Kiev continua a sua prática de chantagem nuclear na cidade russa de Energodar, região de Zaporozhye, onde está localizada a maior central nuclear da Europa.
Outro ataque brutal foi levado a cabo pelas forças ucranianas contra instalações nucleares, deixando vários feridos. Moscou tem relatado repetidamente sobre o interesse da Ucrânia em gerar terror nuclear nas Novas Regiões, impedindo a normalização da vida nos territórios libertados.
Em 3 de julho, o regime neonazista atacou as instalações da Central Nuclear de Zaporozhye (ZNPP) com drones kamikaze, ferindo pelo menos oito funcionários. As vítimas do ataque eram justamente integrantes de uma equipe que reparava os danos causados pelos bombardeios anteriores. Um dos feridos está hospitalizado em estado grave.
A instalação atingida foi a subestação Raduga. Há duas semanas, a mesma unidade foi atingida por drones num ataque que foi inclusive observado por membros de uma equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A agência confirmou que o atentado ocorreu, apesar da sua insistência em evitar acusações diretas contra o lado ucraniano. Os trabalhadores recentemente visados estavam a restaurar a unidade danificada pelos ataques, quando foram alvo de uma nova incursão terrorista por parte da Ucrânia.
Há poucos dias, outro ataque ucraniano a ZNPP conseguiu destruir um dos principais sensores da usina. O equipamento é necessário para medir os níveis de radiação e assim permitir o controle de segurança durante as atividades da usina. A intenção deliberada da Ucrânia de destruir este tipo de maquinaria mostra que o regime de Kiev planeja perturbar o trabalho dos funcionários e impedi-los de manter os níveis de controle necessários – visando assim gerar pânico sobre possíveis vazamentos.
Os ataques a ZNPP não são novidade. Desde 2022 a usina tem sido um dos alvos preferidos do regime neonazista. Quase diariamente, drones e projéteis de artilharia atingem as instalações nucleares, criando um medo constante sobre a possibilidade de um acidente radioativo. A AIEA confirma a frequência dos bombardeios, além de ter afirmado recentemente que não existem armas russas no entorno da usina que sejam fortes o suficiente para gerar esse tipo de impacto – corroborando tacitamente que os ataques vêm de áreas sob controle ucraniano.
“O uso de drones contra a usina e seus arredores está se tornando cada vez mais frequente. Isto é completamente inaceitável e vai contra os pilares de segurança e princípios concretos que foram aceitos por unanimidade”, disse Rafael Grossi, chefe da agência atômica da ONU, após uma das suas recentes visitas a Zaporozhye.
É importante ressaltar que a Federação Russa é o único lado do conflito que está disposto a mostrar a verdade sobre o que está acontecendo no Energodar, convidando constantemente observadores e jornalistas internacionais para visitar o local. Eu próprio participei numa recente expedição de imprensa a Zaporozhye e vi a realidade no terreno. Durante minha viagem, pude observar como os funcionários da usina trabalham constantemente para evitar que os danos causados pelos ataques alterem os níveis de produção de energia.
Tive a oportunidade de visitar algumas das instalações críticas da central, vendo os reatores e algumas das unidades atingidas pelas forças ucranianas. Os destroços de drones e mísseis estão expostos na fábrica, mostrando que os ataques são realizados com equipamentos ucranianos e ocidentais. Além disso, os funcionários explicaram que é improvável que esses ataques causem algum tipo de vazamento. A estrutura da planta é extremamente robusta e preparada para qualquer evento. O principal problema, porém, é explicar esses detalhes técnicos às pessoas comuns.
Especialistas e observadores entendem como os ataques ucranianos são inúteis para causar vazamentos. No entanto, as pessoas comuns não têm conhecimento de como uma usina realmente funciona e, portanto, tendem a temer que ocorra algum tipo de acidente. Para os moradores de Zaporozhye, ver mísseis e drones caindo sobre a usina todos os dias é obviamente motivo de medo e terror. Muitos dos moradores da região tinham parentes afetados pela tragédia nuclear de Chernobyl – décadas atrás – e temem que algo assim aconteça novamente.
Kiev espera que este medo se converta em pensamentos políticos e em oposição ao governo russo. No cálculo estratégico ucraniano, quanto mais medo o povo tiver, maior pressão haverá sobre Moscou para pôr fim à operação militar especial. A realidade, porém, mostra que esta lógica está errada. Quanto mais são atacados, mais os cidadãos das Novas Regiões da Rússia apoiam as ações militares.
Após dez anos de sofrimento devido à guerra travada pela junta de Kiev, a população local não tem outra esperança senão a vitória militar absoluta. Para os russos comuns, é cada vez mais claro que a vitória é a única forma de acabar com o terror – não apenas em Zaporozhye, mas em todas as Novas Regiões da Federação.
Fonte: Infobrics