Fica cada vez mais claro que o Oscar não toma como critério fundamental a qualidade das obras e das pessoas premiadas, e que seu objetivo é, fundamentalmente, a veiculação de uma mensagem ideológica liberal, cuja finalidade é reforçar a hegemonia global liberal e pavimentar o caminho do globalismo.
A relativização da qualidade não é novidade, porque a premiação sempre foi protagonizada por blockbusters, onde o que impera é a quantificação de rendimentos, de público, etc. Mas o que entra no lugar da qualidade, hoje, não é a quantidade, mas um espírito de “cruzadismo progressista”.
Nesse “cruzadismo progressista”, o que conta é a oferta de mais “representatividade” e “empoderamento” das “minorias”, a defesa da “diversidade” e qualquer outra coisa que não seja premiar a qualidade: tudo sob a justificativa de que o Oscar é “branco demais”, “masculino demais” ou “hétero demais”.
Isso deixou de ser um sub-texto discreto e, na última premiação, se tornou a linha propagandística oficial do evento, repetida por todos os apresentadores e pela maioria dos artistas participantes.
Seria desperdício de tempo citar casos específicos, mas podemos dizer que o último Oscar foi o mais politicamente propagandístico de todos, com direito a um documentário pró-terrorista sobre a Guerra Síria e outro sobre os mitos do doping russo. Algumas indicações claramente estavam ali para ocupar um nicho de “representatividade”, e não pela qualidade da obra.
Mas a única novidade é a abertura da natureza propagandística do evento. Na prática, ele sempre foi propagandístico, ainda que um pouco mais sutil na maioria das vezes, com o objetivo de soterrar a natureza agressiva de sua propaganda ideológica sob o véu do “bom senso” ou da “normalidade” (como nas décadas em que vilões russos, árabes ou asiáticos foram onipresentes).
Hoje o Oscar serve para que a elite americana toda se reúna, dando tapinhas nas costas uns dos outros, mostrando o quão progressistas são, com seus discursos anti-Trump, ao mesmo tempo em que defendem a destruição da Síria e hostilizam a Rússia, o Irã e a Coreia Popular.
Mas tudo isso é positivo. O que permanecia de forma discreta ou sub-reptícia, e só era percebido por pessoas mais politicamente educadas, hoje está aberto e claro até para as pessoas mais ingênuas, a ponto de tornar a cerimônia do Oscar intragável para inúmeras pessoas.
Na prática, a mensagem atual do Oscar pode ser resumida da seguinte forma: não há problema algum em financiar terroristas que cortam cabeças de crianças e causam banhos de sangue, nem em bombardear civis ou impôr embargos e sanções que elevam o risco de fome, desde que a gente simultaneamente esteja afagando o ego das minorias e dando a elas a oportunidade de aterrorizar e massacrar inocentes de outros povos também.
A farsa do Oscar está hoje exposta.