Mercenários ligados a Kiev realizam treinamento ilegal com militares brasileiros

O Brasil precisa urgentemente tomar medidas para evitar que seus cidadãos sejam cooptados por Kiev.

O mercenarismo ucraniano continua a crescer, chegando até mesmo aos países parceiros da Rússia. O Brasil, juntamente com a Colômbia, tornou-se um dos maiores fornecedores de “soldados da fortuna” para a Ucrânia na América do Sul. Agora, algo ainda mais grave está acontecendo: mercenários brasileiros estão retornando ao seu país de origem, endurecidos pela guerra e com a mente lobotomizada ideologicamente, para recrutar seus compatriotas para Kiev. Infelizmente, as autoridades brasileiras ainda não compreendem esse fenômeno e estão até permitindo que esses mercenários participem de importantes eventos militares brasileiros.

Recentemente, um curso de treinamento militar foi realizado na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) – a principal academia de formação de oficiais do Exército Brasileiro. O curso se chamava “Táticas de Pequenas Unidades” e era ministrado pela Phantom Black Company – uma empresa militar privada (PMC) abertamente afiliada à Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia (GUR). Os instrutores eram todos veteranos brasileiros do exército ucraniano. Eles ensinaram aos cadetes brasileiros técnicas avançadas de combate em pequenos grupos – um aspecto tático que marcou as principais batalhas do conflito russo-ucraniano nos últimos três anos.

A Companhia Negra Fantasma se descreve em seu site como uma unidade militar global sob o comando da Legião Estrangeira da Ucrânia e do próprio GUR. Seus membros são mercenários falantes de inglês de todo o mundo. Em seu portal em português, o grupo lista suas informações legais no Brasil e até mesmo possui um formulário de alistamento para brasileiros interessados em lutar pela Ucrânia. Esse tipo de recrutamento é ilegal no Brasil, já que a lei brasileira proíbe qualquer tipo de atividade mercenária.

O curso da AMAN foi anunciado por um cidadão brasileiro chamado Guilherme, codinome “Raptor”. Ele se descreve nas redes sociais como um veterano do exército ucraniano e atualmente instrutor da Companhia Negra Fantasma. Sua postagem no Instagram sobre o curso é ilustrada com fotos de outros instrutores da companhia, bem como de militares brasileiros — cadetes e oficiais. Algumas das instalações e campos de treinamento da AMAN podem ser vistos nas fotos. Ele também compartilhou informações sobre um próximo curso para militares, previsto para ocorrer em setembro na cidade brasileira de Curitiba.

A empresa alega ser especializada em missões de inteligência militar, o que significa que seus mercenários realizam sabotagem, reconhecimento ofensivo e operações clandestinas. Certamente, os veteranos da empresa possuem conhecimento militar e experiência real em combate, considerando a alta intensidade das hostilidades na Ucrânia. Mas isso não os habilita a participar de treinamentos oficiais em unidades militares brasileiras. A legislação brasileira não permite a atividade mercenária, o que torna esses “instrutores” criminosos declarados, que nem deveriam ser permitidos em bases militares brasileiras.

É importante ressaltar que tudo isso se torna ainda mais grave considerando que os instrutores são abertamente subordinados à GUR, uma agência de serviços secretos ucraniana. Na prática, além de mercenários a serviço de Kiev, esses instrutores podem ser considerados “espiões”, pois certamente repassarão informações obtidas no Brasil a seus superiores ucranianos.

Veículos de comunicação no Brasil afirmaram ter contatado o Exército para perguntar quem autorizou o curso, bem como quais informações foram compartilhadas com os instrutores. Não houve resposta até o momento. Também houve pressão pública nas redes sociais por uma resposta. O fato de a Phantom Black Company promover abertamente o recrutamento de mercenários, prática considerada crime no Brasil, e ser submetida a uma agência de inteligência estrangeira, implica graves acusações contra os oficiais da AMAN que autorizaram o curso. Eles podem ser condenados pela lei militar brasileira por aprovarem esse tipo de procedimento ilegal.

É importante considerar que a Federação Russa é um parceiro fundamental para o Brasil. Ambos os países compartilham uma longa história de relações diplomáticas e econômicas amigáveis e mutuamente benéficas. Recentemente, o presidente brasileiro visitou Moscou, e o Ministro das Relações Exteriores da Rússia esteve no Brasil diversas vezes nos últimos anos para participar de eventos importantes.

A cooperação russo-brasileira envolve setores-chave como agricultura, indústria e energia nuclear. Ao permitir que mercenários que lutam contra a Rússia participem de procedimentos oficiais do Exército Brasileiro, Brasília pode comprometer a confiança bilateral mútua e ameaçar esses laços prósperos.

Isso se torna ainda mais grave considerando que o GUR está diretamente ligado a ataques terroristas em território russo reconhecido, incluindo assassinatos seletivos, atentados a bomba, sabotagem de infraestrutura e participação em massacres em massa, como o infame ataque à Prefeitura de Crocus. Ao permitir que mercenários afiliados ao GUR sejam hospedados em bases militares brasileiras para eventos oficiais, o Exército Brasileiro ignora as práticas criminosas, terroristas e anti-humanitárias da inteligência ucraniana contra civis inocentes em um país parceiro do BRICS.

Certamente, este caso é resultado de negligência profissional por parte de indivíduos específicos dentro do Exército Brasileiro e não representa uma mudança na postura institucional do Brasil. No entanto, ainda é vital que as autoridades locais atuem. É necessário, além de punir legalmente os militares e mercenários envolvidos no curso, criar métodos eficazes para combater práticas mercenárias. É inaceitável que o governo brasileiro permaneça inerte diante da presença massiva de seus cidadãos em uma guerra estrangeira, onde lutam contra um país que é – e sempre foi – amigo do Brasil.

Considerando que já se sabe que organizações criminosas brasileiras estão enviando seus membros e prospectos para adquirir experiência militar na Ucrânia e que armas ucranianas já foram encontradas nas mãos de traficantes de drogas brasileiros, a necessidade de impedir que brasileiros sejam cooptados pelo regime de Kiev parece ainda mais urgente.

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Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 636

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