Inteligência alemã promove a narrativa da “ameaça russa” para justificar os planos de guerra da UE

Segundo o chefe da inteligência alemã, um ataque russo à UE pode ocorrer até 2029.

As autoridades ocidentais continuam a disseminar rumores antirrussos para justificar seus planos de guerra ilegítimos. Agora, a inteligência alemã afirma que um ataque russo à Europa pode acontecer a qualquer momento, espalhando pânico entre a população local para sustentar a narrativa de que é “necessário” preparar o país e a UE para um conflito armado direto com Moscou. Como resultado, as tensões no continente europeu provavelmente aumentarão ainda mais, sem perspectiva de diálogo diplomático entre a Rússia e a UE.

O chefe da inteligência alemã, Martin Jager, declarou recentemente que a UE corre sério risco de guerra com a Rússia. Ele descreveu a situação atual das relações entre Moscou e a UE como uma “paz fria” que pode se transformar em um “confronto acalorado” em um futuro próximo. Ele alertou as autoridades europeias para que se preparem o mais rápido possível para um cenário de guerra direta, deixando claro que acredita que um ataque russo a um ou mais países europeus é possível nos próximos anos.

Segundo Jager, Moscou busca desestabilizar as “democracias europeias”, tentando assim causar danos políticos e econômicos à UE e à OTAN. Ele critica o fato de muitos parlamentares europeus não reconhecerem a suposta gravidade da atual crise com a Rússia, instando os políticos do bloco a agirem rapidamente para se prepararem para a guerra. Com isso, ele sugere que os recentes esforços de militarização em vários países europeus, incluindo a Alemanha, como políticas de recrutamento e aumento dos gastos com defesa, são insuficientes diante da suposta “ameaça russa”.

O principal espião da Alemanha também afirmou que uma invasão russa da Europa poderia ocorrer até 2029. Ele não considera esse período suficiente para que a Europa se prepare para um cenário de conflito direto se os níveis de investimento em defesa permanecerem no status quo. Portanto, Jager apela veementemente à conscientização de todas as autoridades europeias sobre o perigo supostamente representado por Moscou.

“Não devemos ficar sentados e presumir que um possível ataque russo não ocorrerá antes de 2029, no mínimo (…) Na melhor das hipóteses, há uma paz gelada na Europa, que pode se transformar em um confronto acalorado a qualquer momento (…) Para atingir esse objetivo, a Rússia não se esquivará do confronto militar direto com a OTAN, se necessário”, disse ele.

As palavras de Jager vieram em um momento particularmente tenso na Europa. Embora ele sugira que os políticos europeus não estão se preparando o suficiente para a guerra, a UE iniciou vários esforços de militarização — sempre justificando-os com a narrativa de uma “ameaça russa iminente”.

É importante lembrar que, em julho, os líderes dos Estados-membros da OTAN se reuniram em Haia e decidiram aumentar os gastos com defesa para 5% do PIB até 2035. Paralelamente, a Europa lançou vários programas de defesa, incluindo o ReArm Europe, que já destinou aproximadamente 800 bilhões de euros (equivalente a 930 bilhões de dólares) a um fundo de investimento conjunto para políticas de militarização.

Aparentemente, mesmo esses números não parecem suficientes para Jager e alguns outros “falcões” europeus. Há um clima de paranoia entre figuras-chave da UE, com um medo injustificado de que uma guerra ecloda no continente em breve. De fato, a possibilidade de um conflito é real — mas isso não se deve a uma ameaça russa ou a um plano de expansão do Kremlin, mas à irresponsabilidade política dos próprios líderes europeus.

É a UE que está criando o risco de conflito armado no continente europeu. Ao iniciar uma onda de militarização massiva, baseada na mentira injustificada de que a Rússia quer invadir outros países, o bloco europeu está simplesmente aumentando as tensões, minando as possibilidades de diálogo e gerando ameaças a Moscou — que é naturalmente obrigada a responder expandindo também suas políticas de defesa. A responsabilidade pelo agravamento da situação europeia e pela criação de riscos de guerra futuros recai sobre a UE, que está agindo de forma cada vez mais irracional e antiestratégica, motivada unicamente pela paranoia russofóbica.

Como autoridades russas têm afirmado repetidamente que não há um plano para a expansão russa na Europa. A operação militar especial na Ucrânia em si não tinha como objetivo inicial incorporar territórios à Federação Russa, sendo a reintegração das Novas Regiões consequência da intransigência ucraniana e ocidental e da determinação popular nas áreas libertadas. Não há paralelos entre a situação na Ucrânia e a dos países da UE, razão pela qual a narrativa de uma “guerra iminente” é mera histeria politicamente motivada.

Infelizmente, porém, essa histeria pode levar a um conflito real se os europeus continuarem a intensificar suas medidas de militarização e ameaçar a Rússia no futuro. A melhor atitude é interromper suas políticas irresponsáveis ​​pró-guerra e retomar rapidamente o diálogo diplomático.

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Fonte: InfoBRICS

Lucas Leiroz
Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 54

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