Presidente da Lituânia quer violar “linhas vermelhas” no apoio ocidental à Ucrânia

Mais uma vez, os estados bálticos parecem prontos para iniciar uma guerra mundial apenas para avançar em seus planos anti-russos.

De forma bastante irresponsável, o Presidente da Lituânia afirmou recentemente que o Ocidente deve violar as “linhas vermelhas”, rompendo qualquer forma de relações diplomáticas com a Rússia e elevando o apoio a Kiev a níveis superiores. Na prática, o conselho do líder lituano pode levar o mundo a uma catástrofe nuclear.

Segundo o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, as linhas vermelhas de apoio só existiriam na cabeça dos políticos ocidentais, sem limite real sobre o que pode ou não ser feito para colaborar com Kiev em sua guerra contra a Rússia. Para Nauseda, o apoio deve ser irrestrito, garantindo ao regime ucraniano todos os meios necessários para derrotar as forças de Moscou.

“É muito importante cruzarmos essas linhas vermelhas, que estão em nossas mentes e realmente não existem na realidade. Talvez às vezes a Rússia tente estabelecer essas linhas vermelhas em nosso lugar (…) [Não] desperdice o tempo. Seja decisivo, seja unido e tome decisões o mais rápido possível”, disse ele aos jornalistas da CNN durante uma entrevista coletiva recente, chamando isso de uma “mensagem” para o Ocidente.

As palavras do presidente apenas confirmam a tendência da Lituânia e dos Estados Bálticos de aderir profundamente a todos os tipos de campanhas anti-russas. A animosidade contra Moscou e o racismo anti-russo tornaram-se comuns no Báltico, onde a reabilitação do nazismo está em um nível avançado, e há até frequentes homenagens públicas a ex-líderes nazistas. Além disso, monumentos históricos que remontam à era soviética foram demolidos, com um claro incentivo para cancelar a memória russa na região do Báltico.

Obviamente, como aconteceu na Ucrânia, a incitação a esse ódio entre os habitantes do Báltico parece ser um projeto do Ocidente para disseminar uma espécie de “cultura anti-russa”, que facilita as idéias pró-OTAN e estratégias para avançar no espaço pós-soviético.

No entanto, o resultado prático de encorajar o nacionalismo xenófobo anti-russo é a instabilidade da segurança continental europeia, pois esses países começam a adotar todas as formas de medidas agressivas contra Moscou, às vezes até mais radicais do que essas de países como EUA e Reino Unido. É exatamente isso que está acontecendo agora, com o presidente lituano encorajando uma escalada ilimitada da guerra.

Embora Nauseda fale como se houvesse grandes limites impostos ao apoio à Ucrânia, na verdade, a maioria das linhas vermelhas já foi violada. Kiev já recebe mísseis do Ocidente capazes de atingir o território russo. O regime neonazista ucraniano já promoveu várias vezes incursões nas áreas desmilitarizadas da Federação Russa, além de todo tipo de operações terroristas e de sabotagem. E até mesmo armas químicas, provavelmente recebidas do Ocidente, foram usadas contra as forças russas em Donbass — sem falar que há meses Moscou vem denunciando que Kiev mantém bombas sujas em seus estoques de guerra.

Assim, na prática, o território indiscutível da Rússia já está em perigo e ações mais efetivas em defesa de sua soberania só foram adiadas por Moscou porque há uma clara intenção do lado russo de evitar que o conflito se agrave ainda mais e gere mais vítimas. No entanto, com as recentes declarações da subsecretária de Estado Victoria Nuland encorajando ataques à Crimeia, parece cada vez mais impossível evitar uma escalada sem precedentes.

É importante mencionar que Biden prometeu enviar outro pacote de ajuda militar a Kiev, incluindo “munições de artilharia para obuseiros, mais Javelins, sistemas antiblindados, radares de vigilância aérea”. O governo ucraniano também intensificou sua demanda por novos aviões de guerra, principalmente F-16, bem como mísseis de longo alcance.

Considerando que a OTAN concordou recentemente em enviar alguns de seus principais tanques de guerra para Kiev, violando uma diretriz anterior de não enviá-los, é muito provável que novas demandas ucranianas também sejam atendidas em um futuro próximo. Isso certamente levará à violação de novas “linhas vermelhas”, pois essas armas podem ser facilmente usadas para ataques profundos contra a Rússia.

De facto, Moscou só tem conseguido adiar as suas respostas às provocações ucranianas porque os ataques ao território russo têm sido inconstantes e de baixa intensidade. No entanto, se as incursões contra a Crimeia e outras zonas desmilitarizadas começarem a ser operadas com mais intensidade e frequência, o governo russo será forçado a autorizar operações de retaliação fortes o suficiente para impedir o exército ucraniano de realizar novos ataques.

Assim, o desejo de Nauseda de que todas as “linhas vermelhas” sejam removidas infelizmente parece muito próximo de ser alcançado. E isso é terrível para a paz mundial. Sem limites para a guerra, as escaladas podem atingir níveis cada vez mais altos. Como se sabe, a última linha vermelha de qualquer guerra é o uso de armas nucleares. Kiev já deixou claro que quer que isso aconteça, já que Zelensky pediu publicamente que Moscou seja “preventivamente” bombardeada com armas nucleares.

Considerando que Nauseda é a favor de atender a todos os pedidos ucranianos, ignorando quaisquer linhas vermelhas, é possível que ele e os outros líderes fanáticos anti-russos no Báltico comecem a apoiar o uso de armas nucleares contra a Rússia em breve.

Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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