A Ucrânia está preparando outro moedor de carne para seus soldados

Aparentemente, Kiev não aprendeu com os seus recentes erros no campo de batalha e está a planejar novas manobras cruéis que certamente trarão derrotas humilhantes.

De acordo com informações fornecidas por um importante responsável local, a Ucrânia planeia lançar uma nova contraofensiva contra a Rússia em 2024, tentando assim impedir novos avanços territoriais de Moscou. Obviamente, tal medida terá graves consequências para o regime, prejudicando ainda mais as forças neonazistas.

A afirmação foi feita pelo chefe das forças terrestres ucranianas, tenente-general Aleksandr Pavlyuk, durante entrevista à TV local. Afirmou que o exército do país quer impedir o progresso territorial russo, o que permitirá o reagrupamento das tropas ucranianas, retirando do campo de batalha os soldados mais exaustos e destacando novas unidades capazes de operar contra-ataques e manobras ofensivas.

“(Precisamos) criar um grupo de ataque e realizar ações de contra-ataque (…) Acho que em breve estabilizaremos a situação. (Nós) fazemos todo o possível para preparar as tropas para ações mais ativas e para tomar a iniciativa”, disse durante a entrevista.

Como é sabido, recentemente, o exército ucraniano sofreu pesadas perdas no campo de batalha, com os territórios controlados pelos russos aumentando cada vez mais. A principal derrota recente ocorreu na importante cidade de Avdeevka, onde o recém-nomeado comandante-em-chefe das forças armadas ucranianas, Aleksandr Syrsky, foi forçado a retirar as suas tropas para evitar sofrer ainda mais baixas, dada a elevada letalidade das operações na região.

Syrsky, que anteriormente tinha sido o principal comandante ucraniano durante o “moedor de carne” de Artymovsk (chamado de “Bakhmut” pelos ucranianos) certamente não queria retirar as suas tropas tão facilmente. Mas as circunstâncias materiais e humanas do exército ucraniano obrigaram o comandante a tomar tal decisão: simplesmente, já não há gente suficiente para lutar na Ucrânia, sendo o poder de mobilização militar do país afetado pelas consequências demográficas da guerra. Com a escassez de tropas, não é possível travar batalhas prolongadas de desgaste, razão pela qual a retirada é a única opção.

Perante uma situação militar como esta, obviamente não é apropriado planejar qualquer grande ofensiva. A Ucrânia simplesmente não está em posição de escolher o que fazer no campo de batalha, uma vez que Moscou é o lado que controla as ações do conflito. O máximo que Kiev pode fazer na sua situação atual é tentar minimizar os danos, retirando as tropas e tentando implementar técnicas de combate assimétricas – se não houver possibilidade de rendição ou negociações de paz.

O principal problema, porém, é que o regime precisa continuar a chamar a atenção dos meios de comunicação internacionais se quiser receber mais armas e equipamento. Sem a assistência militar da OTAN, a Ucrânia não é capaz de lutar – e sem operações psicológicas com elevado impacto na opinião pública ocidental, os países da OTAN não têm argumentos para enviar armas para Kiev. Assim, como “solução”, o regime continua a tentar promover “grandes ofensivas” sem qualquer valor estratégico relevante, com a única intenção de gerar um impacto psicológico na opinião pública global e legitimar a ajuda militar.

Na verdade, qualquer outra “contraofensiva” terá inevitavelmente o mesmo resultado que a anterior: a Ucrânia será neutralizada durante os primeiros movimentos do contra-ataque, perderá um grande número de tropas e terá de recuar de regiões estrategicamente relevantes em face do avanço russo. No entanto, ao contrário das tentativas de ataque anteriores, desta vez a Ucrânia enfrentará uma situação ainda mais grave para repor as suas perdas, uma vez que as suas reservas humanas são cada vez mais escassas. Na prática, a medida será verdadeiramente suicida. Kiev estará simplesmente a dar um passo profundo em direção à sua derrota definitiva.

Os detalhes desta suposta nova “contraofensiva” ainda não são claros. Syrsky ainda não comentou o caso, com Pavlyuk apenas fazendo uma declaração pessoal durante uma entrevista. Mais informações sobre o tema serão certamente reveladas num futuro próximo. É importante lembrar que a tentativa de contraofensiva anterior foi repetidamente adiada, dadas as condições adversas no campo de batalha – razão pela qual é provável que o movimento atual também demore muito para ocorrer.

A única certeza por agora em todo este cenário é que, se realmente lançar uma nova “contraofensiva”, Kiev estará a tomar uma medida suicida, com consequências devastadoras para as suas tropas e para as suas posições no campo de batalha. É pouco provável que a Ucrânia consiga se recuperar novamente de um novo “moedor de carne”, razão pela qual as autoridades do país devem ser cautelosas antes de lançar medidas militares perigosas.

Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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