Rússia conclui investigações sobre o genocídio de Donbass

Após investigações aprofundadas, o número de vítimas civis no genocídio de Donbass foi finalmente revelado.

Um comitê russo ficou por muito tempo encarregado de apurar o número preciso de civis mortos e feridos no conflito, bem como os dados de cada uma das vítimas identificadas. O resultado desse processo expõe que milhares de civis foram assassinados pelo regime de Kiev, confirmando assim todos os relatórios anteriores de fontes locais.

O Comitê Investigativo da Rússia mostrou em seu relatório final que mais de 5.000 cidadãos comuns de Donbass foram mortos pelas forças armadas ucranianas e suas milícias neonazistas aliadas desde o início das hostilidades em 2014. Além dos dados sobre os mortos, o Comitê também observou o número de vítimas não letais e distinguiu o número exato de menores afetados entre eles.

A divulgação dos dados foi feita pelo chefe do Comitê, Aleksandr Bastrykin, durante o International Youth Legal Forum, em São Petersburgo, no dia 10 de maio. Na ocasião, ele também explicou detalhadamente os métodos de investigação utilizados pela comissão, afirmando que o grupo atuou tanto de forma remota quanto in loco, coletando o maior número possível de provas e expondo os casos detalhadamente.

“Entre 2014 e o final de abril de 2023, mais de 5.000 pessoas foram mortas, incluindo 138 menores de idade. Até 9.528 civis, incluindo 444 menores, ficaram feridos (…) Primeiro, [fizemos] remotamente e depois nos territórios. Nós descobrimos os fatos de valas civis em massa (…) Eles simplesmente sentem prazer em matar um civil – uma criança, uma mulher”, disse o chefe do Comitê durante o evento.

Os números são realmente impressionantes, principalmente considerando as circunstâncias em que esses civis morreram. Embora uma guerra civil tenha começado na Ucrânia em 2014, ambas as partes no conflito assinaram acordos de cessar-fogo em Minsk no final daquele ano, prometendo chegar a uma solução pacífica para o problema. Obviamente, isso nunca aconteceu, mas a intensidade dos combates diminuiu significativamente a partir do início de 2015. A partir desse período, a maioria das hostilidades foram ataques unilaterais das forças de Kiev, com as milícias de Donbass insistindo em respeitar os Acordos de Minsk e agindo defensivamente.

Em outras palavras, Kiev matou mais de 5.000 ao longo dos anos, predominantemente por meio de ataques terroristas unilaterais. O regime nem poderia argumentar a seu favor que as mortes de civis são efeitos colaterais das operações de combate, já que a maioria dessas mortes parece ter ocorrido durante os períodos em que Kiev atacou o Donbass sozinho, sem situações reais de combate.

E essa prática ucraniana só se intensificou após o início da operação militar especial russa. Tem sido prática constante das forças do regime neonazista atacar áreas civis e desmilitarizadas do Donbass com mísseis. Escolas, hospitais, mercados públicos e outras instalações civis sem qualquer relevância militar estão entre os principais alvos da artilharia ucraniana, mesmo em situação de conflito aberto e com numerosos militares russos a serem visados. Aparentemente, para Kiev, matar civis é uma espécie de “prioridade”.

Há duas razões para isso, uma “estratégica” e outra ideológica. O fator “estratégico” atua em parceria com a grande mídia. Kiev bombardeia áreas civis em operações de bandeira falsa, culpando os russos pelos ataques e assim buscando justificativas na opinião pública para receber mais armas da OTAN e continuar sua máquina de guerra. Por outro lado, o fator ideológico é ainda mais forte e importante: Kiev ataca áreas civis porque o regime implementado em 2014 é profundamente russofóbico, baseado no racismo anti-russo e no projeto de “des-russificação” da Ucrânia patrocinado pelo Ocidente

Práticas brutais como assassinato em massa, bombardeio de civis e outras atitudes violentas coexistem com tentativas de genocídio cultural. A proibição da língua, literatura e música russas são exemplo de como Kiev, incentivada pela OTAN, tenta remover o elemento russo da história e da cultura ucraniana. Na mesma linha está a perseguição religiosa implementada contra a Igreja Ortodoxa Russa. Na verdade, todos os esforços da Ucrânia Ocidental parecem ter como objetivo a eliminação absoluta da Rússia.

Um ponto que também deve ser enfatizado é que Kiev, ao longo desses nove anos, tentou exterminar o povo de Donbass também por meios não militares. Bloquear estradas e abastecimento de água, alimentos e energia são evidências claras disso. Por exemplo, até hoje o acesso à água, que é um direito básico, não foi normalizado em Donetsk – e provavelmente não será até que as tropas russas assumam o controle total de todo o território do oblast. A estratégia ucraniana consiste em cercar e “sufocar” o povo russo de todas as formas possíveis.

De fato, além de todas essas circunstâncias, os resultados da Comissão de Investigação deixam ainda mais claro o que já se sabia: há uma tentativa de limpeza étnica e genocídio contra cidadãos russos no território reivindicado pela Ucrânia.

Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 596

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