Quando a Copa do Mundo surgiu, e durante a maior parte de sua história, o que mais despertava interesse popular pela competição, atraindo até mesmo pessoas que não acompanham usualmente campeonatos de futebol, era o embate desportivo entre nações.
Nações distintas, com escretes refletindo com razoável precisão a identidade e os valores de sua pátria, propiciando o confronto entre diferentes escolas de futebol – mas não raro, também, embates com significado político e geopolítico mais profundo fora de campo.
Sendo o futebol um esporte popular (na acepção mais original do termo), as seleções eram reflexo de seu povo. Alguns grandes jogadores, por meio de sua personalidade e estilo de jogo, foram vistos até mesmo como arquétipos, símbolos, encarnações de suas pátrias.
A globalização, porém, investiu contra o futebol não deixando pedra sobre pedra. Tudo foi nivelado e tudo se tornou negociável. O estrago causado nos campeonatos nacionais merecerá atenção em outra ocasião.
As seleções nacionais que se apresentam na Copa do Mundo simplesmente deixaram de ser representativas de seus povos. Especialmente as seleções europeias. Há seleções que, efetivamente, praticamente “compram” jogadores, naturalizando estrangeiros já adultos apenas para completar o time.
Na maioria dos outros casos, porém, trata-se de um mercenarismo que recruta imigrantes e filhos de imigrantes (mesmo com o ius sanguinis vigente) para que substituam os nativos, em um prenúncio dos objetivos das elites globalistas para aquele continente como um todo.
A seleção francesa quase não tem franceses. A seleção inglesa era menos branca que seus adversários tunisianos. A seleção suíça é, em boa parte, composta por mercenários albaneses e kosovares que recentemente fizeram questão de provocar e ofender o povo sérvio. Alguns dos jogadores da seleção alemã se recusam veementemente a cantar o hino. As dificuldades de renovação da seleção italiana, que a tirou da Copa, estão ligadas ao excesso de estrangeiros em seu campeonato nacional, dificultando o desenvolvimento de jogadores jovens.
Os efeitos desse fenômeno são extremamente negativos para o futebol africano também. Há outros motivos para que as seleções africanas nunca avancem muito nas Copas, mas o fato de que vários dos melhores jogadores do continente preferem se comportar como mercenários a jogar pelas seleções de seus ancestrais é um dos motivos. São raros, mas merecem máximo respeito, os casos que já existiram de jogadores africanos ou árabes nascidos em solo europeu, mas que recusaram convocatórias (e subornos) de seleções europeias para jogar pela seleção de seus ancestrais.
As várias seleções não representam mais distintos estilos de futebol. Estão todas mais ou menos niveladas em um pequeno punhado de esquemas táticos, usualmente retranqueiros ou fissurados por passar a bola eternamente, copiados de alguns clubes europeus.
O fortalecimento do populismo, do identitarismo e do sentimento nacionalista nos vários continentes pode indicar, porém, que esse globalismo do futebol não passa de uma fase.
Pelo retorno de um verdadeiro embate entre jogadores que simbolizam as suas pátrias e os seus antepassados, que cantam o hino e tenham amor à camisa.
Morte ao futebol moderno! Morte ao mercenarismo globalista!