Os EUA e os outros governos alinhados ao projeto global atlantista trazem para a América Latina uma nova fase em seu projeto de quase 20 anos de desestabilização e mudança de regime na Venezuela. Trata-se de uma nova tentativa de implementação de uma Revolução Colorida, seguindo passos já aplicados na Líbia, Síria, Ucrânia e vários outros países não-alinhados.
O tipo de discurso lançado na mídia pelas oligarquias jornalísticas é sempre o mesmo: “ditadura”, “violação de direitos humanos”, “opressão”, “perseguição política”, “ele está matando centenas/milhares/milhões/bilhões”. Já ouvimos isso sobre Assad, sobre Gaddafi, sobre Putin, sobre Khamenei, sobre Kim Jong Un e quantos outros?
São tantos clichês que chega a ser risível e não é surpresa quando se descobre que existem até manuais preparados pela ONG de Gene Sharp, a Albert Einstein Institution, ensinando a como organizar uma Revolução Colorida.
Não se enganem, a Venezuela é um país em uma profunda crise e sem qualquer solução fácil à vista. Mas nenhum dos cães histéricos que clamam por golpe, intervenção ou invasão na Venezuela consegue explicar as causas dessa crise.
A Venezuela tem uma história de décadas de crise econômica que precisa ser entendida para poder entender os problemas atuais. O petróleo tem sido uma bênção e uma maldição para a Venezuela, e o país passa por crises periódicas, mas frequentes, dependendo do preço dos barris no mercado internacional. Basta que lembremos do Caracazo de 1989, quando após a imposição de austeridade fiscal pelo governo liberal de Carlos Andrés Pérez, a população venezuelana se revoltou e o governo a reprimiu com violência, matando mais de 2 mil cidadãos.
Foi o descontentamento dessa época que deu origem ao fenômeno chavista. Não se pode esquecer que a Venezuela era um país arruinado, em situação pior do que agora, quando Chávez, um militar nacionalista influenciado pelo peronismo revolucionário de Norberto Ceresole, chegou ao poder.
Apesar de tentativas de golpe de Estado, locautes patronais criminosos, sabotagem financeira internacional e uma campanha de ódio midiático extremamente virulenta, os resultados do bolivarianismo foram inegavelmente positivos.
Os esforços de industrialização (que envolveram, inclusive, o fortalecimento e crescimento com incentivos ao setor privado) não foi o suficiente. À queda nos preços dos barris, o governo respondeu com subsídios para a importação, para ajudar o empresariado nacional, mas esse mesmo empresariado aproveitou a oportunidade para estocar as importações e desviar os produtos para o mercado negro, pra poder vender muito mais caro E ATÉ PARA EXPORTAR (!!!) as importações. Essas manipulações (somado com o fato de faltar uma política mais dura no que concerne o dólar) levou à desvalorização maciça do bolívar.
Daí, some-se isso com sanções e você tem uma fórmula pronta para um pesadelo para o qual praticamente não há saídas, para além de esperar uma nova subida nos preços do petróleo.
Liberais de direita e esquerda por todo mundo se unem contra o governo venezuelano. A oposição venezuelana, que é de modo geral liberal, sionista, gayzista, propagadora da ideologia de gênero e maçônica e antes se organizava ao redor da figura sexualmente suspeita de Capriles, agora se organiza ao redor do mestre maçom Juan Guaidó, que declarou a si mesmo presidente e fugiu com o rabo entre as pernas para a embaixada colombiana.
Em resposta, o legítimo presidente Nicolás Maduro deu 72 horas para que o corpo diplomático americano abandonasse o país. O golpista Guaidó pediu que o corpo diplomático americano ficasse. Políticos americanos já falam em ordenar que o corpo diplomático permaneça, o que pode forçar o presidente a um impasse.
Choramingos burgueses liberais sobre a Assembleia Venezuelana são irrelevantes. A metodologia da democracia representativa burguesa é falida quando ela coloca no poder representantes que são inimigos do próprio povo e de seus interesses. Nesse sentido, a concentração de poderes por Nicolás Maduro junto à interação direta com grupos orgânicos, seguindo a cartilha de Carl Schmitt para contornar um Legislativo e um Judiciário afundados na podridão, é a ferramenta correta e legítima para preservar a democracia em seu sentido pleno e autêntico.
Não existe qualquer dúvida sobre o caso porque o caso venezuelano está integrado em um projeto global de preservação da hegemonia unipolar do atlantismo americano, contra os legítimos interesses dos povos. A Venezuela é hoje o que foi a Síria ontem e a Líbia anteontem.
Viva Chávez!
Pátria ou Morte!
Perfeito! Ótimo! Era tudo o que eu estava esperando de vocês! Excelente artigo. Vocês estão de parabéns!
alguem sabe q cartilha de carl schmitt é essa q eles citam??