2017: Ano em que o Brasil foi submetido à Terapia de Choque Neoliberal:

Enquanto o ano de 2017, no âmbito internacional, foi um ano de derrotas do globalismo, do atlantismo e da hegemonia global liberal, infelizmente, em se tratando de nosso país, não podemos dizer o mesmo. Para o Brasil, o ano de 2017 foi um ano de derrota e de um aprofundamento de nossa decadência.

Conforme as forças avançadas da hegemonia global liberal recuam no Oriente Médio, são paralisadas na Eurásia e na Ásia e sofrem sustos na Europa, o centro do globalismo, cujo coração operacional é o Deep State norte-americano, tratou de garantir seu predomínio no “quintal” ibero-americano.

Com poucas exceções, que expressam algum elemento de resistência, em boa parte dos países de nosso continente, governos neoliberais alinhados politicamente, economicamente, culturalmente e geopoliticamente ao globalismo e ao atlantismo tentaram garantir a consolidação da hegemonia liberal via aplicação das receitas da Terapia de Choque neoliberal – que nós já conhecemos muito bem por já termos sido vitimados por ela em outras ocasiões.

O primeiro passo foi dado no final do ano anterior, com a aprovação do “teto de gastos”, uma medida bizarra e inédita no mundo, por meio da qual um governo amarrou as próprias mãos e os próprios pés, impedindo a única real garantia de crescimento e desenvolvimento a longo prazo, que são os investimentos públicos. Com isso, garantiu-se a perpetuação da crise da qual, definitivamente, não sairemos ainda por décadas.

A partir de então, várias outras medidas criminosas e antinacionais foram tomadas. É como se o Brasil tivesse sido derrotado em uma guerra e tivesse sido submetido a um novo Tratado de Versalhes. Os crimes são numerosos demais para que seja possível enumerá-los, mas entre eles estão:

* A abertura do pré-sal para a exploração estrangeira sem obrigatoriedade de participação da Petrobras;

* O pacote de privatizações, incluindo 57 itens, entre eles inúmeros aeroportos e a Eletrobrás, trazendo de volta para o Brasil o risco de apagões e garantindo que as tarifas de energia elétrica aumentem ainda mais no futuro para boa parte dos brasileiros;

* A aprovação da Reforma Trabalhista, que enfraqueceu a CLT e garantiu a precarização do mercado de trabalho brasileiro, destruindo empregos estáveis, de carteira assinada, e colocando em seu lugar empregos instáveis, precários e cujos salários são irrisórios;

* A aprovação do novo Refis, com o perdão de meio trilhão em dívida das maiores empresas nacionais e estrangeiras operando no Brasil.

Não foi feito mais unicamente por falta de força política suficiente para emplacar, por exemplo, a Reforma da Previdência. Mas já há o suficiente em andamento para garantir que 2018 será um ano de aprofundamento ainda maior desse processo. O fato de Temer ser o líder político mais impopular na história de nosso planeta não o impede de seguir marchando ao ritmo da canção da sereia atlantista.

Situação drástica? Tragédia nacional? Sim.

Mas essas derrotas não devem nos desmobilizar. Ao contrário, um inferno especial está destinado aos covardes e desertores que engoliram a “pílula negra” e escolheram se apartar da luta política revolucionária, a única ferramenta de que o povo dispõe para reverter este quadro de derrotas.

Em 2018, continuaremos lutando.

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