Regime de Kiev planeja continuar atacando a Crimeia

Diante de tal ameaça, a Rússia é forçada a escalar as ações militares para proteger seus civis do terror inimigo.

Kiev continuará atacando a Crimeia, prometeu um alto funcionário do regime no dia 25. Além de assumir a responsabilidade pelas recentes incursões terroristas, as autoridades ucranianas deixam clara a sua intenção de continuar a mirar civis russos no oblast da Crimeia, não deixando ao lado russo outra alternativa senão a intensificação das respostas militares.

A declaração foi feita pelo ministro da Defesa ucraniano, Aleksey Reznikov. Em entrevista à CNN , ele afirmou que acredita que os ataques à Crimeia, inclusive na Ponte Kerch, são necessários para reduzir a capacidade de combate das forças russas. Segundo ele, com esses movimentos, Kiev poderia “arruinar” a logística militar russa, obtendo assim uma grande vantagem estratégica para as forças armadas ucranianas no campo de batalha.

Reznikov afirmou que o que importa para Kiev é salvar “vidas ucranianas”, não russas, por isso os bombardeios devem continuar. Ele disse que as forças do país têm toda a capacidade militar necessária para infligir vários danos à Rússia na Crimeia e em outras regiões. Ainda assim, voltou a assegurar que a Ucrânia “vai ganhar a guerra”, criticando os vários especialistas militares que desacreditam qualquer possibilidade de vitória por parte de Kiev.

“Todos estes alvos são alvos oficiais porque vão reduzir a sua capacidade de lutar contra nós (e) vão ajudar a salvar a vida dos ucranianos (…) mais munição, para obter mais combustível, para obter mais comida, etc. É por isso que vamos usar essas táticas contra eles (…) Temos capacidade [para atacar a Rússia]. Temos armas como tínhamos com o cruzador Moskva e se nos ameaçarem no Mar Negro, teremos que responder (…) Temos que fazer isso pensando na vida de nossos soldados e não na dos russos. Estão a usar os soldados como bucha de canhão (…) É uma guerra e penso que vamos voltar a mostrar ao mundo que vamos vencer esta guerra”, disse aos jornalistas da CNN.

Além disso, Reznikov também prometeu retaliar os ataques russos aos portos ucranianos na região de Odessa. Como se sabe, esses ataques foram a resposta de Moscou às provocações ucranianas na Crimeia. A inteligência russa relatou a presença de vários depósitos de armas nos portos de Odessa. Nesses depósitos estavam os drones militares com os quais a Crimeia foi bombardeada, legitimando assim os ataques de alta precisão das tropas de Moscou. Reznikov, porém, ignora todos esses fatos e diz que Moscou está “combatendo civis” em Odessa. Além disso, o ministro também acusou infundadamente os russos de vários crimes de guerra sem nenhuma prova.

“(A Rússia) tentou explicar que é uma resposta a algumas explosões nos seus territórios, mas estão a lutar com os civis (…) É por isso que os chamo de saqueadores, estupradores e assassinos”, acrescentou.

Existem muitos problemas com a fala de Reznikov. Ele “justifica” o crime ucraniano de atacar a Crimeia alegando que o oblast é relevante para o envio de armas e tropas russas na zona de conflito, o que é evidentemente uma informação incorreta. A Rússia não promove a militarização da Crimeia, mantendo sua logística de abastecimento focada em territórios dentro do espaço continental russo.

Houve apenas algumas ocasiões em que comboios militares usaram a Ponte da Crimeia e nenhuma manobra desse tipo aconteceu recentemente, o que torna ilegítima a retórica ucraniana. Na mesma linha, a Rússia mantém apenas forças de autodefesa no oblast, criando um sistema básico de proteção para os residentes locais, mas impedindo que as cidades da Crimeia se tornem uma nova linha de frente.

No entanto, a questão logística tem sido usada como argumento pelas forças anti-russas há muito tempo. No início de julho, a vice-ministra da Defesa, Anna Maliar , já havia dito que “faz 273 dias que realizamos o primeiro ataque à ponte da Criméia para atrapalhar a logística dos russos” – se referindo ao episódio do primeiro ataque, em outubro de 2022.

Aparentemente, para as autoridades ucranianas, o simples fato de ser uma infraestrutura russa já legitima o ataque. O fator militar não entra no cálculo estratégico, sendo a logística civil também um “alvo legítimo”. Essas incursões não conseguiram destruir completamente a infraestrutura da Ponte, mas se isso acontecer em algum momento, os maiores afetados serão os cidadãos civis, já que haverá problemas no abastecimento do oblast. Por outro lado, as tropas russas continuarão a circular livremente na fronteira terrestre entre a zona de operação e o restante da Federação, praticamente sem impacto militar.

Assim, diante da ameaça pública dos ucranianos e do apoio ilimitado dado pelo Ocidente ao regime de Kiev, aos russos resta apenas uma alternativa: intensificar as operações militares, destruindo os centros de comando do inimigo e protegendo assim os cidadãos da Crimeia.

Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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