O Brasil anseia por seu próprio Grupo Wagner

Na internet, conteúdos relacionados ao Grupo Wagner viralizam nas redes brasileiras com grande facilidade. Para além do polemismo, o sucesso se dá pelos próprios anseios de um povo cansado de estar à mercê do crime e da incompetência política.

Vídeos com “Grupo Wagner” no título viralizam em questão de minutos no YouTube em língua portuguesa.

A live que fizemos com o Delegado Rodolfo Laterza na semana passada explicando a história do Wagner já é uma das mais assistidas do canal da Nova Resistência.

Bom, eu chamaria isso de “efeito Tropa de Elite”.

Não é de hoje que brasileiro se encanta com a ideia de um “esquadrão da morte”. Claramente, nosso povo quer ver algum grupo de elite forte o suficiente para limpar as ruas de criminosos.

Isso tem sido claro desde o efeito avassalador na opinião pública da versão pirata do filme “Tropa de Elite”. Aliás, a ascensão da direita bolsonarista bebeu muito na fonte destes sentimentos populares para vender uma ideia disforme de militarismo e armamentismo, que poucos anos depois se mostrou fraca, vazia e meramente retórica.

Mas o que temos do outro lado? Simplesmente, uma esquerda que, ao contrário dos anseios legítimos da população, romantiza o crime, vitimiza o agressor e já fala abertamente em “não punir roubo de celular”, sob a distorcida associação entre violência urbana e pobreza.

Essa esquerda odeia o povo e é odiada por ele. E, para piorar, a direita a ela contraposta engana o povo com promessas vazias – sem contar que enquanto esteve no poder nos últimos quatro anos não melhorou em nada a situação da segurança.

Em outras palavras, nosso povo é órfão de armas. Clama pela mão pesada do Estado contra “os maus”. O brasileiro simples, sofrido e explorado quer ver as ruas livres do lúmpen. E só tem tido decepções, governo após governo.

Bastou estourar uma guerra de larga escala em outro continente para a pequena parcela da população mais atenta às redes sociais transportar para uma unidade militar privada russa seus anseios pela “violência civilizadora”.

Eu não estou exagerando. Na nossa live apareceram diversas pessoas literalmente sugerindo que o Estado brasileiro contrate o Grupo Wagner para resolver a situação no Rio Grande do Norte. Essa é a situação periclitante de nosso povo. Já há decepção generalizada com nossas forças de segurança e transposição de esperanças para unidades de combate estrangeiras.

Tudo está muito distorcido aí. Não vejo nada de mais em eventualmente nossas autoridades contratarem o Grupo Wagner para auxiliar nossas forças de segurança no alcance de objetivos específicos. Mais do que isso, acho fundamental que já tenhamos em mente lançar nosso próprio “Grupo Villa-Lobos” para defender nossos interesses no exterior.

Mas nada disso é o “x” da questão. O ponto fundamental é que uma resposta precisa ser dada aos anseios do povo pela punição àqueles que causam dor e sofrimento a milhares de brasileiros diariamente.

E isso não se resolve com discursos vazios de “bandido bom é bandido morto” ou com demagogias pseudo-humanitárias sobre a condição social dos criminosos – mas com a sinergia do rigoroso combate ao crime em parceria com políticas nacionalistas de desenvolvimento que curem as mazelas sociais que favorecem a proliferação de delitos.

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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