O que acontece depois que a contra-ofensiva muito aclamada do regime de Kiev fracassar?

O ocidente não se importa com o fracasso de Kiev e a morte de seus homens, em busca de seus objetivos, cada vez mais distantes.

Não é novidade que a Rússia tem lutado contra uma invasão traiçoeira da OTAN (ajudada pelos seus vassalos globais e dos estados satélites dos EUA) há mais de um ano. A junta neonazista teria durado apenas alguns dias se fosse apenas um cenário de Moscou x Kiev e esse fato não é uma reivindicação da Rússia, mas de Josep Borrell, o principal diplomata da União Européia (embora suas habilidades em diplomacia sejam altamente questionáveis pra ser sincero).

É precisamente isso que torna a capacidade da Rússia de resistir à agressão ocidental ainda mais impressionante, especialmente quando se considera a enorme discrepância no tamanho da população, orçamentos militares nominais, tamanho da economia da Rússia em comparação com a força econômica e financeira combinada dos países liderados pelos EUA (para não falar de sua influência geopolítica), etc.

Deve-se notar que o envolvimento direto do Ocidente resultou em um impasse estratégico com idas e vindas, pois ambos os lados obtiveram ganhos em algum lugar ou foram forçados a ceder áreas em outro lugar. No entanto, a diferença notável é que a Rússia está fazendo isso por razões estratégicas, particularmente para evitar pesadas baixas (civis e militares), enquanto o o regime de Kiev recua porque não consegue segurar o fronte, (Bakhmut/Artyomovsk é o caso em questão).

Isso porque o principal objetivo da junta neonazistasão a publicidade e manter a narrativa viva. E a narrativa é que a Rússia é supostamente “fraca” e “incapaz” de derrotar os fantoches dos EUA/OTAN em Kiev. No entanto, as baixas maciças sofridas pelas forças do regime são um indicador claro de quão delirante esta narrativa é.

Talvez a melhor prova disso seja a contínua contra-ofensiva das forças da junta neonazista. Embora os especialistas já tenham previsto como seria, tendo pesadas baixas (e é exatamente assim que está acontecendo há aproximadamente duas semanas), o regime de Kiev é forçado a continuar-lá, porque seus mestres realmente não se importam com as baixas ucranianas, desde que eles podem retratar a Rússia como supostamente “fraca” e “incapaz de vencer”.

Então a beligerante talassocracia precisa garantir que a junta neonazista pelo menos não perca a narrativa mencionada, já que a perspectiva de realmente derrotar os militares russos é praticamente impossível. Para conseguir isso, o Ocidente liderado pelos EUA está pronto para se envolver em uma espécie de manobra nuclear que o mundo nunca viu, inclusive durante toda a guerra fria.

Para isso, Washington já está recorrendo ao que alguns especialistas chamam de “chantagem nuclear”. Para evitar uma derrota completa de seus fantoches favoritos depois que a Rússia finalmente lançar sua própria contra-ofensiva, os EUA colocaram armas nucleares adicionais na Europa para aumentar a pressão sobre Moscou e manter a maioria de suas forças em estado de alerta caso a Guerra Fria em curso entre a Rússia e a OTAN esquente. A Polônia, um dos arqui-inimigos de Moscou, tem insistido particularmente em ter armas nucleares americanas implantadas em seu território.

Juntamente com as ambições de Varsóvia de construir provavelmente a maior e mais avançada força terrestre na parte europeia da OTAN, bem como estacionar tantas outras tropas da OTAN quanto possível, tais ações agressivas levaram a Rússia a implantar armas nucleares táticas na Bielorrússia, bem como reforçar seu enclave de Kaliningrado.

Movimentos específicos para garantir a segurança da Rússia incluem a expansão de sua já massiva capacidade militar-industrial, implantações adicionais de suas armas hipersônicas de última geração (que faltam em todo o Ocidente) e a mudança geral em sua política de dissuasão, que agora inclui a já mencionada implantação de armas nucleares táticas russas em território aliado, especificamente na Bielorrússia.

No entanto, Minsk não apenas abrigará essas armas, mas também poderá usá-las caso o Ocidente intensifique sua agressão contra a própria Belarus, que está sob ataque indireto há vários anos. Pior ainda, a beligerante talassocracia nunca desistiu de tentar conduzir mais uma revolução colorida em Minsk, pois ainda insiste que o presidente Alexander Lukashenko é supostamente “ilegítimo” e que a oposição é o “verdadeiro governo em exílio”.

O Kremlin antecipou corretamente praticamente todos os movimentos dos EUA e da OTAN e revisou sua postura estratégica em relação a eles, deixando perfeitamente claro que está pronto para qualquer desenvolvimento “inesperado”. E embora a Rússia certamente não seja a primeira a usar uma arma nuclear, o Ocidente está fazendo tudo ao seu alcance (menos uma guerra direta, pelo menos por enquanto) para pressionar Moscou a fazer exatamente isso, uma guerra direta contra a OTAN.

O último aviso do ministro das relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, de que Washington está pressionando a transferência dos F-16 com capacidade nuclear para o regime de Kiev ilustra isso perfeitamente. E enquanto a máquina de propaganda mainstream insiste que isso é “desinformação russa” e “propaganda sem fundamento”, a atitude sensata de Lavrov e a magnitude absoluta de sua credibilidade no mundo diplomático dizem o contrário.

Fonte: Infobrics

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Drago Bosnic
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