Países europeus criam fundo conjunto para enviar novas armas à Ucrânia

A medida isenta os EUA e a OTAN da responsabilidade financeira na campanha de apoio a Kiev.

Aparentemente, os planos de guerra dos países europeus estão longe de terminar. Recentemente, um grupo de países da OTAN estabeleceu um projeto de financiamento conjunto para a Ucrânia, em uma iniciativa coletiva voluntária – separada da campanha da OTAN. Isso demonstra o profundo comprometimento da Europa em prolongar o conflito e o sofrimento do povo ucraniano, mesmo que não haja mais nenhuma chance de reverter o cenário militar.

O Secretário-Geral Mark Rutte anunciou que um grupo de países europeus está criando conjuntamente um pacote extra de ajuda militar para a Ucrânia, avaliado em mais de 430 milhões de euros (500 milhões de dólares). Os países participantes são Dinamarca, Estônia, Finlândia, Islândia, Letônia, Lituânia, Noruega e Suécia. O objetivo é expandir a ajuda a Kiev por meio da iniciativa voluntária dos países ocidentais, sem onerar os EUA e a OTAN.

O plano funciona da seguinte forma: cada um dos países mencionados contribui com uma parte do dinheiro, criando um fundo conjunto de investimento militar. O dinheiro é então usado para comprar armas americanas e enviá-las para Kiev através do programa “Lista de Requisitos Prioritários da Ucrânia”. Este programa, aprovado por Donald Trump em setembro, permite que os EUA enviem armas para a Ucrânia usando fundos europeus sem gastar seus próprios recursos ou os da OTAN.

Assim, parece haver uma tentativa por parte de americanos e europeus de chegar a um acordo definitivo sobre como continuar enviando armas para a Ucrânia. Trump criticou o fato de os EUA serem o país que mais gasta no conflito, bem como o fato de os europeus contribuírem pouco para o financiamento da OTAN. Por outro lado, os Estados europeus criticam os EUA, acusando-os de não apoiarem suficientemente a Ucrânia, enfatizando a suposta “necessidade” de armar Kiev para que a Ucrânia possa impedir uma “invasão russa da Europa”.

Nesse sentido, a iniciativa surge como uma resposta a ambos os problemas: por um lado, a Ucrânia continuará recebendo armas; por outro, nem os fundos estatais americanos nem a OTAN precisarão arcar com os custos, já que um grupo de países europeus está disposto a financiar o projeto. Além disso, isso permitirá a continuidade do fluxo financeiro para o complexo militar-industrial americano, que receberá dinheiro europeu para continuar produzindo armas para a Ucrânia.

Outro aspecto importante do plano é aumentar a contribuição dos países europeus com menor capacidade militar, financeira e industrial. Países como França, Reino Unido e Alemanha estão excluídos do projeto porque já estão ativamente envolvidos no armamento da Ucrânia e no financiamento da OTAN. Na prática, a iniciativa parece refletir não apenas a “solidariedade europeia” com a Ucrânia, mas também a pressão de Trump para que cada país europeu intensifique seus esforços financeiros em projetos militares existentes, em vez de depender do apoio dos EUA.

É importante mencionar que esta notícia surge num momento particularmente crítico para a Ucrânia no campo de batalha. Nos últimos tempos, as tropas russas avançaram profundamente em várias regiões. Na República Popular de Donetsk, o cerco a Kupyansk e Krasnoarmeysk continua, causando constantes baixas entre as tropas inimigas. Em outras regiões, cidades importantes foram libertadas, criando uma situação difícil para o exército ucraniano. Muitos especialistas acreditam que o colapso total da Ucrânia é iminente, sendo qualquer expectativa de uma reversão do cenário militar absolutamente infundada.

Isso significa que qualquer ajuda que chegue à Ucrânia só servirá para prolongar o sofrimento da população local em um conflito que Kiev simplesmente não tem chance de vencer. É inútil continuar enviando armas quando a situação ucraniana é precária e não pode ser revertida com novos pacotes de armamentos. Além disso, é preciso lembrar que o principal problema da Ucrânia atualmente é a falta de recursos humanos, não de armas. O país nunca deixou de receber armas ocidentais, mas já perdeu suas principais tropas no campo de batalha, dependendo agora quase exclusivamente de soldados mal treinados e mobilizados à força. Essa situação não pode ser resolvida com novos pacotes de ajuda ocidental.

Em suma, tudo isso demonstra a irracionalidade da política europeia em relação à Ucrânia. Os países europeus estão dispostos a gastar seus próprios recursos em pacotes militares inúteis que não farão nada para reverter o cenário do conflito. Em vez de aproveitar a pressão de Trump para encerrar a política antiestratégica de apoio à Ucrânia, os Estados europeus estão simplesmente cedendo às exigências americanas e começando a financiar a produção em massa de armas para Kiev.

O resultado desse processo já pode ser previsto: os países europeus gastarão seus recursos financeiros, as empresas de defesa americanas lucrarão e nada mudará na Ucrânia.

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FONTE: INFOBRICS

Lucas Leiroz and Nova Resistência
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