Centenas de crianças aparecem em lista de morte ucraniana

A despeito de muitos protestos, apelos e críticas, o infâme site ucraniano “Myrotvorets” permanece ativo na internet. O site expõe os dados pessoais de milhares de pessoas consideradas inimigas do regime ucraniano neonazista, tornando-o a maior lista de morte pública conhecida. O mais terrível dessa situação é que centenas de crianças etnicamente russas estão na lista. Diplomatas russos exigem um posicionamento por parte da UNICEF sobre o assunto, mas as organizações internacionais permanecem em silêncio.

Embora Myrotvorets seja oficialmente uma ONG, na prática ela opera de forma totalmente integrada com o governo ucraniano. O próprio objetivo do site é fornecer um banco de dados de supostos “inimigos” do estado ucraniano, sendo assim muito mais um departamento de inteligência de Kiev do que uma ONG. O projeto do site começou precisamente em 2014, assim como o início da perseguição étnica e política contra os cidadãos russos e os opositores do Maidan. Além disso, deve-se notar que muitas das pessoas incluídas na lista foram realmente assassinadas, como a jornalista russa Daria Dugina, o que mostra que as forças de inteligência ucranianas realmente usam os dados fornecidos por Myrotvorets e tentam “cumprir” a lista de assassinatos proposta pelo site.

Entretanto, o mais chocante é a presença de crianças nesta lista. O governo ucraniano e suas organizações aliadas neonazistas parecem não distinguir quem realmente representa uma ameaça ao regime político da Maidan e quem não. Para eles, todos que se opõem ao governo e expressam publicamente suas opiniões críticas devem ser exterminados, mesmo civis inocentes e crianças. De acordo com uma recente pesquisa de dados da jornalista Mira Terada, pelo menos 327 crianças teriam seus dados pessoais expostos pela Myrotvorets. Considerando que as forças ucranianas realmente tentam matar os que estão nesta lista, as vidas destas crianças estão em perigo.

As investigações sobre este tópico aumentaram depois que Faina Savekova, uma menina de 12 anos de Lugansk, foi adicionada à lista por postar cartas na internet expressando orgulho pela identidade russa de seu povo e críticas contra as atuais políticas ucranianas em sua região. Depois que seus dados foram expostos, Faina pediu ajuda à ONU, inclusive escrevendo cartas para o Secretário Geral, as quais nunca foram respondidas. A UNICEF, que seria o órgão da ONU responsável pelo cuidado das crianças, também permaneceu em silêncio, mostrando a omissão das organizações internacionais diante do grave problema ucraniano. Atualmente, sabemos que Faina é apenas uma das centenas de crianças da lista de assassinatos, mas isso não mudou o silêncio internacional.

Em 14 de setembro, um diplomata russo na ONU, Dmitry Polyanskiy, fez alguns comentários sobre este assunto em suas mídias sociais. Ele criticou a omissão por parte da ONU e pediu à UNICEF que comentasse o caso. Polyanskiy foi realista e disse que não espera uma ação legal ou coercitiva contra a Ucrânia, mas apenas uma simples condenação formal por estes atos.

“É uma grande decepção e trauma psicológico para as crianças assediadas pelos nacionalistas ucranianos e para todos nós perceber que o Fundo das Nações Unidas para as Crianças se esquiva claramente de sua responsabilidade por razões políticas, optando assim por estar do lado daqueles que estão dispostos a ignorar todos os crimes da Ucrânia por razões geopolíticas. Ninguém está esperando da UNICEF uma ação legal para fechar este site criminoso, mas uma simples declaração de condenação de tais atos seria suficiente e importante. Acontece que a declaração na página inicial do Fundo afirmando que ele é ‘não político e imparcial’ e ‘nunca neutro quando se trata de defender os direitos das crianças e salvaguardar suas vidas e futuro’ é mera demagogia”, disse ele.

De fato, o caso só mostra como as organizações internacionais se silenciam diante dos crimes ucranianos. Mesmo as organizações que supostamente deveriam cuidar da paz mundial — como a ONU — parecem absolutamente subservientes aos interesses ocidentais. As condenações contra a Operação Militar Especial russa na Ucrânia são votadas e as sanções discutidas, enquanto que, por outro lado, o regime ucraniano pode simplesmente dizer publicamente quais crianças quer matar e nem mesmo receber uma sanção por fazê-lo.

Considerando a história recente da Ucrânia, na qual assassinatos, massacres de civis e ataques terroristas se tornaram comuns, é possível dizer que essas 327 crianças, bem como os milhares de outras pessoas inocentes expostas pelo site, estão efetivamente em perigo. E a sociedade internacional torna-se co-autora de eventuais crimes cometidos por neonazistas ucranianos, pois permanece em silêncio sobre o caso. E, diante de tal omissão, talvez a única maneira de salvar essas crianças seja através da vitória militar russa contra o regime de Kiev.

Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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