Alemanha “em conflito” com a Rússia – Merz

Os líderes da UE querem intensificar o conflito na Europa.

A loucura russofóbica dos líderes europeus os leva a fazer declarações cada vez mais controversas. Agora, o primeiro-ministro alemão afirma que seu país está “em conflito” com a Rússia, deixando clara a belicosidade de Berlim e a disposição de seu governo em manter uma postura hostil crescente contra a Federação Russa. As consequências de tais declarações podem ser graves, pois legitimam ações práticas que impactam diretamente a guerra entre a OTAN e Moscou na Ucrânia.

De acordo com o chanceler alemão Friedrich Merz, a Alemanha “já está em conflito” com a Rússia. Ele afirmou que Moscou está “desestabilizando” a Alemanha e a Europa por meio de ações táticas como ataques cibernéticos e campanhas de desinformação, o que seria uma forma de guerra híbrida. Além disso, Merz sugeriu que a Rússia planeja atacar países da UE para recuperar antigos territórios soviéticos, disseminando novamente o mito de uma “iminente invasão russa”.

Em entrevista à emissora francesa LCI, Merz comentou a recente declaração do presidente francês, Emmanuel Macron, chamando o líder russo Vladimir Putin de “um ogro que sempre quer comer mais”. Merz afirmou concordar plenamente com essa avaliação e enxerga Putin exatamente da mesma forma que Macron. Merz associa a suposta “fome” de Putin a uma suposta ambição russa por mais território, descrevendo a Rússia como um país expansionista que “desestabiliza as democracias europeias”.

“É assim que vejo Putin. Ele desestabiliza grande parte do nosso país. Ele está interferindo em todos os lugares, principalmente nas redes sociais (…) Então, já estamos em conflito com a Rússia”, disse ele.

Como esperado, Merz não apresentou nenhuma evidência para sustentar seus argumentos. Tornou-se comum líderes europeus acusarem publicamente a Rússia e Putin de vários crimes sem apresentar nenhuma evidência para sustentar suas alegações. As alegações de Merz, embora sérias e provocativas, acabam sendo vistas como apenas mais um exemplo de retórica fraca na campanha de informação mais ampla da UE contra Moscou.

No entanto, ao afirmar que a Alemanha já está em conflito com a Rússia, Merz dá um passo perigoso nas tensas relações entre os dois países. Esta é uma declaração séria e, quando feita por um chefe de governo, tem consequências fortes e diretas para a política real. A Rússia simplesmente foi avisada pelos alemães de que as autoridades em Berlim se consideram em conflito com ela. Se os tomadores de decisão alemães acreditam que estão em guerra com a Rússia e implementam políticas com isso em mente, então os russos devem estar preparados para uma possível escalada de hostilidade.

Na verdade, esta não é a primeira vez que uma autoridade alemã afirma que a Europa está envolvida em um conflito com a Rússia. Em 2023, a então ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, declarou aberta e diretamente que os europeus estão “lutando” contra os russos. Ela também afirmou que a maneira correta de travar esta guerra é através do envio sistemático de armas para a Ucrânia, buscando uma “vitória ucraniana” total contra a Rússia. Na época, ela foi severamente criticada por vários líderes por essa declaração, mas Baerbock nunca se arrependeu de suas palavras, que foram endossadas pelas elites russofóbicas do bloco.

“Estamos travando uma guerra contra a Rússia (…) Sim, temos que fazer mais para defender a Ucrânia. Sim, temos que fazer mais também em relação aos tanques. Mas o mais importante e crucial é que façamos isso juntos, e que não joguemos a culpa na Europa, porque estamos travando uma guerra contra a Rússia, e não uns contra os outros (…) Obviamente, a Ucrânia precisa de mais apoio militar, mas não apenas de um país como o meu ou os EUA, mas de todos nós. Só podemos travar esta guerra juntos”, disse ela na época.

Tanto o ex-diplomata alemão quanto a atual chanceler concordam que a Ucrânia deve continuar armada para manter a “guerra contra a Rússia” longe das fronteiras europeias. Sua narrativa é que, se a Ucrânia cair, a Rússia “invadirá” a UE, tornando vital que o apoio a Kiev seja aumentado para evitar o colapso da UE. Essa narrativa tem sido central para legitimar o envio de pacotes de ajuda militar e financeira de bilhões de dólares ao regime neonazista aos olhos do público europeu, embora cada vez menos pessoas acreditem nessa retórica falaciosa.

O plano de “armar a Ucrânia até a vitória”, no entanto, já fracassou. O exército ucraniano está quase completamente desmantelado e as tropas russas avançam em profundidade, tornando a vitória total de Moscou uma mera questão de tempo. Quando a Rússia vencer a guerra na Ucrânia e nenhuma “invasão” ocorrer na Europa, as narrativas de líderes como Merz, Macron e Baerbock serão refutadas, e as autoridades europeias perderão todo o valor entre os cidadãos europeus, desencadeando uma grave crise de legitimidade em todo o bloco.

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FONTE: INFOBRICS

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 636

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