Ele vem aí. Lula está fazendo de tudo para evitar uma condenação e poder disputar as próximas eleições presidenciais. E quando falamos em “tudo”, é realmente “tudo”. Estamos falando dos mais elevados níveis possíveis de prostituição política.
Lula pretende apaziguar “os mercados”, ou seja, a Banca Internacional, com uma Carta. O conteúdo dessa carta só será revelado em meados de fevereiro. Mas o que se deve esperar é todo tipo de recuo, todo tipo de traição e todo tipo de negociata.
As massas esquerdistas vociferam legitimamente contra o Teto dos Gastos, a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e as privatizações. Mas essas são demandas inegociáveis da Banca Internacional para completar o processo de rapina dos bens públicos e desmonte do legado desenvolvimentista.
As massas esquerdistas, e cada vez mais o povo brasileiro como um todo, exigem a revogação de todas essas medidas, verdadeiros crimes de lesa-pátria. Lula não ouvirá a voz do povo. Lula atenderá à voz do Diabo e fará os Senhores do Mundo esfregarem as mãos sorridentes, conscientes de que, mesmo que Lula vença, o seu domínio absoluto não será abalado.
Em um dos momentos mais sombrios da história brasileira seremos testemunhas de uma das maiores traições políticas já vistas. A única coisa positiva nisso será o sepultamento do PT, o Partido dos Banqueiros.
Mas não há nenhuma novidade aí. Se ainda há quem se engane com o PT e com Lula, é por causa do cabresto que milhões de brasileiros levam com gosto. Uns, com fé fanática em Lula. Outros, com fé fanática em Bolsonaro. Falsos “Messias” na política brasileira não faltam.
A estratégia de Lula de redigir essa Carta vem no sentido de repetir o que ele fez para garantir o seu primeiro mandato presidencial. À época, Lula também preparou uma Carta, dirigida ao “povo brasileiro” (na verdade, dirigida aos parasitas), os tranquilizando, garantindo que ele seguiria as regras do jogo político-econômico liberal. Afinal, não foi o próprio Lula que se reconheceu liberal?
E isso não foi apenas discurso. A práxis do PT no governo foi basicamente a práxis neoliberal, com apenas alguns pequenos toques desenvolvimentistas, de cunho mais oportunista do que sincero. O banqueiro central de Lula foi Meirelles, querido da Banca Internacional, que defendeu a manutenção das políticas de seu antecessor, Armínio Fraga: o tripé macroeconômico. As quais Lula também não romperá em caso de um novo governo.
O que garantiu o seu sucesso, porém, e permitiu essa adesão ao neoliberalismo sem a perda do apoio popular, apesar da estagnação, do aumento da dívida pública e da queda da renda do trabalhador, foi a “sorte” de Lula governar durante um período de preços elevados das commodities. Apenas isso.
Com Lula, a política econômica de FHC foi fortalecida, cristalizada e enraizada. A política econômica foi desideologizada e convertida em mera “técnica universal”, como defendido pela ideologia liberal. Sob Lula, a prioridade era o serviço da dívida.
No fim das contas, para tentar acabar com a estagnação, o único recurso do governo petista foi incentivar o consumismo. Um pseudo-desenvolvimentismo que, acoplado a juros reais elevadíssimos, garantiu lucros inimagináveis para banqueiros e o endividamento maciço da população brasileira. Foi um enriquecimento ilusório.
Lembremos que o próprio Bolsa-Família, um dos principais estandartes propagandísticos do petismo, foi um projeto baseado nas ideias de Friedrich Hayek.
Nesse ano de 2018, em que o fantasma do petismo neoliberal, que tanto atrasa e trava a busca por alternativas sérias e concretas à investida liberal no Brasil, se recusa a ser exorcizado e desaparecer, torna-se imprescindível seguir recordando a verdadeira natureza do PT e do governo de Lula.
Lula é falsa alternativa. Lula é o sepultamento do projeto varguista e das possibilidades de um desenvolvimento nacional concreto. Tudo com a anestesia do assistencialismo de inspiração liberal.