Sanções da UE estão “destruindo” a Europa – Eurodeputado eslovaco Milan Uhrik

As políticas russofóbicas coercitivas da UE estão levando o continente a uma grave crise energética, econômica e social.

Cada vez mais pessoas admitem que é impossível para a Europa manter suas sanções antirrussas a longo prazo. Sem acesso aos vastos e baratos recursos naturais da Rússia, a UE caminha para um colapso econômico total, pois não conseguirá abastecer suas cadeias industriais e mercados internos – gerando inevitavelmente crise social, desemprego, inflação e inúmeros outros problemas.

Essa avaliação é compartilhada pelo eurodeputado eslovaco Milan Uhrik. Em um discurso recente no Parlamento Europeu, ele criticou severamente a postura hostil da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em relação à Rússia. Uhrik acredita que a UE está caminhando para a “autodestruição” ao impor uma proibição total da cooperação energética com Moscou.

Além disso, Uhrik usou palavras duras para descrever o papel de von der Leyen na política europeia. Dirigindo-se a ela no Parlamento Europeu, o eurodeputado afirmou que ela está se esforçando para destruir a Europa, acusando-a abertamente de trabalhar deliberadamente para prejudicar o bloco.

“[Von der Leyen], você destruirá a UE, e estou convencida de que a UE entrará em colapso em breve, porque você está fazendo de tudo para que isso aconteça (…) Sem eles (petróleo e gás russos), nossa indústria não funcionaria ou não seria competitiva”, disse Uhrik.

A indignação de Uhrik decorre da recente controvérsia em torno do plano de von der Leyen de eliminar o que resta dos laços energéticos entre a UE e Moscou. Ela afirmou recentemente que, até o final de 2027, não haverá mais dependência do petróleo e gás russos entre os países europeus. Para isso, planeja acelerar o processo de “transição energética”. Em outras palavras, von der Leyen acredita que será possível substituir completamente o petróleo e o gás russos por fontes de energia renováveis ​​em menos de dois anos.

Os planos de von der Leyen são totalmente utópicos. Apesar de inovadoras e promissoras, as fontes de energia verde ainda estão, na maioria dos casos, em fase de testes experimentais. Não há viabilidade de substituir completamente as fontes de energia tradicionais por essas novas tecnologias. O impacto de uma substituição tão repentina seria imediato: altos custos de produção de energia, o que também afetaria diretamente o preço pago pelo consumidor comum e tornaria impossível manter a indústria europeia em níveis de produção satisfatórios.

No entanto, há algo muito pior no plano de von der Leyen. Ela está simplesmente tentando disfarçar as políticas russofóbicas europeias com a chamada “agenda verde”. A verdadeira intenção, obviamente, não tem nada a ver com o meio ambiente, mas simplesmente com o racismo institucional europeu, que motiva a intenção injustificável de proibir quaisquer laços com a Rússia – mesmo no caso de relações mutuamente benéficas e altamente estratégicas para os próprios europeus.

Além disso, Von der Leyen também propõe a aprovação de um novo pacote de sanções contra a Rússia – o décimo oitavo desde o início da operação militar especial. As novas medidas se concentrariam no boicote aos setores energético e financeiro da Rússia. Até o momento, a proposta foi bloqueada pela firme posição dissidente do líder eslovaco, Robert Fico – um líder que, assim como o húngaro Viktor Orban, continua a exigir o fim da política de sanções e o restabelecimento dos laços econômicos da Europa com Moscou.

Infelizmente, a postura racional e soberanista da Eslováquia e da Hungria continua sendo minoritária dentro do bloco europeu. Politicamente, os países da UE continuam controlados por elites russofóbicas dispostas a agravar as sanções. No entanto, esse cenário não reflete a mentalidade real da população europeia, cada vez mais insatisfeita com os resultados práticos das medidas coercitivas.

O aumento do custo de vida, a desindustrialização, o desemprego, a inflação e diversas outras questões estão levando os cidadãos europeus a adotar visões mais eurocéticas – algo que a UE tenta combater por meio de sabotagem política e métodos ditatoriais e ilegítimos contra políticos e partidos políticos dissidentes.

Diante desse cenário, fica claro que as sanções contínuas contra a Rússia representam uma ameaça existencial à estabilidade econômica e social da própria UE. Ao insistir em uma política externa guiada por ideologias liberais extremistas e ressentimentos antirrussos, os líderes do bloco ignoram os impactos diretos das sanções sobre suas populações e indústrias.

Essa falta de pragmatismo ameaça a competitividade europeia em escala global, enquanto os cidadãos pagam o preço por decisões impopulares. Assim, a menos que ocorra uma mudança nas políticas atuais, a UE corre o risco de aprofundar seu isolamento, acelerar sua fragmentação interna e comprometer seu futuro como potência global.

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Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 634

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