Cada povo é um universo em específico, com suas peculiaridades, singularidades e características próprias, que se manifestam em termos de religião, valores estéticos, moral, estrutura política e hierarquias sociais.
Mas se existe algo comum, que liga os povos a uma mesma teia de relações, é a existência de um inimigo comum que, sozinho, subjuga e oprime a todos esses povos em diferentes níveis.
É claro que estamos falando do Ocidente liberal-capitalista, com seu projeto megalomaníaco de anexar a humanidade em seu próprio esquema civilizatório, naquilo que Ahmad Fardid, filósofo iraniano, denominou de Ocidentoxicação: anexação política, econômica e cultural. Controle militar sobre o planeta, exploração econômica e imposição, ao mundo, de um conjunto de normas pautadas unicamente nos valores liberais – o que representa, em última instância, o fim das religiões, o fim das identidades e o fim das tradições.
Nesse panorama, parece óbvio que os povos, se quiserem se ver livres de seus grilhões, venham eles de onde vierem, devem, antes de qualquer coisa, colaborarem em uma luta estrategicamente coordenada contra o inimigo comum. É uma questão de sobrevivência. Cristãos, muçulmanos, budistas, pagãos. Europeus, africanos, latino-americanos. Nacionalistas, socialistas, distributistas, anticapitalistas e antiliberais em geral. Todos, simplesmente todos aqueles que se opõem à hegemonia liberal global e amargam sua dominação.
A possibilidade de colaboração só não deve ser estendida a um nicho específico da sociedade: as oligarquias parasitas, mesmo aquelas que vestem o manto patriótico e dizem amar a Pátria. Em verdade, são lobos em pele de cordeiro, representantes do Capital e do globalismo: suas palavras são vazias e suas intenções são escusas.