Genivaldo é mais uma vítima da impunidade

O assassinato de Genivaldo Santos, através de uma câmara de gás improvisada por agentes da Polícia Rodoviária Federal deixou o Brasil e até o mundo inteiro chocado. O maior desrespeito com sua memória, no entanto, vem da instrumentalização apátrida de sua tragédia.

O assassinato de Genivaldo Santos, através de uma câmara de gás improvisada por agentes da Polícia Rodoviária Federal deixou o Brasil e até o mundo inteiro chocado. Mais chocados ainda ficamos ao saber que os policiais envolvidos foram exonerados para serem oficiais de ligação em Washington por dois anos, foram indicados dia 13 de maio, antes do assassinato. Repudiamos isso tudo e prestamos as nossas condolências a família.

Alguns devem pensar que somos hipócritas ou estamos entrando em contradição, porque defendemos a última operação da polícia do Rio de Janerio na Vila Cruzeiro. Bem, não existe nada de errado em policiais abatendo bandidos armados com fuzis, a única coisa errada nessa história é que existam tantos bandidos portando arsenal de guerra. Então, não é porque defendemos que a polícia seja firme na repressão aos criminosos que devemos fechar os olhos para a violência policial.

Por que existe violência policial? Pelo mesmo motivo que existem milhares de criminosos reincidentes. A segurança da impunidade. Se um criminoso civil não tem medo da lei, já que pode dar suas saidinhas e em pouco tempo estar nas ruas de novo, já que sempre estão reduzindo a pena de detentos bem-comportados, qual vai ser o tratamento de bandidos que sustentam posições de autoridade?

Então podemos supor que o caso de Genivaldo é fruto da impunidade sistemática. Se não é fruto da impunidade, existe outra possibilidade muito suspeita, a de que alguém queria uma morte inocente para inflamar discursos e implantar uma agenda.

Estranhamente, Genivaldo foi assassinado no aniversário de dois anos da morte de George Floyd, homem negro morto asfixiado por um policial nos EUA, que desencadeou uma onda de protestos “anti-racistas”. Obviamente estão tentando politizar a morte de um homem inocente e fazer de Genivaldo dos Santos o Geoge Floyd brasileiro, pintando ele como um homem negro, o que não é verdade. Soma-se isso ao fato que é muito estranho policias improvisarem uma câmara de gás lacrimogênio a luz do dia com várias testemunhas filmando, além de falta de empatia eles também tem falta de bom senso?

Parece teoria da conspiração, mas são coincidências demais. A própria ONU já entrou no meio exigindo que o MP investigue o caso e tudo ficou mais estranho quando os assassinos receberam do governo, cargos nos EUA. E o argumento de que foram indicados antes simplesmente não cola, pode ter sido muito bem um pagamento adiantado, oras.

O jornalista Julinho Bittencourt da Revista Forúm por exemplo, já escreveu uma matéria que explicitamente pede faz um uso político da morte, com o subtítulo de “Os dois casos ocorreram em 25 de maio, com dois anos de diferença; Floyd derrubou Trump; que Genivaldo derrube Bolsonaro”.

Além disso temos, é claro, o costumeiro discurso da mídia sobre “morte política”, uma possível política de extermínio da população negra.

De uma coisa temos certeza, quem está politizando esse assassinato não se interessa pela justiça, somente pelo caos. Se dissermos que as leis devem ser para todos, fingirão que concordam, mas se dissermos que as leis além de para todos, também devem ser mais rigorosas, aí eles franzirão a testa para proferir baboseiras sobre direitos humanos, punitivismo, fascismo e como sempre, passar a mão na cabeça de bandidos.

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Ayres Souza

Estudante e militante da NR-MG.

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Um comentário

  1. Um caso típico, encomendado para forçar um acontecimento ou despoletar um conjunto de acções no seio da sociedade civil por parte de indivíduos ou grupos com objectivos políticos, causando assim a perturbação da lei e da ordem através de conflitos e confrontos.

    Cumprimentos, de um leitor Português.

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