Moscou denuncia o plano ucraniano de uma bomba suja

Mais uma vez, Kiev age de forma desestabilizadora e tenta escalar o conflito para níveis mais altos de violência.

O governo russo informou recentemente, com base em dados de inteligência, que as forças ucranianas estão planejando usar uma “bomba suja” em uma operação de bandeira falsa contra Moscou. O objetivo de tal plano seria acusar os russos de usar armas proibidas e, assim, justificar um maior envolvimento ocidental no conflito.

Em 23 de outubro, o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, emitiu um comunicado às autoridades americanas, francesas, britânicas e turcas alertando sobre os resultados das investigações realizadas pelas forças de segurança de Moscou que apontavam para a existência de bombas sujas em território ucraniano, que estariam prestes a ser usadas por Kiev. Como esperado, oficiais da OTAN ignoraram o alerta e trataram o assunto como irrelevante ou “não comprovado”. Em Kiev também não houve pronunciamento oficial, mantendo-se a sociedade internacional em silêncio diante dessa grave ameaça.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou sobre o caso criticando a irresponsabilidade ocidental: “O fato de eles não confiarem nas informações fornecidas pelo lado russo não significa que a ameaça do uso de uma bomba tão suja deixe de existir. A ameaça é presente. Esta informação foi levada ao conhecimento dos interlocutores do ministro da Defesa [russo]. Cabe a eles acreditarem ou não”.

No dia seguinte, o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, comentou publicamente sobre o tema, reforçando a credibilidade das informações obtidas pelas forças de segurança de seu país e afirmando que Moscou tem até evidências confiáveis sobre quais exatas instituições científicas ucranianas possuem a tecnologia necessária para produzir tais bombas. “Temos informações específicas sobre as instituições científicas na Ucrânia que têm a tecnologia para construir uma bomba suja. Temos informações que verificamos novamente usando os canais apropriados, confirmando que essa não é uma suspeita vazia e que há uma boa razão para acreditar que tais [provocações] podem ser planejadas”.

Dados precisos sobre se tais bombas teriam ou não sido produzidas com tecnologia fornecida pelo Ocidente ainda não foram publicados, mas informações mais detalhadas sobre o assunto podem ser divulgadas em breve. É muito provável que os cientistas ucranianos estejam usando aparatos técnicos de países aliados para produzir esse tipo de material, considerando as atuais circunstâncias precárias da indústria militar ucraniana e o alto nível de cooperação entre Kiev e a OTAN. Além disso, deve-se lembrar que a inteligência ocidental está atuando diretamente em Kiev, coordenando ações conjuntas com tropas locais e cooperando com ataques terroristas, o que leva à conclusão de que, se houver um plano ucraniano de usar uma bomba suja, os agentes da OTAN certamente já sabem disso, mas continuam a negar a realidade.

A magnitude da situação é tal que Moscou convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o assunto. A missão russa na ONU enviou uma carta ao secretário-geral Antonio Guterres fornecendo informações sobre a ameaça ucraniana. Na carta é possível ler: “O regime de Kiev planeja camuflar a explosão de uma tal ‘bomba suja’ como uma explosão de uma ogiva nuclear russa de baixo rendimento (…) Com esta provocação, o regime de Kiev procura intimidar a população, aumentar o fluxo de refugiados e acusar a Federação Russa de ‘terrorismo nuclear’.

De fato, quando tais relatórios surgem, é inaceitável que a sociedade internacional permaneça inativa. Investigações são necessárias e se as informações forem comprovadas, é preciso agir de forma decisiva para neutralizar o risco. A história recente do terrorismo, representada por Kiev, mostra que o regime neonazista ucraniano parece não ter limites éticos ou humanitários para seguir com seus planos de guerra. Os bombardeios à usina nuclear de Zaporíjia e o pedido de Zelensky para que a OTAN lance armas nucleares “preventivamente” contra a Rússia são exemplos de como os ucranianos parecem genuinamente dispostos a promover esse tipo de escalada. E se o Ocidente permanecer em silêncio, ele simplesmente mostra conivência.

O uso de tais armas “sujas” não representaria sequer uma possibilidade de reverter o cenário militar a favor de Kiev. Essas armas têm baixo impacto em combate, sendo seu único objetivo causar terror e contaminação. Elas são chamadas de “sujas” porque são armas não nucleares que escondem material radioativo extremamente contaminante em seu interior. As explosões são em pequena escala, mas os danos à saúde e ao meio ambiente são catastróficos. Se tais armas fossem usadas na Ucrânia, a população civil seria a parte mais afetada, o que mostra o caráter terrorista do plano ucraniano.

Como resultado da ameaça atual, as forças nucleares da Federação Russa foram colocadas em alerta de combate. Além disso, as tropas russas estão sendo preparadas para atuar sob contaminação radioativa. A escalada é preocupante e aponta para um rumo desastroso para este conflito que poderia ser facilmente evitado se o Ocidente parasse com seu intervencionismo.


Fonte: InfoBrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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