John McCain foi um homem vil

Há poucos dias, o câncer finalmente conseguiu se curar de John McCain, que veio a falecer. Um evento aguardado por milhões de cidadãos de bem ao redor do mundo, razão pela qual o tumor responsável até mesmo devesse receber uma Medalha de Honra.

John McCain foi, sem dúvida, um dos principais “falcões” neoconservadores das últimas décadas. Praticamente não há país contra o qual ele não haja já pedido intervenção militar americana. E somente isso. São públicos e notórios seus contatos com organizações terroristas no Oriente Médio e na Ucrânia.

Considerado um “herói de guerra” por razões extremamente duvidosas, a hipocrisia dessa figura assumiu proporções gigantescas depois que foi revelado que McCain trabalhou ativamente para ocultar e abafar a difusão de informações sobre outros prisioneiros americanos da Guerra do Vietnã, que permaneceram naquele país.

Após a sua morte, considerando o seu histórico extremamente belicoso e intervencionista, e suas convicções neoconservadoras fanáticas, seria de se esperar que a “esquerda americana” aproveitasse a ocasião para relembrar todos os crimes nos quais ele esteve envolvido. Surpreendentemente, aconteceu o oposto. Não houve uma única grande figura do Partido Democrata que não ergueu loas à sua memória, o descrevendo como “patriota”, “herói”, “honrado”, e uma série de outros termos descritivos completamente indevidos.

Entre os aparentes “fãs à esquerda” do defunto está até Bernie Sanders, muito querido internacionalmente pela esquerda (apesar do já conhecido histórico de apoiar intervenções e crimes de guerra cometidos pelos EUA ao redor do mundo).

A cereja do bolo veio quando o próprio George Soros, uma das figuras mais nefastas de nossa era, se desmanchou em elogios e homenagens a John McCain. O que é pouco divulgado, é que McCain e Soros têm sido amigos íntimos desde o fim da década de 80, e que Soros tem sido um dos principais contribuintes para o McCain Institute for International Leadership, think-tank dedicado à “promoção dos direitos humanos” (leitores atentos de nossos artigos sabem o que isso significa).

Reiteremos que John McCain foi flagrado em fotos, diversas vezes, com figuras ligadas à Al Qaeda, ao ISIS e à organizações neonazistas ucranianas, e que ele tem sido um agitador voraz de invasões na Rússia, no Irã, na Coreia do Norte, na Venezuela, na China e a vários outros países ao redor do mundo.

No Brasil, incontáveis “olavetes” e outros conservadores e neoconservadores lamentaram a morte de uma figura que é provavelmente um de seus ídolos — o que é um tanto curioso, já que McCain era um dos maiores opositores políticos de Donald Trump, de quem os “olavetes” supostamente também gostam (mas certamente não entendem).

No final das contas, McCain foi, ao longo de toda sua vida, um dos principais porta-vozes do sistema globalista em sua face mais bélica. A sua morte é notícia tão agradável quanto uma brisa em um dia de verão.

Ninguém sentirá sua falta.

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