Goldman Sachs: a face oculta do capital

Como um grupo financeiro mundial dirige a vida política da Europa?

O ex-primeiro ministro de Portugal e ex-presidente da Comissão Europeia (2004-2014), José Manuel Barroso, assumirá o cargo de presidente executivo do Goldman Sachs International. Sua tarefa principal será a de limitar os efeitos negativos do Brexit para o controvertido banco.

Goldman Sachs é um dos maiores bancos de investimento do mundo. Foi fundado em 1869. Oficialmente, administra o comércio de valores financeiros, a gestão de investimentos e outros serviços financeiros. É acionista da Reserva Federal dos Estados Unidos e se trata de uma importante organização mundial com mais de trinta mil colaboradores, que trabalham em diferentes países do mundo.

Oficiosamente, Goldman Sachs é um grupo financeiro mundial que dirige a vida política do império norte-americano. É o defensor dos interesses do capital financeiro globalizado, da rígida política de submissão financeira e da colonização de outros países. É a organização que trabalha para a criação de uma nova ordem mundial sem diversidade, sem a “florescente complexidade das culturas”. O banco que controla a maior parte das decisões políticas dos Estados Unidos.

Na história da América do Norte, os colaboradores do Goldman Sachs frequentemente têm ocupado funções chave de governo:

Em 1995, Robert Rubin acabou por ser ministro da Fazendo dos Estados Unidos. Foi diretor executivo do Goldman Saches.

Em 2003, Joshua Bolten, o Diretor Executivo de Assuntos Legais do Goldman Sachs, se converteu em Chefe de Gabinete da Casa Branca na presidência de George Bush. Bush o chamava de “um de seus assessores mais chegados”.

Em 2006, Henry Paulson ocupou o cargo de ministro da Fazenda dos Estados Unidos depois de haver sido presidente do Goldman Sachs.

Stephen Friedman, o presidente da Reserva Federal de Nova Iorque, foi um dos “altos diretores” do Goldman Sachs.

Mark Patterson, que fazia lobby a favor do Goldman Sachs, se converteu em vice-ministro das Finanças dos Estados Unidos.

Vários ex colaboradores do Goldman Saches estão no comando de bancos italianos, canadenses, da Reserva Federal de Nova Iorque, da Bolsa de Valores e ocupam cargos de alto escalão na estrutura político-econômica da UE.

Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu, foi vice-presidente e diretor executivo do Goldman Sachs entre 2002-2005.

Mario Monti, o ex ministro de Economia e Finanças italianos, e ex ministro de Assuntos Exteriores, é conselheiro internacional do Goldman Sachs.

António Borges, Lucas Papademos, Karel Van Miert e outros – os mestres da Zona do Euro – são os empregados do capital financeiro mundial. A carreira político dos ex-empregados do Goldman  Sachs está condicionada pelos interesses do lucro e dos benefícios.

É interessante constatar que o Goldman Sachs não só controla os processos políticos e econômicos da EU, como também dirige a vida política da Europa. Em 2009, no início da crise, o Goldman Sachs ajudou a Grécia a ocultar as verdadeiras cifras da dívida. As dívidas de milhares de milhões da Grécia foram ocupadas aos “controles” de Bruxelas. Essa prática seria fatal e foi revelada durante a aguda crise grega e de toda a UE.

Para o Goldman Sachs, a presença de Estados soberanos na Europa é um entrave para sua ganância. O capital financeiro mundial necessita de uma Europa em destroços, que possa ser arruinada em nome dos seus próprios benefícios.

Goldman Sachs é a companhia que põe em relevo o fracasso da economia norte-americana mundial. É o credor geral, mas, ao mesmo tempo, também o fiscal, o juiz e, inclusive, o carrasco!

É simbólico que, depois do furação Sandy, que abateu Nova Iorque e deixou a cidade sem eletricidade, o edifício do Goldman Saches tenha sido o único iluminado entre as ruínas apocalípticas de uma América do Norte submesa na obscuridade…

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Daria Dugina

Filha do professor Aleksandr Dugin, Daria Dugina é jornalista e doutoranda em Filosofia Política pela Universidade Estatal de Moscou.

Artigos: 53

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