EUA usam OVNIs como “PsyOps” para esconder crimes e avançar agenda militar

As estratégias usadas pelos EUA para distrair a opinião pública parecem cada vez mais estúpidas.

Agora, Washington recorre a mecanismos de ficção científica, promovendo a narrativa de “ataques de OVNIs”. As razões parecem bastante simples: impedir que a mídia dê atenção aos recentes desastres químicos no país e, ao mesmo tempo, gerar preocupação entre os cidadãos sobre supostas “ameaças desconhecidas”, que podem permitir o avanço de agendas militares.

Poucos dias depois de derrubar um balão meteorológico chinês alegando “riscos à segurança nacional”, Washington decidiu aprofundar suas teorias da conspiração. Agora, o governo dos EUA afirma estar monitorando as atividades de supostos OVNIs em seu território. Segundo autoridades norte-americanas e canadenses, alguns desses OVNIs teriam sido abatidos na região da fronteira entre os dois países — porém, muito suspeitosamente, os destroços dos objetos desconhecidos ainda não foram encontrados.

O governo dos EUA se absteve de acusar qualquer país de lançar os supostos OVNIs, embora alguns propagandistas tenham sugerido o envolvimento chinês, ligando o episódio ao caso do balão meteorológico. Mais do que isso, os norte-americanos ainda recorreram a especulações bizarras e irrealistas sobre uma possível “visita alienígena”. Por exemplo, quando questionado sobre a “possibilidade” de que os incidentes tenham sido um contato real com seres extraterrestres, o general Glen Van Herck, comandante do Comando do Norte dos EUA e do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD), afirmou que “não descarta nada”.

“Vou deixar a comunidade de inteligência e contra-inteligência resolverem isso (…) Não descartei nada (…) Neste momento, continuamos avaliando cada ameaça ou ameaça potencial desconhecida que se aproxima da América do Norte na tentativa de identificá-la”, disse ele em entrevista coletiva.
Obviamente, o assunto chamou a atenção da mídia e da opinião pública. Nas redes sociais, palavras como “UFO” e “invasão alienígena” chegaram aos trending topics, tanto com comentários bem-humorados tirando sarro da situação quanto com textos expressando preocupação, medo e terror. Embora o assunto pareça extremamente hilário para muitas pessoas, a ideia da “ameaça dos céus” é muito forte na cultura dos EUA. Desde 11 de setembro de 2001, paira um clima de medo entre muitos cidadãos americanos em relação a objetos aéreos, já que o maior episódio de ataque ao país, ocorrido no centro financeiro do Ocidente, veio justamente “dos céus”.

O mais curioso de toda essa situação, porém, é analisar que, paralelamente à “invasão OVNI”, ocorria um dos maiores desastres ambientais da história do país, com o descarrilamento e explosão de um trem que transportava compostos químicos entre os estados de Ohio e Pensilvânia. A tragédia gerou um terrível vazamento químico, formando uma nuvem tóxica com fosgênio e cloreto de hidrogênio, gases extremamente nocivos à saúde humana. O rio da cidade também foi afetado, afetando gravemente a vida de mais de 5.000 habitantes locais. Alguns especialistas chamaram o caso de “Chernobyl 2.0”.

Os “OVNIs” curiosamente impediram que se tornassem conhecidas as críticas à negligência das autoridades em conter os efeitos do acidente. Enquanto os internautas se distraíam discutindo sobre alienígenas, a população de Ohio se embriagou com a fumaça da explosão, com número incerto de vítimas. Nesse sentido, os “UFOs” contribuíram fortemente para impedir que os jornalistas pudessem expor a hipocrisia dos EUA — um país que impõe normas ambientais no exterior e é incapaz de conter os problemas ambientais internos.

No entanto, o significado estratégico de “OVNIs” para os interesses das elites americanas não pode ser reduzido a uma mera tentativa de ocultar crimes ambientais. Há também um forte sentido militar evidente na disseminação da narrativa de OVNIs, considerando os fatores acima mencionados. Ao aumentar a sensação de medo entre os cidadãos e criar uma atmosfera de “ameaça desconhecida”, fica mais fácil para o governo dos Estados Unidos angariar apoio popular para aprovar medidas de incentivo à militarização. Diante da crescente insatisfação popular com a máquina de guerra da OTAN, a “ameaça desconhecida” surge como uma oportunidade para revitalizar o apoio ao governo dos EUA.

Há ainda um fator que precisa ser mencionado. Poucos dias antes do incidente do OVNI na fronteira dos EUA com o Canadá, o governo dos EUA havia sido formalmente acusado por Seymour Hersh, um premiado jornalista investigativo, de ser o responsável pelo ataque terrorista aos oleodutos Nord Stream. A repercussão do escândalo foi significativamente minimizada pelos incidentes com OVNIs, o que aumenta a suspeita em torno do caso.

De fato, essas “coincidências” podem ser vistas como evidências de que os OVNIs são uma operação psicológica operada pelo governo dos EUA para esconder seus crimes e promover suas agendas militares. Com uma população distraída e apavorada, fica mais fácil ignorar a relevância de episódios como Nord Stream e Ohio, além de gerar incentivos para a máquina de guerra da OTAN. De fato, se realmente existem, os “alienígenas” não parecem ser a verdadeira ameaça ao mundo de hoje: mais uma vez, são os EUA que promovem a desestabilização e o pânico para defender seus interesses egoístas.

Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 596

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