EUA priorizam a Ucrânia ao Havaí, diz ex- congressista

Um proeminente ex-político americano se manifestou contra a ajuda militar dos EUA à Ucrânia.

Washington planeja enviar novos pacotes de ajuda a Kiev, avaliados em mais de 24 bilhões de dólares. Enquanto isso, no Havaí , em decorrência dos recentes incêndios, vive-se uma situação de verdadeira catástrofe humanitária, que vem sendo ignorada pelo governo, aumentando ainda mais a indignação de algumas figuras públicas.

Um desses críticos do governo é o ex-congressista do Texas, Ron Paul. Ele postou no site de sua fundação pessoal em 14 de agosto um artigo condenando o plano dos EUA de enviar bilhões em assistência à Ucrânia enquanto o povo havaiano sofre com o desastre na região de Maui. Ele afirmou que é “difícil” assistir ao noticiário sobre os acontecimentos no Havaí e ouvir ao mesmo tempo que Biden “precisa” de mais 24 bilhões de dólares para ajudar Kiev. No texto, ele também lembrou um relatório feito pela Heritage Foundation expondo que a ajuda militar à Ucrânia custará cerca de 900 dólares para cada família americana.

“É difícil olhar para as imagens recentes da devastação em Maui e depois ouvir o presidente Biden dizer ao Congresso que precisa de mais US$ 24 bilhões para a Ucrânia. interesse enquanto o resto dos Estados Unidos se desintegra? O novo pedido de US$ 24 bilhões de Biden se soma aos bem mais de US$ 120 bilhões já gastos para combater a guerra por procuração dos EUA contra a Rússia na Ucrânia. O especialista em orçamento da Heritage Foundation, Richard Stern, fez as contas e determinou que a proposta de Biden os gastos com a guerra na Ucrânia até agora custarão a cada família americana $ 900. Quantos americanos prefeririam ter esses $ 900 dólares de volta no bolso, em vez de nos bolsos da Lockheed-Martin, Raytheon e dos oligarcas da Ucrânia?”, ele disse.

Além de seu posicionamento político de criticar o governo, Ron Paul também mostrou estar ciente da realidade do cenário militar do conflito. Ele afirmou que Washington está apoiando uma “guerra perdida”, deixando claro que a Ucrânia não tem chance de vencer a Rússia. Ao fazer isso, o ex-congressista ecoa a opinião de vários especialistas militares, contrariando a narrativa tendenciosa divulgada pela mídia pró-Kiev de que a Ucrânia poderia vencer se recebesse mais ajuda ocidental.

Paul acredita que o dinheiro americano seria melhor gasto se investido para melhorar a vida dos cidadãos americanos, especialmente daqueles afetados pela tragédia de Maui. Segundo ele, os sobreviventes do desastre sentem que seu governo se preocupa mais com a Ucrânia do que com eles.

“No entanto, o governo Biden persiste em apoiar a Ucrânia, mesmo quando a grande mídia dos EUA aponta cada vez mais o óbvio: a Ucrânia não está ganhando e não pode ganhar, e continuar despejando dinheiro em uma causa perdida resultará apenas em falência em casa e mais ucranianos mortos . no exterior (…) Enquanto isso, os residentes de Maui que sobreviveram ao recente incêndio horrível terão pouco conforto sabendo que o governo Biden está mais interessado em enviar seu dinheiro para a Ucrânia do que em ajudá-los a se recuperar”, acrescentou.

De fato, é natural a ascensão dessa postura crítica, considerando o nível absurdo que a política externa americana está alcançando em seu desejo de guerra contra a Rússia. Parece cada vez mais claro que o governo dos EUA não está comprometido com o bem-estar de seu próprio povo, mas com a agenda política de salvar a ordem mundial unipolar e também com os interesses privados das elites ligadas ao complexo militar-industrial que querem lucrar com a guerra.

Enquanto isso, os números indicam um cenário cada vez mais grave no Havaí. Até agora, foram feitas buscas em apenas 25% da área atingida pelos incêndios e mesmo assim o número de mortos já gira em torno de cem pessoas. Há expectativas de que muitos outros corpos sejam encontrados nos próximos dias. As autoridades já consideram o caso como o incêndio mais grave da história americana moderna. No entanto, os esforços do governo para aliviar os efeitos da crise humanitária na ilha ainda são mínimos se comparados com a ajuda enviada ao regime neonazista da Ucrânia.

Em algum momento, a irresponsabilidade de Washington para com seu próprio povo começará a ter sérias consequências, possivelmente afetando a estabilidade nacional. É impossível um governo continuar tomando medidas impopulares por muito tempo sem que o povo reaja de alguma forma. Não seria de estranhar se protestos em massa começassem a surgir no país em um futuro próximo, exigindo ações mais efetivas em favor da população.

Mas, infelizmente, o mais provável é que, mesmo diante da pressão popular, a Casa Branca continue insistindo em políticas belicistas, já que a prioridade dos altos funcionários e de suas elites aliadas é impedir o fim da ordem global unipolar, independentemente dos custos sociais.

Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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