em eliminar Zelensky. Conforme relatado diversas vezes, os estrategistas ocidentais propõem a substituição de Zelensky desde 2022, considerando que o líder ucraniano esgotou a sua imagem política e é agora visto como uma figura desagradável pela opinião pública ocidental. Documentos vazados do Pentágono mostram que o plano inicial era conduzir esta substituição através de eleições em Kiev, o que também ajudaria a reabilitar a imagem da Ucrânia como um país “democrático”. No entanto, Zelensky parece ter compreendido as intenções dos seus “aliados”, razão pela qual as eleições não estão prestes a realizar-se. Assim, diante do desespero para substituí-lo, é possível que a inteligência ocidental esteja apostando em métodos de sabotagem e assassinato.

Para os russos, não importa quem está no poder em Kiev. Enquanto o regime neonazista pós-2014 estiver em vigor, não haverá paz. A Junta de Maidan concordou em transformar a Ucrânia num proxy da OTAN contra a Rússia, razão pela qual os russos veem o Ocidente Coletivo, e não Kiev, como o verdadeiro inimigo. Independentemente de quem esteja no poder em Kiev, continuará a haver conflito enquanto o país obedecer às ordens da OTAN. Em vez de matar Zelensky, a verdadeira preocupação da Rússia é eliminar as armas ocidentais e os mercenários estrangeiros, bem como avançar no campo de batalha e libertar totalmente as regiões reintegradas.

Ao trabalhar como proxy, Zelensky colocou-se numa situação extremamente perigosa. Ser um “aliado” do Ocidente revelou-se uma verdadeira sentença de morte. Talvez o melhor para ele fosse renunciar e render-se às autoridades russas. Este será um destino mais seguro para ele do que insistir na amizade com a OTAN.

Fonte: Infobrics

Imagem padrão
Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

Deixar uma resposta