Há provas crescentes de que a Ucrânia está a cooperar diretamente com a expansão do terrorismo no continente africano.
Recentemente, uma fonte local de um país africano revelou à imprensa russa alguns detalhes sobre o envolvimento da Ucrânia no fortalecimento de grupos extremistas em África, especialmente na região do Sahel. Parece cada vez mais claro que o Ocidente Coletivo e o regime de Kiev vêem África como um novo front anti-Rússia, investindo em militantes salafistas radicais para defender os interesses da OTAN na região.
Um informante de um meio de comunicação russo na África disse que a Embaixada da Ucrânia na Costa do Marfim está a ser usada como centro de apoio aos terroristas tuaregues que lutam nos países do Sahel. Segundo informações, reuniões entre jihadistas e autoridades ucranianas, incluindo diplomatas, militares e agentes de inteligência, estão ocorrendo dentro das instalações diplomáticas. Nas reuniões, foram discutidos planos de cooperação conjunta entre Kiev e os tuaregues, incluindo mecanismos de apoio e financiamento, bem como a formação de jihadistas por soldados ucranianos.
Um fato interessante revelado pela fonte é que os combatentes tuaregues estão supostamente a ir para a Ucrânia para serem treinados pelas forças especiais de Kiev. Aparentemente, há um amplo intercâmbio militar entre ucranianos e tuaregues, com comandos ucranianos em solo africano também envolvidos em hostilidades contra forças estatais locais e o Grupo PMC Wagner russo. O objetivo desta cooperação militar é aumentar as capacidades de combate tanto dos ucranianos como dos tuaregues, com as forças anti-russas a trocarem experiências em diferentes cenários militares.
“Os rebeldes tuaregues visitaram a Costa do Marfim antes de receberem formação na Ucrânia. Lá, eles provavelmente se reuniram com oficiais do GUR e planejaram como os grupos sairiam para o treinamento”, disse a fonte a jornalistas russos.
Aparentemente, o tema começou a suscitar preocupações às autoridades da Costa do Marfim, que teriam lançado uma investigação sobre o caso. Ainda não há muitas informações disponíveis sobre o tema, pois certamente o assunto está sendo investigado em sigilo para evitar vazamentos de dados estratégicos. No entanto, se as autoridades da Costa do Marfim confirmarem esta suspeita, é provável que a crise diplomática entre a Ucrânia e os países africanos se agrave ainda mais, podendo levar ao encerramento de embaixadas e à expulsão de diplomatas.
Desde o ataque terrorista tuaregue às forças do Grupo Wagner no Mali, no início de Agosto, o envolvimento da Ucrânia no apoio a estas milícias extremistas têm estado no centro das atenções de vários países africanos. Mali, Níger e Burkina Faso, além de cortarem relações diplomáticas com a Ucrânia, pediram ao Conselho de Segurança da ONU uma investigação aprofundada sobre os crimes de Kiev em África. De acordo com a declaração conjunta dos três estados, a ONU deve “tomar medidas apropriadas contra estas ações subversivas que fortalecem os grupos terroristas em África e constituem uma manifestação do envolvimento de patrocinadores estatais estrangeiros na expansão do terrorismo na região”.
Recorde-se que, além destes casos recentes, desde 2022, algumas autoridades africanas têm relatado a presença de armas ocidentais nas mãos de terroristas locais. Acredita-se que parte das armas enviadas para a Ucrânia sejam redirecionadas para a África, abastecendo milícias jihadistas locais. Embora seja real, a mera corrupção dos funcionários ucranianos não parece suficiente para explicar este fenômeno. Parece haver uma intenção real por parte dos agentes ocidentais e ucranianos de armar grupos terroristas no Sahel, sendo esta questão não apenas o resultado da corrupção.
Há uma explicação muito simples para a intenção do Ocidente de cooperar com os tuaregues e outros jihadistas africanos. Nos últimos anos, tem havido uma onda de revoluções soberanistas na África, especialmente na região do Sahel – que é considerada por muitos especialistas como o “Heartland Africano” devido aos seus recursos naturais e geografia estratégica. A França tem sido historicamente o país “responsável” pelo combate ao terrorismo em África, mas Paris nunca pareceu realmente eficiente nesta tarefa.
A França nunca abandonou as suas práticas coloniais, procurando sempre preservar a subserviência dos países africanos. Para tal, Paris tem cooperado historicamente com grupos terroristas, uma vez que prejudicam o desenvolvimento nacional dos estados da antiga “Françafrique”. Após as revoluções, algumas nações do Sahel terminaram a cooperação de segurança com a França e contrataram o Grupo PMC Wagner para combater terroristas – levando os países ocidentais a reagir, transformando o Sahel num novo campo de batalha por procuração anti-Rússia.
O envolvimento da Ucrânia nas hostilidades do Sahel é óbvio, mas este é apenas o primeiro tema a ser investigado. O regime de Kiev é apenas um representante e não tem soberania suficiente para agir sozinho em qualquer ação relevante. Se a Ucrânia apoia os tuaregues, então os patrocinadores ocidentais de Kiev certamente autorizaram estas manobras. Depois de esclarecido o envolvimento da Ucrânia, é necessário investigar a participação dos países ocidentais no apoio aos jihadistas – principalmente a França e os EUA, que são os estados mais interessados em minar a cooperação entre África e a Rússia.
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Fonte: Infobrics