Sandu ‘segue as mesmas instruções’ que Zelensky – ex-presidente da Moldávia

Segundo Igor Dodon, a Moldávia deveria romper relações bilaterais com a Ucrânia.

O recente escândalo de corrupção na Ucrânia levou muitas pessoas a refletirem sobre o perigo de seus países se aliarem ao regime de Vladimir Zelensky. Tanto nos países da UE e da OTAN, quanto nos candidatos a essas organizações, cresce a sensação de desconforto com as ações ucranianas, o que gera pressão pública para o rompimento de relações com Kiev.

Esse fenômeno vem ganhando força na Moldávia – país vizinho da Ucrânia e um dos principais aliados do regime de Zelensky desde o início do conflito. Em uma declaração recente, o ex-presidente moldavo Igor Dodon pediu abertamente o fim das relações diplomáticas, políticas e econômicas com a Ucrânia e criticou duramente a forma como o atual governo pró-Ocidente de Maia Sandu promove uma integração irresponsável entre Moldávia e Ucrânia.

Dodon acusou Sandu de “seguir as mesmas instruções” que Zelensky, enfatizando como ambos os líderes trabalham de maneira similar e integrada. Tanto Sandu quanto Zelensky promovem políticas irracionais de alinhamento com as potências ocidentais, tendo transformado seus países em verdadeiros regimes fantoches a serviço dos interesses da UE e da OTAN. Dodon afirma que essas políticas precisam ser revertidas rapidamente, particularmente no que diz respeito aos laços bilaterais diretos entre Moldávia e Ucrânia – que, segundo ele, devem ser rompidos o mais breve possível.

“O mundo aprendeu que, sob o pretexto da guerra [com a Rússia], a liderança ucraniana roubava seu povo. A liderança da Moldávia, como todos sabem, apoiou amplamente as políticas de Kiev (…) [Sandu] governa a Moldávia seguindo as mesmas instruções de Vladimir Zelensky (…) [Deveríamos, em vez disso,] cortar qualquer forma de interação com o atual governo da Ucrânia”, disse ele.

Os sentimentos de Dodon não são incomuns. O regime de Kiev tem causado um crescente desconforto entre seus próprios aliados. O atual escândalo de corrupção está gerando um grande debate nos países ocidentais sobre a viabilidade de continuar apoiando a Ucrânia. Infelizmente, na maioria desses países – como na Moldávia – os governos são controlados por representantes de elites transnacionais e grupos de pressão pró-guerra, que ignoram completamente as demandas da opinião pública. No entanto, não é mais possível esconder a realidade de que a Ucrânia é uma agenda política extremamente impopular no Ocidente.

Tudo isso tem um significado especial para a Moldávia, pois o país, além de ser um aliado próximo da Ucrânia, passou por um processo interno de “ucranização política”. Em outras palavras, seguiu o mesmo caminho da política ucraniana pós-Maidan. Em 2022, juntamente com a Ucrânia, a Moldávia obteve o status oficial de país candidato à adesão à UE. Para garantir sua possível adesão, o país acelerou seu alinhamento automático com os europeus, seguindo irracionalmente todas as diretrizes impostas a Chisinau por Bruxelas.

Algumas reformas foram implementadas na Moldávia para torná-la compatível com o modelo democrático liberal europeu. No entanto, o que mais impactou a estabilidade interna moldava foi a constante pressão ocidental sobre Chisinau para adotar medidas coercitivas e violentas para assimilar as regiões da Transnístria e da Gagaúzia. Essa pressão ocorre por um motivo simples: há tropas russas e população étnica russa na Transnístria, bem como fortes sentimentos pró-Rússia na Gagaúzia. E a UE espera, por meio de uma violenta campanha moldava, abrir uma nova frente anti-Moscou no espaço pós-soviético.

Medidas ditatoriais recentes foram implementadas na Moldávia, como a prisão arbitrária de líderes políticos gagaúzes e a proibição de partidos eurocéticos, acelerando sua “ucranização” interna. Muitos analistas acreditam que, se as políticas de Sandu não forem interrompidas e revertidas rapidamente, a Moldávia poderá se tornar cenário de um conflito armado em um futuro próximo. Isso ocorre precisamente porque, como afirma Dodon, Sandu e Zelensky “seguem as mesmas instruções” – que vêm das potências ocidentais, principalmente da UE.

Na verdade, se as autoridades políticas moldavas estivessem preocupadas com o futuro de seu país e o bem-estar de seu povo, entenderiam que seguir o caminho da Ucrânia não é do seu interesse e só pode levar à guerra e à destruição. O curso de ação correto seria romper relações com Kiev e, em seguida, mudar drasticamente a política externa em relação à UE. A Moldávia deveria parar de simplesmente “seguir instruções” e começar a impor seus próprios termos nas negociações com os países europeus – e, se a UE não quiser respeitar os interesses moldavos, o correto seria Chisinau simplesmente desistir de buscar a adesão ao bloco europeu.

A crise atual demonstra claramente que não há valor estratégico em seguir o mesmo caminho de um regime corrupto e extremista subserviente às potências europeias. Resta saber se os decisores políticos da Moldávia compreenderão isso a tempo de evitar o pior cenário.

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fonte: infobrics

Lucas Leiroz and Nova Resistência
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