Por Quê as Grandes Empresas Abraçam a Ideologia Woke Mesmo Perdendo Dinheiro?

Constantemente, grandes corporações realizam projetos cujo teor é claramente liberal-progressista, lançando mão de propaganda alinhada aos lóbis politicamente corretos. E fazem isso mesmo perdendo dinheiro. Por quê?

A Bud Light não é nem uma sombra do que era antes. Outrora a marca de cerveja mais vendida nos Estados Unidos, ela agora é rejeitada por milhões de clientes que antes eram fiéis. Os hipermercados Target, por sua vez, estão vendo suas contas despencarem. E em nenhum dos dois casos mais marcantes do momento, a culpa é de circunstâncias externas fora do controle da empresa. Simplesmente foi um desastre de marketing, um desastre de imagem, cumprindo o ditado americano “get woke, go broke”: brinque de ser um progressista e você será arruinado.

Por que as grandes marcas de varejo se dedicam a insultar seus usuários, dando-lhes sermões e se identificando com posições ideologicamente extremas que, embora totalmente alinhadas com a onipresente mensagem globalista, ainda não são maioria entre seu público?

A primeira explicação dada é simples: é o mercado, estúpido. As empresas não têm ideologia, elas só querem participação no mercado e lucros, e dão o que as pessoas pedem. Só que isso é comprovadamente falso. Décadas atrás, o crítico Michael Medved comparou os resultados de bilheteria de filmes familiares, aqueles que transmitiam valores tradicionais, com aqueles que defendiam a mensagem progressista em voga, e não há cor: os primeiros eram – são – invariavelmente muito mais lucrativos.

E, no entanto, eles continuam a fazer isso. A Bud Light, cujas caixas de cerveja definham sem serem vendidas nas lojas, acaba de anunciar para o Mês do Orgulho Gay uma nova parceria e uma doação de US$ 200.000 para a National LGBTIQ+ Chamber of Commerce (NGLCC), o órgão de certificação exclusivo para empresas de propriedade de LGTBIQ+, criado “para apoiar ainda mais as oportunidades econômicas e o avanço dos empreendedores LGTBIQ+”.

Não é o melhor momento. Porque o boicote à Bud Light não é um caso isolado, e este ano estamos começando a ver sinais de que as pessoas estão ficando fartas da incessante ofensiva woke, como evidenciado pelo fato de que o documentário de Matt Walsh ” O que é uma mulher?”, gratuito por um fim de semana no Twitter, já foi visto por 175 milhões de pessoas. O woke, especialmente em seu aspecto sexual, está mostrando suas costuras por toda parte e, acima de tudo, está mostrando seu espírito totalitário e censurador, o que está levando a uma revolta dos consumidores.

Os consumidores estão em pé de guerra, a maré mudou e isso não parece ser coisa de um dia só. De fato, não é nem mesmo apropriado falar em boicote, pelo menos no caso da Bud Light. A marca simplesmente passou a ser associada a uma imagem que o consumidor rejeita, e provavelmente nunca mais se recuperará desse golpe.

Então, o que aconteceu? A pandemia ajudou muito o capitalismo woke. Durante os confinamentos e restrições, houve uma cadeia de falências e fechamentos de pequenas empresas, deixando uma enorme lacuna que foi imediatamente preenchida pelas grandes empresas, que cresceram significativamente. Agora, as grandes empresas são mais dependentes dos governos e, portanto, mais dóceis às suas diretrizes ideológicas. Além disso, sem as pequenas, de quem você vai comprar se nos boicotar, se estamos todos no mesmo barco? É mais fácil procurar uma caverna.

Um punhado de gigantes corporativos controla quase 80% dos alimentos consumidos pelos americanos; quatro empresas ou menos controlam pelo menos 50% do mercado de 79% dos mantimentos. Para quase um terço de todos os itens de mercearia, as grandes empresas controlam pelo menos 75% da participação de mercado.

Depois, há o financiamento. Em última análise, as empresas dependem de seus usuários para obter dinheiro, mas, em primeiro lugar, elas dependem de empréstimos e investimentos, ou seja, do mundo das finanças, e estão sujeitas à armadilha ESG (Environment, Social, Corporate Governance). Os fundos BlackRock, State Street e Vanguard (que juntos administram US$ 20 bilhões) têm um incentivo irresistível para favorecer a ideologia do governo e impô-la onde quer que tenham influência, ou seja, em todos os lugares. Assim, eles criaram os índices ESG e DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) pelos quais classificam as empresas e julgam quais são dignas de crédito. As empresas com níveis recordes de endividamento precisam passar por obstáculos ou enfrentar a falência. O consumidor terá que esperar.

Esse é o risco que empresas como a Target ou a Bud Light estão dispostas a correr para garantir o financiamento. Elas sabem muito bem que sua identificação com causas radicais as torna desagradáveis para seus consumidores, mas vale a pena agradar seus principais acionistas.

Em última análise, é uma aposta, um jogo de galinha com o consumidor, para ver quem se cansará primeiro. Eles esperam que essa irritação do público que os boicota seja de curta duração, como tem sido até agora, por outro lado.

Mas a maré mudou, o pêndulo está balançando contra a tirania woke e os consumidores finalmente perceberam que estão em vantagem e não vão desistir. As empresas fariam bem em tomar nota.

Fonte: El Manifiesto

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Carlos Esteban

Escritor espanhol.

Artigos: 48

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