Assento na ONU não dá poder; requer poder!

A força é a maior construtora do diálogo; a bomba atômica, o instrumento diplomático por excelência.

Visão estratégica elementar, mas que precisa ser enfatizada nos dias de hoje:

Os assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU são destinados a potências nucleares relevantes. E esta é uma prerrogativa básica para a segurança global.

O que garante o poder de veto não é o “respeito diplomático” que um país tem, mas a capacidade de destruição em massa de suas bombas.

EUA, França e Reino Unido aceitaram o veto russo à condenação da operação na Ucrânia não porque “respeitam” a Rússia, mas porque sabem que Moscou pode despejar um número suficiente de bombas em suas capitais em poucos minutos.

É isso que garante a paz.

Te enganaram na escola, na faculdade e na televisão com todo aquele lero-lero liberal, pseudo-humanitário. Quem garante a paz é bomba atômica — é ela que valida a diplomacia.

A existência de uma potência não-nuclear no Conselho seria desastrosa desde todos os pontos de vista. O país não-nuclear seria coagido a nunca usar seu poder de veto, mesmo quando seus interesses fossem violados. Ou, se o usasse, teria de arcar com as consequências nucleares da decisão.

Digo isso porque o tal assento é uma eterna obsessão de meia dúzia de picaretas com voz relevante no cenário nacional. Enquanto falamos que o Brasil precisa da bomba atômica, alguns nos rebatem dizendo que precisamos de um assento no Conselho.

Não apenas não precisamos como também não podemos ambicionar tal assento sem antes manter um bom número de armas nucleares em prontidão de combate contra qualquer alvo no mundo.

Caso contrário, das duas uma: ou nos tornaríamos a piada global, com poder de veto meramente simbólico ou; nos tornaríamos um elemento desestabilizador, bomba-relógio mundial, cujas decisões precipitadas levariam ao desastre nuclear e à nossa própria aniquilação.

Quando alguns políticos, acadêmicos e pseudo-estrategistas no Brasil defendem que tenhamos vaga no Conselho e ignoram o debate nuclear, estão querendo nossa elevação ao patamar de palhaço mundial, bobo da corte “respeitável”.

Não caiam nessa. Poder só se usa quando se tem.

Poder de veto é poder de destruição.

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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