O globalismo capitalista deseja um mundo sem fronteiras, para permitir a livre circulação de pessoas, bens e capital. Eles querem um mundo sem identidade, cinzento, indiferenciado, onde todos os povos estejam misturados, longe de sua terra natal, onde todas as religiões estejam misturadas ou simplesmente inexistam. Já começamos a ver os efeitos dessas crenças quando caminhamos pelas grandes metrópoles: São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Paris, Tóquio, pouca diferença se vê. O senso estético típico de cada cultura se perde.
Mas não vemos alternativa no nacionalismo burguês e reacionário, típico do século XIX e do século XX. Pelo simples fato de que ele substitui a nação real por uma ficção imposta de cima para baixo. Ele não bebe das profundezas da pátria, mas cria e constroi tradições para justificar a si mesmo, inventa uma identidade para se legitimar. Pior que isso, na sanha pela unidade estatal, ele atropela, esmaga ou até mesmo genocida a multiplicidade etnocultural da própria pátria. Isso não é exceção. É como as coisas tem sido desde o surgimento do Estado-Nação moderno.
Contra o globalismo liberal e em superação do nacionalismo burguês, oferecemos um tríplice patriotismo, um patriotismo em três níveis, autenticamente revolucionário e antichauvinista: patriotismo regional, patriotismo brasileiro e patriotismo latino-americano.
O patriotismo regional é o patriotismo de nossa pátria carnal, o lugar, região, estado de onde efetivamente somos, com quem construímos nossos laços, do chão em que pisamos, cujos costumes quotidianos cultivamos, cujo dialeto ou sotaque utilizamos. É a comunidade real, orgânica onde atuamos, vivemos e da qual raramente saimos.
O patriotismo brasileiro é o nosso patriotismo histórico, do Estado ao qual pertencemos e de cuja história participamos. O destino da pátria histórica é o nosso destino e o que causa dano a ela nos causa dano. A pátria história é a guardiã das comunidades e identidades que nela habitam e é daí que vem seu mandato.
O patriotismo latino-americano é o nosso patriotismo civilizacional. Nossa civilização é a civilização latino-americana, tal como há outras civilizações ao redor do mundo. Mas a nossa é esta, a de nosso continente, mesmo que ela abrigue e reuna elementos de várias civilizações. Aqui estes elementos foram reunidos tendo um novo norte e é este norte que seguiremos, rumo à Pátria Grande.
Contra o globalismo e o chauvinismo!
” novo norte e é este norte que seguiremos, rumo à Pátria Grande”.
Nosso norte é o Sul? Deveria ser “sulear”.