O Legado dos CIEPs

Criados na primeira gestão do governador Leonel Brizola e idealizados pelo antropólogo, sociólogo e educador brasileiro Darcy Ribeiro, os Centros Integrados de Educação Pública, os CIEPs, também conhecidos como Brizolões, foram a melhor coisa que já aconteceu na história da educação brasileira.

Os CIEPs, que funcionam em tempo integral, disponibilizam consultas médicas e odontológicas; promovem atividades físicas e mentais, como o futebol e o xadrez; incentivam as artes, como o artesanato, a costura, as artes cênicas, a dança e a pintura; estimulam a leitura; e ofertam um tempo ocioso, dividido em dois intervalos de 15 minutos após o almoço e o jantar, em que o aluno pode escolher brincar ou fazer alguma atividade física.

Visando a formação do ser humano em sua integralidade, há também um tempo de 45 minutos em que os alunos gastam nas salas de jogos e brincadeiras, sendo ofertados, inclusive, videogames como o PlayStation e joguinhos de computador. Não raro há a “hora da soneca”, sendo possível somente em uma estrutura educacional de tempo integral.

O último e não menos importante (o mais essencial, eu diria) destaque dos CIEPS é a implementação de 3 refeições diárias completas – café da manhã, almoço e jantar.

Muitas crianças vão à escola apenas para comer. Ao fato de que nada pode ser produzido por uma pessoa com fome foi finalmente dada a devida atenção. Inclusive, nas férias de meio de ano e de verão, as atividades recreativas dos CIEPs continuavam para que as crianças pudessem comer e usufruir de recursos como consultas médicas e salas de leitura.

Diferente do que dizem os “críticos”, o modelo de educação dos CIEPs funciona, e só não é universal [e está em decadência] pelo desmantelamento proposital das coisas públicas operado pelos agentes liberais que nos governam.

Mas ainda há esperança.

BRIZOLA E DARCY VIVEM.

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Suriane Leiroz

Graduanda em Pedagogia pela UNIRIO e vice-diretora da NR-RJ.

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