Mesma política econômica. Mesmas convicções. Mesmo amor por Israel. A briga entre eles é só superficial: eles servem aos mesmos senhores.
Pipoca nas redes bolsonaristas (grupos de Whatsapp, contas no Twitter, perfis do Facebook disparando conteúdo bolsonarista 24 horas em grupos de bairros, municípios, etc.) a hashtag #ForaWitzel — seguida de #ForaDoria, #ForaMaia, #GloboLixo, entre várias outras.
Obviamente, Witzel, Dória, Maia e a Rede Globo são inimigos do Brasil, do povo e da classe trabalhadora nacional. Isso é fato, longe de qualquer dúvida, já devidamente comentado em outra ocasião.
Mas será que você, bolsonarista do #FechadoComBolsonaro, sabe que, por exemplo, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), defende exatamente as mesmas coisas e tem exatamente os mesmos projetos de governo que Bolsonaro?
Fiquemos com só dois pontos.
Começando pelo básico: as privatizações.
Privatizar o patrimônio nacional é basicamente a linha-mestra da política econômica de Bolsonaro e Guedes. Eles não falam em reindustrializar o país ou em diversificar a estrutura produtiva do Estado brasileiro (que são coisas necessárias ao desenvolvimento). Não. Para a dupla, economia = privatização.
E é basicamente essa a linha de Witzel. Na última terça-feira (21), por exemplo, o governador enviou um PL para a ALERJ que prevê a retomada, pelo estado, do Programa Estadual de Desestatização. Witzel planeja privatizar absolutamente tudo sob o controle do estado — incluindo universidades públicas, fundações e outras empresas públicas de interesse coletivo. No meio de uma pandemia, ao invés de aprimorar os serviços públicos, ele quer entregar tudo para as máfias empresariais cariocas — igual Paulo Guedes faz na esfera federal, entregando nossas empresas para o capital estrangeiro.
Pensam igual. Agem igual. São iguais.
Outro ponto: o fanatismo em torno de Israel.
Uma das primeiras ações — senão a primeira — de Witzel, antes mesmo de tomar posse como governador eleito, foi visitar o regime de Israel.
Quanto a isso, nem é necessário se alongar. Bolsonaro é praticamente o presidente mais submisso ao estado de Israel da história do Brasil. Um sionista fanático, defensor ferrenho do regime de Israel, que lotou seu governo de cargos dados a figuras da comunidade judaico-sionista (como também fez Temer, de quem Bolsonaro é a continuação).
Mesma política econômica. Mesmo amor por Israel. Mesma rede de apoio (vamos lembrar, Witzel se elegeu na esteira do bolsonarismo, para quem tem memória fraca). Conclusão: são a mesma coisa. Toda briga e picuinha envolvendo Witzel e Bolsonaro não passam de algo superficial: afinal, eles servem aos mesmos senhores, isto é, o lobby sionista e as máfias empresariais (imensamente felizes com o fato de Bolsonaro e Guedes permitir que ela suguem a máquina pública em benefício próprio).
Agem igual. Pensam igual. São iguais.