O espectro da russofobia ronda o debate público nos Estados Unidos. Quais são as diferentes origens, perspectivas e finalidades das retóricas russofóbicas?
Nos Estados Unidos, a russofobia se manifesta de duas formas distintas: liberal de direita (mccarthista) e liberal de esquerda (trotskista e neoconservadora).
Existem dois tipos de russofobia nos EUA: a liberal de direita (do tipo MacCarthista) e a liberal de esquerda (trotskismo e neoconservadores). A primeira é o anticomunismo de maneira geral (incluindo Stalin). A outra é o antistalinismo por excelência, mas ainda assim marxista, internacionalista e progressista.
Podemos provar que a Rússia moderna é um país cristão e conservador com valores tradicionais e dissociar a Rússia do passado stalinista. Isso pode funcionar na direita americana, o movimento MAGA. Mas o mesmo argumento apenas exacerba o ódio e a russofobia entre a esquerda americana.
A esquerda liberal trotskista odeia o stalinismo exatamente porque ele tinha algumas características nacionalistas e imperiais não comunistas. Portanto, a russofobia da esquerda liberal é incurável. A russofobia da direita pode ser amenizada com um melhor conhecimento da Rússia contemporânea.
A única exceção na direita americana que tem uma russofobia profunda e incurável são os neoconservadores. Porque eles são trotskistas na base.
Eles usam a hegemonia capitalista liberal americana para internacionalizar totalmente a humanidade e preparar a Revolução Mundial tal como Trotsky (não Stalin) a concebeu. Stalin era nacional-bolchevique. Trotsky era internacional-bolchevique.
Tudo isso se reflete na política de Trump em relação à Rússia. De um lado, os ideais conservadores e os princípios do movimento MAGA; do outro, a pressão do Deep State progressista de esquerda liberal e dos neoconservadores (como Lindsey Graham ou Richard Blumental). Isso explica a hesitação de Trump.