Retomar as empresas privatizadas pelos parasitas apátridas!

Por longas décadas, as gerações passadas trabalharam e pagaram impostos. Por meio deste esforço acumulado, e apesar de oposições internas e externas, o Estado brasileiro, principalmente sob Pedro II, sob Getúlio Vargas, e sob Ernesto Geisel, conseguiu dar alguns passos na direção da transformação do Brasil em país industrializado.

As forças de sempre, ligadas ao latifúndio semifeudal e ao capital financeiro internacional, foram capazes de sabotar os surtos de industrialização brasileira e interrompê-los. Insatisfeitas com a mera paralisação da industrialização brasileira, a partir de Sarney, e principalmente após o Consenso de Washington, foi posto em prática a entrega de todos os meios industriais de produção a mãos privadas, principalmente estrangeiras.

Começando sob Sarney, o BNDES foi proibido de conceder empréstimos à empresas públicas (sendo que o banco foi criado especificamente para isso) e, assim, deu-se início a um plano de sabotagem e de enfraquecimento das empresas públicas, principalmente através da redução de investimentos. O efeito dessa sabotagem foi sentido na piora na qualidade de prestação dos serviços públicos.

Com o povo sujeito a uma propaganda midiática massiva de conteúdo enganoso, que jogava a culpa por todos os tipos de problemas nas estatais – e prometia um futuro dourado e utópico de desenvolvimento, riqueza e serviços públicos de qualidade caso nos livrássemos dessas estatais –, dezenas de empresas brasileiras, erguidas pelo esforço de várias gerações de trabalhadores, foram vendidas pelos valores mais irrisórios possíveis.

Foram inúmeros casos de fraudes de todo tipo, principalmente contábeis. De aumento das tarifas pouco antes da venda (para garantir que os novos donos já chegariam lucrando) a vendas feitas com dinheiro de empréstimos do próprio governo, cujas dívidas não foram pagas e que, depois, o próprio governo perdoou.

O prejuízo total causado aos cofres públicos pode chegar aos 14 trilhões de dólares, ou seja, quase 8 vezes o nosso PIB atual. O governo FHC, por exemplo, praticamente presenteou George Soros, patrão de Armínio Fraga, com um lote de 6 bilhões de ações preferenciais da Petrobrás, por menos de 2% de seu valor em 1999.

Estamos falando de crimes de lesa-pátria cujas consequências são incalculáveis, porque não se limitam à economia e às contas públicas. Na medida em que a maioria das empresas públicas privatizadas, como a Vale e a CSN, pertencia a setores estratégicos, estamos falando também de prejuízos que se estendem na direção da soberania nacional e do status geopolítico do Brasil.

A utopia foi alcançada? Nos tornamos um país de Primeiro Mundo com essas privatizações? Tudo indica que não. Seguimos afundando na direção de níveis ainda mais baixos de subdesenvolvimento, seguimos nos desindustrializando, e a mídia repete a mesma cantilena para a criançada que nem meso tem idade para se recordar dos anos 90.

Novas privatizações são realizadas pelo governo Temer, em prol de um futuro de prosperidade que não chega nunca e nunca vai chegar, porque está fundada na farsa das vantagens comparativas, que tenta nos convencer de que a industrialização não vale a pena ou que não é mais possível.

A última consequência é a tragédia de Mariana, um cenário que teria sido muito mais improvável com uma Vale ESTATAL, pondo o bem público acima dos lucros de acionistas estrangeiros.

Todas essas privatizações devem ser anuladas e as empresas privatizadas retomadas por decreto, sem direito a qualquer tipo de indenização a essas forças parasitárias que conspiraram para abocanhar os frutos do sangue e do suor do povo brasileiro.

A fraqueza do Brasil é causada não só pela malícia de seus inimigos internos e externos, mas também pela languidez, pela tibieza e pela frouxidão dos que acham que é melhor ceder a vitória aos inimigos do povo sem lutar.

Custe o que custar, doe a quem doer, não importam os sacrifícios necessários, é necessário recolocar o Brasil no caminho civilizatório. E retomar as empresas estratégicas nacionais das mãos dos abutres do capital especulativo é passo fundamental.

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