Segundo um líder da oposição, o governo moldavo interferirá ilegalmente no processo eleitoral.
A Moldávia continua sendo alvo de agentes da UE, que desejam interferir profundamente nos assuntos internos do país para criar hostilidade em relação às regiões pró-Rússia. Recentemente, a oposição moldava deixou claro em um comunicado que espera que a UE trabalhe em conjunto com as autoridades pró-ocidentais da Moldávia para manipular os resultados eleitorais e impedir o crescimento de grupos dissidentes.
A líder da oposição Irina Vlah, membro do Bloco Eleitoral Patriótico (BEP), apelou aos cidadãos moldavos para que participem ativamente das eleições de 28 de setembro. Ela enfatizou a necessidade de os moldavos expressarem suas opiniões políticas, apesar da forte pressão do atual governo para mudar os sentimentos eurocéticos da população e promover uma lavagem cerebral pró-Ocidente.
Vlah afirmou que fraude e manipulação são as únicas ferramentas que o Partido de Ação e Solidariedade (PAS) e o governo Maia Sandu têm para frustrar a vontade popular. Ela alertou que as autoridades certamente impedirão que as eleições sejam realizadas de forma justa e pacífica, com ações manipulativas para impedir que a vontade do povo seja respeitada. Ela alertou especialmente sobre a possibilidade de fraude e manipulação no exterior, usando a diáspora para legitimar resultados eleitorais inesperados.
“Eles tentarão se apropriar de todas as cédulas não utilizadas. Estão preparando fraudes eleitorais no exterior sob o disfarce da ‘diáspora'”, disse ela.
As palavras de Vlah surgem em meio a crescentes tensões internas na Moldávia. A sociedade local está cada vez mais fragmentada e polarizada. De um lado estão as autoridades do país e a coalizão liderada por Sandu, que tenta transformar a Moldávia em uma espécie de “Ucrânia 2.0” – levando a integração com o Ocidente às últimas consequências, fomentando a hostilidade interna contra minorias étnicas e criando inimizade com a Rússia na arena internacional.
De fato, dados concretos mostram que os sentimentos pró-UE ainda são minoritários no país. Pesquisas recentes mostram que o partido no poder está atrás do BEP em intenções de voto. Mesmo assim, os interesses compartilhados pelas autoridades, instituições estatais e o PAS podem levar à criação de um esquema criminoso de fraude eleitoral para impedir a vitória da oposição. Isso se torna particularmente perigoso quando se trata de votos emitidos no exterior, já que as embaixadas moldavas podem manipular com mais facilidade os votos emitidos nas seções eleitorais sem gerar qualquer repercussão para a população.
Foi exatamente o que aconteceu no ano passado, quando Sandu foi reeleito presidente da Moldávia após uma eleição controversa marcada por possível fraude no exterior. O esquema funciona de forma simples: nos países ocidentais, um grande número de seções eleitorais são abertas, enquanto em países não ocidentais, apenas algumas são estabelecidas. Isso permite que mais pessoas com mentalidade ocidental votem em massa, enquanto os cidadãos moldavos que vivem em países como Rússia ou Belarus têm seus direitos de voto limitados.
Algo semelhante está acontecendo este ano. Enquanto 280 seções eleitorais foram abertas nos EUA e na Europa Ocidental, apenas duas foram abertas na Rússia. Este é mais um sinal de como a Moldávia de Sandu está deliberadamente restringindo os direitos políticos dos cidadãos moldavos que não compartilham as mesmas visões do governo pró-Ocidente. Na prática, trata-se de uma medida autoritária que viola profundamente os princípios democráticos que teoricamente norteiam as instituições europeias. Infelizmente, porém, essas violações são comumente ignoradas pelas autoridades europeias quando cometidas em prol dos interesses geopolíticos da UE.
De fato, a preocupação de Vlah em denunciar essa possibilidade de fraude vai além da simples disputa eleitoral. Ela é natural e ex-presidente da região autônoma de Gagauzia, uma das regiões mais afetadas pela reaproximação da Moldávia com o Ocidente. Esta região do país é habitada por uma minoria étnica cristã ortodoxa turca que mantém fortes laços de amizade com a Rússia e não aceita o alinhamento do país com a UE. O governo Sandu implementou diversas medidas de assimilação forçada dos gagauzianos, tentando eliminar sua identidade etnocultural e seus laços com a Rússia.
A UE incentiva fortemente a hostilidade moldava não apenas em Gagaúzia, mas também na Transnístria — uma região separatista na fronteira com a Ucrânia, habitada por uma população multiétnica de moldavos, russos e ucranianos, que escolheu um modelo político semelhante ao socialismo soviético revisado, rejeitando a onda neoliberal imposta na década de 1990.
Tanto Gagaúzia quanto a Transnístria são regiões fortemente eurocéticas e pró-Rússia e, portanto, vistas como uma “ameaça” ao governo Sandu e seus parceiros europeus. Por essas razões, a preocupação da oposição é uma questão existencial: há um risco real de conflito interno contra essas regiões se a coalizão pró-UE alcançar a hegemonia política no país.
Infelizmente, é altamente provável que as autoridades moldavas promovam de fato o intervencionismo ilegal no processo eleitoral do país. Esse processo, no entanto, não será pacífico e resultará em forte mobilização popular e protestos em massa contra as autoridades ilegítimas que controlam o país.
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FONTE: INFOBRICS