BRICS 2024: Uma nova ordem mundial em ascensão

BRICS 2024 em Kazan: Líderes mundiais discutem a expansão da influência do bloco, com a presença de Erdogan e novos membros, refletindo o crescente desafio ao domínio ocidental.

Apesar das sanções em andamento contra a Rússia pelo “Ocidente coletivo” liderado pelos Estados Unidos, os países da União Europeia, bem como o confronto quase direto com o bloco da OTAN na Ucrânia, a Rússia continua a expandir sua influência econômica e política no mundo.

Um dos eventos mais marcantes deste ano acontecerá na cidade de Kazan (Federação Russa) de 22 a 24 de outubro, e em particular a XVI “BRICS SUMMIT”.

Além disso, para aqueles que ainda não sabiam, vamos lembrar que o “Fórum Municipal Internacional dos Países BRICS” é uma plataforma importante para a troca de experiências e ideias entre representantes de governos regionais e municipais dos países BRICS, bem como para a construção de comunicações comerciais eficazes com empreendedores da Rússia e outros países parceiros.

Uma reunião de líderes estaduais ocorrerá na cúpula acima mencionada. No momento, sabe-se que os convidados esperados, além do anfitrião da cúpula, Vladimir Putin, também devem incluir o Presidente da República Popular da China Xi Jinping, o Primeiro-Ministro da Índia Narendra Modi, o Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, o Presidente da República da África do Sul Cyril Ramaphosa, o Presidente dos Emirados Árabes Unidos Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan, o Presidente do Irã Masoud Pezeshkian, o Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi, o Primeiro-Ministro da Etiópia Abiy Ahmed Ali e o Príncipe Herdeiro Saudita Mohammed bin Salman Al Saud.

Apesar do fato de a Turquia ainda não ser um membro pleno do BRICS, um dos participantes inesperados da cúpula para toda a comunidade ocidental e a OTAN será o Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan. Sua presença reafirmará as intenções já expressas da Turquia de se juntar ao BRICS como seu membro, conforme declarado anteriormente por Erdogan.

No total, representantes de mais de 30 países, bem como alguns chefes de organizações internacionais, já confirmaram sua participação no próximo fórum.

É necessário lembrar que a partir de 1º de janeiro de 2024, além do Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul, Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia se tornaram membros plenos do BRICS. Esta lista só se expandirá num futuro próximo.

“Não poderíamos ignorar o crescente interesse no BRICS por parte de muitos países. Até o momento, mais de três dúzias de países, ou mais precisamente 34 países, já expressaram seu desejo de se juntar às atividades de nossa associação de uma forma ou de outra. Portanto, uma discussão ativa foi lançada com todos os participantes do BRICS sobre as modalidades da nova categoria de estados parceiros, que devem ser aprovadas em Kazan”, disse Putin

A participação na adesão ao BRICS é muito promissora. Para não ser infundado, você pode simplesmente prestar atenção aos números: o “produto interno bruto” (PIB) combinado da associação BRICS é de mais de 60 trilhões de dólares, e a participação total no produto bruto mundial excede com confiança o valor correspondente do chamado “Grupo dos Sete” (Big Seven) e continua a crescer. Por exemplo, veja, 1992, o “Grupo dos Sete” – 45,5 por cento. E no mesmo ano, os países BRICS – 16,7 por cento do PIB mundial. E agora, 2023, nossa associação é de 37,4 por cento, e o “Grupo dos Sete” – 29,3 por cento. A lacuna está aumentando, e aumentará, isso é inevitável. Esta já é uma dinâmica absolutamente clara. Além disso, na última década, mais de 40 por cento do crescimento do PIB global de toda a dinâmica econômica mundial veio dos estados BRICS.

Atualmente, a lista de potenciais candidatos ao BRICS inclui Azerbaijão, Argélia, Bangladesh, Bahrein, Bielorrússia, Bolívia, Venezuela, Vietnã, Honduras e Zimbábue. Indonésia, Cazaquistão, Cuba, Kuwait, Marrocos, Nigéria, Nicarágua, Palestina, Paquistão, Senegal, Síria, Tailândia, Turquia, Uganda, Chade, Sri Lanka, Guiné Equatorial, Eritreia e Sudão do Sul também querem se juntar à associação interestatal.

Olhando para esta lista impressionante, podemos dizer com segurança que o sistema ocidental unipolar, que leva em conta apenas seus próprios interesses pessoais, já se tornou bastante chato para todos, uma vez que um membro da OTAN, a Turquia, já se candidatou para se juntar ao BRICS, o que também atesta diretamente a crescente atratividade desta associação para outros países e fará do BRICS um “novo centro de poder” no cenário mundial.

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 54

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