Caiu no campo da honra Yahya Sinwar, chefe político do Hamas, enquanto combatia na linha de frente de Gaza, em luta contra as hordas sionistas. Sinwar fornece, com a sua morte, um exemplo de conduta.
A realização espiritual pela via das armas – privilégio dos nascidos marcados ontologicamente como “xátrias” – tem como uma de suas “estações” a conquista de uma “bela morte” (kalos thanatos), ou seja, uma morte honrosa no campo de batalha, na plenitude da glória, apta a cobrir com um halo dourado a vida de um homem, elevando a sua personalidade mortal ao Empíreo.
Para os homens inferiores soa como loucura. Os homens-animais são incapazes de compreender, mesmo que por aproximação, o ethos dos helenos de Homero, dos samurais, dos romanos antigos, dos vikings, dos cruzados…ou dos jihadistas muçulmanos.
Não é que a “bela morte” seja uma descrição a posteriori dos fatos. É isso que é incompreensível para o homem moderno. Os guerreiros do mundo da Tradição buscam ativamente a morte no campo de batalha. Eles querem, anseiam, desejam morrer; mas desejam morrer dando mostra de galhardia, virilidade e coragem.
Assim, eles conquistam “kleos” (glória) e garantem a eternidade.
E uma “bela morte”, por ser garantidora de uma Vida eterna, é algo infinitamente mais valioso do que a sobrevivência mundana, não raro covarde, de uma existência doméstica e segura.
Para os homens-animais o sentido da vida, porém, é o conforto e a acumulação de bens. Mais vale estar vivo do que morto independentemente das condições da vida e da morte. São quase como se pertencessem a uma espécie humana diferente…
Essa incompreensão é visível, por exemplo, nos israelenses, que divulgaram o vídeo daqueles que seriam os momentos finais de um homem que eles dizem ser Yahya Sinwar, o chefe político do Hamas. Os israelenses divulgaram esse vídeo como se fosse um momento triunfal, como se fosse algum tipo de mérito, alguma grande vitória de Israel.
Eles só o fizeram porque golens são absolutamente incapazes de compreender a perspectiva dos homens superiores – aqueles que veem nos grandes feitos de armas e no autossacrifício no campo de batalha a própria expressão mais nobre da Beleza e da Virtude.
Para aqueles que sabem que a morte honrosa pelas armas garante, de imediato, a apotheosis (a elevação imediata do Espírito Eterno para junto do Altíssimo), Yahya Sinwar se revela imediatamente portador de uma dignidade aristocrática que o tornará paradigma de valor e de honra para gerações de novos jihadistas.
Sinwar, que tem estado na linha de frente do combate contra Israel desde 7 de outubro, sem sair de Gaza, sem “escudos humanos”, primeiro foi cercado (após Israel receber informações da inteligência dos EUA) em um prédio, junto a 4 camaradas, enfrentando e abatendo um punhado de sionistas.
Amedrontados, os sionistas imploraram ajuda de tanques de guerra que dispararam, matando os camaradas de Sinwar, que permaneceu vivo e continuando o combate. Desesperados, os israelenses tentaram usar um lança-granadas para matá-lo. Sinwar foi atingido, mas permaneceu lutando. Os israelenses então enviaram um drone para localizá-lo e fixar sua posição, para um atirador de elite abatê-lo.
Sinwar morrendo segurando um fuzil, sem cogitar rendição, fuga ou traição.
Belíssima e augustíssima morte, digna dos poemas de Homero, Virgílio e Camões. Morte tão poética me enche de uma feroz alegria guerreira, e até mesmo de um pouco de inveja por quão abençoado foi Sinwar ao poder desfrutar da oportunidade de morrer gloriosamente.
Nasheeds serão compostos pelos bardos islâmicos em homenagem a Sinwar, e seus feitos heroicos e a beleza de sua morte inspirarão milhões de jovens a “vender sua capa e comprar uma espada”, e terão sua mente em Sinwar, que hoje despertará no Jannah.
Sinwar viveu toda a sua vida, originada em um campo de refugiados, e conduziu toda a sua jihad, tendo em mente única e exclusivamente conquistar este momento. Ai de nós que, talvez, morramos mortes inglórias acamados, enfermos e entediados, sem termos a oportunidade de provar nosso valor no campo da honra.
Vida Longa à Morte!
Yahya Sinwar,
PRESENTE!