A chapa de Jair Bolsonaro recebe o apoio de milhões de brasileiros por um motivo bastante óbvio e claro: é a reação desesperada de parte da população brasileira, que está verdadeiramente cansada e exausta das engenharias sociais progressistas insanas da esquerda, bem como de sua mania delirante de antagonizar amplas camadas da população (como a classe média, pessoas brancas, etc.).
Nesse sentido, a chapa de Bolsonaro se coloca como uma suposta defensora da família brasileira. Assim, apesar da maioria de seus eleitores ser radicalmente contrária à quase totalidade de sua plataforma econômica, ainda assim, reativamente, ela vota em Bolsonaro para se opôr ao PT (e seus agregados do PSOL e PCdoB).
Mas qualquer exame mínimo, básico, da situação da família brasileira já demonstra facilmente que Bolsonaro, Mourão e Guedes não são seus amigos ou defensores.
A desintegração da família brasileira começa muito antes da ascensão do PT e tem como pano de fundo o avanço do capitalismo e dos interesses da classe capitalista na sociedade brasileira. A impossibilidade do patriarca de, sozinho, sustentar um lar com esposa e dois, três ou quatro filhos, o maior golpe já dado contra a família, nada tem a ver com a esquerda, com o progressismo ou com um suposto marxismo cultural.
O início da desintegração da família brasileira se dá fundamentalmente com as exigências do sistema capitalista por mais mão de obra e, logo em seguida, com a transformação da sociedade capitalista em uma sociedade de consumo.
Até hoje, nem kit gay, nem abortismo, nem ideologia de gênero, NADA nos últimos 16 anos se compara à devastação causada pelo avanço do sistema capitalista.
Nesse sentido, tudo que precarize as condições econômicas das famílias brasileiras, determinadas fundamentalmente pelo mercado de trabalho, vai servir para desintegrar AINDA MAIS a família brasileira. Filhos morando com os pais até depois dos 30 e incapazes de constituir suas próprias famílias? É basicamente isso que a precarização das relações de trabalho tem causado há 15 anos no Hemisfério Norte, e já há uns 5 no Brasil.
A chapa Bolsonaro/Mourão/Paulo Guedes, seguindo essa linha, há muito deixou de ser apenas vende-pátria. É mais correto dizer que se trata de uma chapa MATA-PÁTRIA.
Afinal, qual é o substrato básico da Pátria?
O patrimônio nacional e as massas (pessoas e comunidades) nacionais.
Ora, Bolsonaro quer o fim de ambos: do patrimônio nacional, privatizado e entregue ao capital estrangeiro (como Paulo Guedes, seu guro econômico, já deixou claro que irá fazer, e o fará da forma mais radical possível, dando continuidade ao governo da Junta Temer), e das massas nacionais, que sua equipe econômica quer sugar no caldeirão da exploração ultra-liberal — cortando direitos trabalhistas, retirando o 13º salário, as férias remuneradas e impondo pesados tributos sobre os mais pobres (novamente, como seu guru econômico defende abertamente, sem qualquer pudor).
Existe uma forma mais brutal de dilapidar e acabar com as famílias brasileiras do que submetê-las a um tamanho regime de austeridade e ultra-exploração?
Não.
Infelizmente, porém, boa parte dessas massas segue enebriada com a figura de Bolsonaro. Como já vínhamos analisando, a esquerda deu consistentes contribuições nesse sentido, servindo como o principal cabo eleitoral do MATA-PÁTRIA, com suas sandices e bizarrices pós-modernas (que, um dia, nós faremos questão de enterrar no cemitério da História Nacional).
Toda a retórica conservadora da chapa Bolsonaro é vazia. É necessário seguir denunciando: Bolsonaro é um vendilhão, um inimigo total do Brasil, do povo brasileiro, de sua cultura e de sua gente. Ele quer o meu e o seu mal.
PELA FAMÍLIA BRASILEIRA E PELA PÁTRIA!
CONTRA BOLSONARO!
Ótimo texto