Um ataque terrorista deixou 25 mortos e dezenas de feridos em um desfile militar no Irã. Este foi o maior atentado terrorista no país em 9 anos. Assim, por que a mídia ocidental praticamente não deu atenção ao ocorrido?
Pelo mesmo motivo que a mídia ocidental decidiu ignorar o recente colapso da Argentina sob o governo Macri. Quando um evento não se encaixa na narrativa oficial, ideologicamente pautada, da mídia de massas, ele é simplesmente ignorado.
Para a mídia de massas do Ocidente, o Irã é parte de um nebuloso “Eixo do Mal”. Portanto, o Irã encarna a figura de agressor — e agressor nunca é vítima. Não combina com o arquétipo conjurado pelos magos da mídia atlantista.
Nas mais estapafúrdias elucubrações neoconservadoras e olavéticas, que usualmente recebem os holofotes da mídia de massa, o Irã “promove o terrorismo”. Ignorado tem sido o papel primordial do Irã no combate a todos os grupos terroristas do Oriente Médio, da Al-Qaeda ao ISIS.
Israel não é atacada por essas e outras organizações salafistas e wahhabis, mas o Irã é um alvo preferencial. Os ataques são raros apenas porque as políticas de segurança do governo iraniano são eficientes.
O atentado em questão foi reivindicado simultaneamente por duas organizações: pelo ISIS e pela pouco famosa Al-Ahvaziya, uma organização separatista árabe atuante no Khuzistão, cujos principais líderes vivem na Europa Ocidental.
Outra organização sempre suspeita e responsável por ataques terroristas recentes é o MEK, um grupo terrorista pós-comunista treinado, financiado e armado por Israel para assassinar cientistas e personalidades do Irã.
Ondas de repressão em resposta aos terroristas serão inevitáveis e necessárias. E os governos ocidentais já aguardam a resposta do governo iraniano. Porque a repressão necessária dirigida pelo governo contra terroristas e separatistas servirá para insuflar e atiçar os cães de guerra do imperialismo atlantista contra o Irã.
O Irã se tornou um alvo prioritário da retórica neoconservadora dos EUA nos últimos anos. Ele é a principal pedra no sapato das potências atlantistas. Influencia as eleições iraquianas, dá suporte fundamental ao governo de Assad, apoia de forma incondicional o Hezbollah e é um importante aliado russo.
Nesse sentido, uma mudança de regime no Irã é um fim em si mesmo — além de fazer parte das estratégias gerais de EUA, Israel e Arábia Saudita no Oriente Médio (vulgo o Grande Oriente Médio): os EUA, com o objetivo de estabelecer um cerco completo contra a Rússia; Israel, de derrubar obstáculos para seu projeto expansionista e a Arábia Saudita buscando se livrar de seu principal rival pela liderança do mundo islâmico.
Todos esses são fatores que nos aproximam de uma Guerra Mundial — algo que as forças multipolares têm feito o possível para evitar.
Então, se a mídia ocidental não denuncia nem analisa esses eventos, nós faremos isso.
Todo apoio ao Irã!
Rumo à Multipolaridade!