Discurso de Konstantin Malofeev para a Conferência Global Multipolar

Transcrição da fala de Konstantin Malofeev, empresário russo e dono da TV Tsargrad, na Conferência Global Multipolar, em 29 de Abril de 2023.

O liberalismo, o liberalismo global, está morto. Agora estamos testemunhando sua agonia. O que Francis Fukuyama recentemente acreditou ser o fim da história, o que foi apresentado aos povos do mundo não apenas como o fim da história, mas como seu apogeu, alcançar o destino final, uma sociedade absoluta que realiza o ideal da democracia liberal ocidental, transformou-se em uma farsa. Descobriu-se que o mundo da democracia liberal é um mundo de caos, violência, segregação, racismo e ódio universal. É um mundo governado por minorias. Para começar, a própria minoria ocidental iria governar a maioria do mundo. Um bilhão iria ditar sua vontade a sete bilhões. Tem sido assim nos últimos 200 anos. Por 200 anos, as potências coloniais europeias segregaram, exploraram e abusaram, exportando recursos naturais, bem como escravos, da África, Ásia e América Latina.

Mas esse tempo já passou. A época da dominação dessa hegemonia globalista, que geograficamente se localizava no Ocidente, mas que mesmo assim não conseguia unir todas as nações ocidentais. Esse tempo já passou. Vemos este sistema desmoronando diante de nossos olhos. A vida do hegemon americano está chegando ao fim. E está se apagando deste mundo. Ele está tentando travar uma guerra mundial para preservar a ordem mundial existente. Mas o império colonial britânico, como predecessor do pseudo-império americano, teve sucesso em tal empreendimento? A resposta é não. Tanto a Primeira quanto a Segunda Guerra Mundial, que deveriam ter servido para glorificar ainda mais o Império Britânico, terminaram com o crescimento do poder dos Estados Unidos após a Primeira Guerra Mundial. Após a Segunda Guerra Mundial, durante os anos 50 e 60, o Império Britânico simplesmente acabou. E as ex-colônias britânicas tornaram-se estados independentes.

Agora os Estados Unidos, cujo império colonial é feito de todo o mundo, está ditando suas regras aos povos do mundo, fazendo-os pagar com seus dólares e, ao mesmo tempo, impondo seus questionáveis valores liberais anti-cristãos. Eles até chamaram isto de Pax Americana. Mas ao mesmo tempo que Fukuyama dizia que este é o fim da história, que a história estaria chegando ao seu auge, a mesma América foi o lar de Samuel Huntington, que escreveu que existe um mundo feito de civilizações. E isso fez dele um sucessor não só de Arnold Toynbee, um pensador inglês, mas também de Nikolai Yakovlevich Danilevsky, um desbravador, que descobriu uma abordagem civilizacional da história humana, um pensador, filósofo russo, que teria completado 200 anos no ano passado.

A abordagem civilizacional implica que diferentes civilizações são iguais, desfrutando assim de respeito mútuo. Ela procede do fato de que o Criador do universo, o Senhor Deus, criou nosso mundo para que a humanidade, que uma vez surgiu de um progenitor Adão, mas tomou caminhos diferentes, pudesse alcançar sua missão histórica e descobrir seu talento civilizacional, que se manifesta de maneira diferente, em diferentes povos, em diferentes continentes. O mundo de hoje chama essa abordagem civilizacional de multipolaridade. Cada civilização é distinta. Tem seus próprios valores, tem seus próprios sonhos e seus próprios ideais. E agora os alicerces do domínio liberal globalista, que foi imposto ao mundo pela hegemonia americana, estão se afrouxando para dar lugar a belas flores — flores do futuro século XXI, que priorizarão igualmente todas as civilizações.

Cada uma dessas civilizações, cada um desses polos terá seu próprio destino. Cada um desses polos terá seu próprio futuro. Mas deve basear-se no respeito mútuo. Esta é a essência de um mundo multipolar, pelo qual a Rússia agora luta nos campos da Ucrânia. Não está lutando contra o povo ucraniano, nem mesmo contra a Ucrânia, mas contra toda a minoria ocidental. Com todo o bloco da OTAN. Para que todos vocês, os povos dos diferentes continentes possam recuperar a sua liberdade, e esquecer, virar a página deste colonialismo ocidental.

Konstantin Malofeev

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Nova Resistência

Organização nacional-revolucionária que, com base na Quarta Teoria Política, busca restaurar a dignidade imperial do povo brasileiro.

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