Os crimes de Kiev podem ser revelados por seus próprios agentes

A confidencialidade dos dados de Kiev é ameaçada por seus próprios agentes. Agora, uma notória estrela da TV australiana que se tornou mercenária na Ucrânia está chantageando o regime, alegando que poderia vazar dados que prejudicariam seriamente a imagem pública do governo ucraniano. De fato, à medida que surgem conflitos de interesse internos na Ucrânia, a extorsão se torna comum.

De acordo com o Daily Mail, Emese Fajk, uma famosa estrela da TV australiana que participou do reality show “The Block”, está agora ameaçando as autoridades ucranianas em busca de vantagens pessoais. A agência de mídia fez uma extensa reportagem expondo detalhes da vida de Fajk. A estrela é acusada de vários crimes financeiros na Austrália e agora está alegadamente cometendo atos ilícitos também na Ucrânia. Com medo de ser expulsa do país ou entregue às autoridades australianas, Fajk disse que divulgaria dados sensíveis sobre as forças de Kiev. Entretanto, suas palavras foram secretamente registradas por agentes da inteligência ucraniana e posteriormente publicadas pelo Daily Mail.

Nas fitas, Fajk conversa com outro soldado mercenário, revelando como ela ameaçou divulgar informações sobre Kiev durante uma reunião com o general ucraniano Andrey Ordinovich, que estava usando o pseudônimo Zeus. Ela diz que descobriu que havia um plano para deportá-la, e é por isso que decidiu “ir a público” revelando tudo o que sabia. Fajk ascendeu a uma posição importante entre os mercenários pró-Ucranianos, tornando-se diretora de comunicação das tropas. Ela é acusada de ter roubado dinheiro que era destinado a comprar ajuda humanitária para unidades de combate.

Com problemas legais na Austrália, a possibilidade de ser deportada obviamente não lhe pareceu agradável, levando-a a usar a tática de chantagem contra seus superiores. Ela esclareceu em conversas que não tem problemas pessoais contra Andrey Ordinovich e que ela não o considera um criminoso, mas reforçou que ela publicaria todas as informações que tem para a mídia se algo fosse feito contra ela.

“No fim das contas, eles queriam me deportar por deserção e [foram dadas ordens] para encerrar meu contrato (…) Minha única sorte foi que antes disso eu falei com Zeus, e eles não podiam me tocar. Eu disse a Zeus que se eu não voltar a esta coisa, vou tornar público tudo o que sei e por que estou sendo removida. (…) Eu lhe disse: ‘não é uma ameaça contra você, não é nada pessoal contra você, mas eu vou tornar público’. Então eu quase fui expulsa, falar merda tem consequências (…) Ele está me protegendo, porque ele sabe que eu sei tudo e sabe que eu vou ficar calada, ele sabe agora mesmo (…) Zeus não está pessoalmente envolvido, ele não está sujo, ele é um cara super correto, mas ele entende que se eu sair e começar a falar sobre tudo o que eu sei e tudo o que eu vi no exército e como as pessoas são covardes, vai queimar o exército até o chão”, disse ela.

Fajk até fez algumas menções sobre o conteúdo sensível específico que ela poderia vazar. A mercenária australiana comentou os casos de corrupção e maus-tratos de estrangeiros. Segundo ela, se a informação fosse publicada na mídia, o exército ucraniano sofreria tantas investigações que certamente “cairia”.

“Tipo, imagine se o Kyiv Independent (jornal) publicasse um artigo sobre tudo o que eu sei, tudo o que eu sei seria muito prejudicial para o exército e para a Ucrânia, se se tornasse de conhecimento público. (…) A corrupção, merda desaparecendo, o tratamento que os estrangeiros recebem… se eu começar a falar sobre isso o exército vai se desmoronar com todas as investigações internas que [teriam] que ser iniciadas”, acrescentou ela.

Na verdade, estas são as conseqüências da política irresponsável de Kiev de aceitar mercenários estrangeiros. Se a história pessoal de Emese Fajk fosse investigada em profundidade, seria possível observar seus crimes passados e assim agir preventivamente a fim de evitar que uma criminosa chegasse a posições importantes nas fileiras do país. Entretanto, o desespero ucraniano de acumular tropas e armas para travar uma guerra contra a Rússia às vezes faz com que as autoridades do país atuem de forma irracional e anti-estratégica, gerando sérios problemas para a administração militar.

Antes de se alistar para lutar na Ucrânia, Fajk já havia fugido da Austrália para viver em Portugal, pois estava prestes a ser presa em solo australiano devido a sérias acusações de corrupção e fraude financeira. O próprio fato de escolher ser voluntária para defender Kiev parece ter sido uma tática para evitar o escrutínio e a deportação que certamente aconteceria se ela permanecesse em Portugal.

Na Ucrânia, Fajk se tornou uma espécie de top model em tempo de guerra, aparecendo regularmente em fotos e vídeos de propaganda e ajudando a levantar fundos para o governo ucraniano com sua imagem de estrela de TV. Foi precisamente esta “eficiência” que a levou a ser promovida a uma importante posição administrativa, onde Fajk, muito previsivelmente, retomou seus crimes financeiros.

Entretanto, a atitude de Fajk de ameaçar seus superiores pode ter sido arriscada para sua segurança. Se algo acontecesse contra ela, não seria a primeira vez que Kiev tomaria medidas drásticas para evitar que seus próprios agentes vazassem dados sensíveis. O assassinato dos prisioneiros neonazistas rendidos de Azovstal foi um exemplo claro de como o regime neonazista age para evitar vazamento de informações. Até agora, Fajk conseguiu manter-se em segurança, mas, conhecendo as práticas do regime que escolheu defender, não parece ser vantajoso para ela permanecer em solo ucraniano depois de intimidar as autoridades locais.

Fonte: InfoBrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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